A corrupção em Angola é tão crônica, séria que as evidências estão sempre flutuando em cima da água, boiando na piscina. Isto tudo torna aqueles que se insurgem contra a mesma insignificantes diante do adversário poderoso. Quem já não se sentiu horrorizado e impotente diante de uma piscina ao ver na mesma certas coisas boiando ou flutuando?! Que não deveriam jamais estar lá. O adversário não é só o corrupto que usa a máquina do Estado para roubar e matar quando necessário, transformar atos públicos de direito para todos, em coisas para proteger interesses privados; mas, também, a própria sociedade enganada. Que habituou a dar legitimidade absoluta ao partido da situação e aos políticos corruptos que hoje estão no poder.
A luta contra a corrupção esbarra nisso, na suposta legitimidade que o MPLA tem, goza e ganhou ao longo destes anos, por conquistar a paz e destruir o sonho kwacha de fazer de Angola uma nação de regime fascista e tribal. Não são poucos os dirigentes do MPLA que se gabam com esse potencial de legitimidade e que acreditam que os mesmo lhes dá direito de fazerem do país o que eles desejam ou sonham: transformar o mesmo num feudo em que os interesses dos generais e os ex-guerrilheiros do MPLA estão acima de tudo.
O William Tonet fez-me pensar que o seu maior inimigo não é o MPLA, não são os corruptos desse partido que estão no poder –infelizmente-, mas a legitimidade enganosa que estes ostentam. E tudo isso porque no passado andamos a fazermos uma guerra que não nos levou a nada. Com a guerra entregou-se a alma de um povo a um bando de aproveitadores, falsos, aldrabões, que desde os primeiro momento viveram atrás de instituições e ideologias estrangeiras para receberem respaldos de suas políticas internas.
A corrupção em Angola, por ser tão séria e provocar vítimas em todas as direções, poderia ser tratada como um caso de política internacional, com jurisprudência de direito internacional. Já que não existem estruturas internas ( nacionais) capazes de fazer frente a esta. Porque o Estado Angolano, todo ele, sem exceção, está corrompido, corroído e no meio da lama. Na verdade, quem está no meio da lama é a sociedade inteira que não tem onde e como se agarrar. A corrupção e os corruptos fomentaram a idéia de que quem está combatendo a mesma é inimigo não só dos corruptos, mas com muitas chances pode ser inimigo do MPLA e se é inimigo do MPLA, então é inimigo do povo; se é inimigo do povo é inimigo do Estado angolano e da nação angolana.
Estabeleceu-se a idéia, a convicção deliberada, de que no combate à corrupção, as ordens, têm que vir de cima. Qualquer iniciativa pessoal, de cidadãos pacatos, a diabolização começa no cinismo de que provas devem ser apresentadas antes de se fazer qualquer denúncia. A prova disso é como os corruptos do MPLA, do Estado Angolano e do Governo têm transformado o personagem Rafael Marques e outros que agora também está incluído o próprio Wiliam Tonet.
É preciso que fique bem claro, para os precipitados de todas as ordens e que adoram tirar conclusões assustadoras, no que diz respeito ao exercício de certas militâncias. Politicamente não compactuo em nada com Wiliam Tonet, já li muito dos seus artigos, da posição política que este tem com relação ao MPLA. Mais precisamente, a opinião dele sobre os símbolos da pátria ( Angola), herói nacional, etc. Em tese eu já mais militaria num partido onde Wiliam Tonet fosse o autor do manifesto político e ideológico deste partido.
Mas não resisti e não resisto a sua atitude de cidadão militante, advogado bem conceituado, dono de um jornal, que sofre todo tipo de chantagens, que entende os problemas do país, e que está no terreno enfrentando o adversário poderoso: a corrupção, os corruptos; aqueles que usam a farda e o uniforme do MPLA. Que erradamente o povo e a nação dos angolanos continuam a confiar, talvez, sim, por falta de alternativa política. Mas que isso não lhes dá direito de enganar, submeter e até explorar e roubar a nação inteira.
O Wiliam Tonet está de parabéns, ele parece um ser insaciável com o direito de se fazer justiça diante das falhas de uma administração pública que faz dos atos decisões tomadas em sessões clandestinas de dar inveja a qualquer seita medieval. Onde o próximo passo consiste sempre em acabar com o pouco que sobrou do direito público. Aquele direito que é de todos e que é a razão de existir do próprio Estado, de todos os angolanos, da nação inteira de Cabinda ao Cunene.
Parabéns William Tonet!
Nelo de Carvalho
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Um comentário:
Olá amigo Nelo de Carvalho!
Aqui te estou acompanhando para ler todas as verdades que escreves sobre o país que amamos! Tanho vários blogues e aconcelho que passes em 3 deles. Falm de Angola, da terra que amo!
Um abraço grando e vamos em frente sempre escrevendo as verdades.
Meus Blogues: "Angola eu te amo" "Transpondo Barreiras" e "Os filhos de Angola".
Bom Domingo
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