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quarta-feira, 3 de março de 2010

O Nacionalismo Na III República

Nós Temos Uma Idéia


Não precisa ser visto como um sonho. Já que o MPLA teve a iniciativa de convocar a militância contra a corrupção e o Tolerância Zero, poderíamos dar a continuação nesse ato de uma maneira gloriosa e muito mais edificante. Por que quê os pobres partidos políticos que existem por aí, incluindo a UNITA, não se mobilizem para darem continuação neste evento contra a corrupção e a favor do tolerância zero? Só que desta vez de maneira apartidária. Levando a cidadania, ou seja, em vez de ser o espírito partidário tradicional de sempre, desta vez que seja o espírito de cidadania.

E nisso está incluído o fato de que em vez de se levar símbolos partidários, nessa manifestação, levar-se, e levarmos, simplesmente os símbolos da pátria. Sim! É possível começar a desvincular os símbolos pátrios dos símbolos do MPLA, para aqueles que acreditam que os símbolos pátrios devem estar separados dos símbolos do MPLA.

Chegou o momento de demonstrarmos que isso é possível. É possível colorir a Praça 1° de Maio ( ou Praça da Independência) só com as bandeiras da República, nas mãos de cada um que participar no mesmo evento, que é claro, todos os cidadãos de qualquer partido podem e devem participar. Onde o hino a ser entoado seja simplesmente o hino da República: O Angola Avante. Que desta vez deve se erguer e levantar contra a corrupção. E o herói a ser levantado em cada cartaz seja o inesquecível Agostino Neto. Para aqueles cidadãos, simpatizantes e militantes de outros partidos políticos, pode parecer impossível e esquisito. Mas vamos seguir o seguinte raciocínio: Agostinho Neto é o pai da Unidade Nacional, o Homem que logrou unir todos os angolanos. Se estivesse vivo com certeza não excitaria em unir todos de novo, ainda sendo cada um de nós de partidos diferentes, para lutarmos contra a corrupção. Ou seja, vamos usar os símbolos da nossa Pátria, os de Unidade Nacional, contra aqueles que vivem nos enganando: os corruptos e os traficadores de influências.

Também chegou o momento de pararmos de fingir e ver na corrupção um fenômeno abstrato ou um sofisma sem culpados. Onde os mesmos culpados precisam de proteção eterna e incontestável. É preciso ir direito ao assunto e atravessar todos os sintomas de constrangimentos. E mostrar que na luta contra a corrupção, o descontentamento é precisamente contra aqueles que estão no poder. E que a tradicional culpa jogada sempre aos outros, agora, é de quem está governando, tanto como partido – a instituição-, tanto quanto responsabilizar e protestar contra quem está em frente do partido ou do estado governante. É preciso sim responsabilizar direitamente as pessoas, e facilitar mecanismos que ajudem nas buscas das provas para que se acusem esses mesmos responsáveis; é aqui onde entra a história das autonomias e independência dos sistemas de comunicação pública. E pôr em funcionamento, a rigor, as leis que existem contra a corrupção, e as que não existem, então que se criem as mesmas: leis que incentivem e estimulem o combate contra a corrupção.

Continuando, a idéia de “povoar” ou ocupar uma praça pública com os símbolos pátrios: bandeiras da república, escudos, hino e herói nacional em todas as capitais de província pode ser escolhido num dia que, igualmente, não tenha nada a ver com nenhum partido político. Que já nos referimos à cima, o primeiro de Maio.

E para os militantes do MPLA honestos e serviçais aos chefes que existem por aí. A manifestação, sim, pode ser vista como uma manifestação contra o MPLA. Mas o MPLA aqui é o MPLA corrupto, que não aceita e nem deixa combater a corrupção; o MPLA que cruza os braços diante das inúmeras dificuldades que esse povo atravessa, a manifestação é contra aquele MPLA que vive de vitórias e usando a mesma para impor critérios absurdos a nação em nome de uma maioria às vezes enganada.

A manifestação é, sim, contra o Presidente da República. O famoso presidente intocável, é contra os seus gestos “silenciosos”, indiferentes, acompanhado do cinismo macabro. Esse cinismo que conjuga bem com os atos de corrupção que vitimam a nação.



Mas que se entenda bem, a manifestação não tem necessariamente objetivo de derrubar o poder que está aí. Desde que seja o poder legal, aquele que o povo ou a nação definiu nas urnas. Esta manifestação, se acontecer e tiver êxito, tem como objetivo derrubar o poder corrupto. E se a moda é o Tolerância Zero, então que esse poder caia com quem tiver que cair, por mais vitalício que seja.

E por último: que fique bem claro. A manifestação só terá êxito ser for absolutamente pacifica!

Nelo de Carvalho

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