Ela deixou de ser um objetivo partidário. E só alega tais objetivos quem ainda de maneira obcecada quer se agarrar ao poder, como uma preguiça que se agarra de maneira desesperada ao tronco de uma árvore.
A Liberdade de Expressão não constitui um mimo de uma nova geração aberta à era da informação, que galopa sobre os avanços da tecnologia do século XXI. Constitui, sim, uma necessidade vital, não só em política, mas, também, cultural que tem como objetivo pôr nos trilho um país subdesenvolvido como nosso que sonha com os degraus de uma sociedade desenvolvida e civilizada. Liberdade de Expressão é uma mostra de civismo, talvez das mais elegante, porque é ela que fortalece a educação de um povo. Ou, ao menos, ponha a prova o caráter evolucionista da cultura educacional de uma nação, ou seja, se existe algo de desenvolvimento naquela cultura e educação. Algo que poderá ser posto de manifesto, se só existir uma verdadeira Liberdade de Expressão.
Liberdade de Expressão é mais do que um pronunciamento, é mais do que ter direito a fazer um discurso; o direito a convencer e deixar-se convencer. Na verdade, a Liberdade de Expressão não precisa vir empacotado no barulho, na blasfêmia, na mentira, na pseudofilosofia e na pseudociência, ou até na desgraçada, miserável e famigerada religião. Ela pode vir mesmo, quando necessário, até no silêncio secreto do nosso voto. O voto direto e secreto que tantos milhões de angolanos sonharam. E que alguém de maneira arrogante e presunçosa nos arrancou.
Liberdade de Expressão é ter direito a eleger diretamente o Chefe do Executivo e ao mesmo tempo ter direito de expulsá-lo do poder quando o mesmo se revelar um incompetente, falsário e mentiroso. Em tese, Liberdade de Expressão, também, é ter direito a pensar, a concluir e a indagar, sem a necessidade de se provar algo aos tribunais corrompidos, de que o individuo no poder pode ser tudo aquilo – mesmo que não existam provas! Liberdade de Expressão não precisa de provas para se expressar. São estas que têm que se levantar diante daquela e provar o improvável.
Assim, diante da Liberdade de Expressão, o voto secreto e direto é do povo. Não pertence ao Bureau Político do MPLA, não pertence muito menos aos militantes do MPLA; pertence a cada um de nós, com sonhos e ambições de querermos transformar e participarmos na formação da nação.
Oportunistas!? A Liberdade de Expressão é a verdadeira luta contra o oportunismo. E o oportunismo mais evidente é matar o sonho de milhões de pessoas. Oportunismo é acreditar que esse poder que está aí, que hoje se afastou das ruas, deve ser levado num berço de ouro e mimado como um príncipe das arábias.
A Liberdade de Expressão é uma maneira colossal de assustar quem fez da coisa pública um direito seu de usufruto. É a arma de um povo contra os seus “dirigentes” corruptos, vândalos, ladrões, polígamos, falastrões de ideologias contestáveis e assustadoras.
Nelo de Carvalho
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