Mas o que não é grave em Angola? A omissão pela imprensa e o próprio governo, de que o BNA foi assaltado? A omissão de tudo que é informação sobre o desmantelamento de uma quadrilha dirigido por um comandante de polícia, que poderia ser denunciado a opinião pública em menos de quinze dias? Ou o “boato” verossímil de que o presidente nomeou um alto funcionário do governo, de nacionalidade estrangeira para trabalhar ao serviço do Estado Angolano.
Chega a ser uma tradição colonial, um resquício de sobrevivência que o Império Colonial Português, atrasado e subdesenvolvido, até na hora de redistribuir o bolo entre os seus miseráveis, incutiu e criou entre suas populações de crioulos ( delineadas entre os limites, Portugal, Cabo-Verde, São - Tomé e Angola), sempre racistas para com o resto dos povos do continente, de que Angola é a casa da mãe Joana, a casa das oportunidades, o bordel, o prostíbulo, a prostituta sempre em disposição libidinosa. Ou, ainda, de que Angola é a grande vagina ou útero em disposição para receber a todo mundo.
Nada é grave nesse país. A propósito, vivemos num país onde não existem corruptos. Só existem calunias e difamações contra estes; só existe uma oposição barulhenta e rancorosa, inspirado por um povo de pobres e miseráveis invejosos que não deixam jamais aquela turma de “corruptos” trabalharem. Com relação ao trabalho, é a turma que tudo faz pelo povo; a turma a que todos nós devemos, a turma dos heróis.
Nada é mais grave nesse país, que não seja o discurso acusador de milhões de angolanos! Gravidade é desvendar os segredos e silêncios de quem está no poder neste país.
É do silêncio, que paira como uma foice em nossos pescoços, que nascem todas as contradições do governo Angolano, contradição que eles tentam empurrar com cinismo e gosto à turma de “clientes” e críticos a que eles costumam vender os seus produtos: sua forma caótica, miserável e sem vergonha de governar uma nação.
Em trinta e cinco anos de poder, o Governo especializou-se em sair bem dentro do silêncio e dos segredos que só o mesmo sabe criar por conveniência. Para estes, o silêncio é como uma fumaça que encobre o que se deseja desvendar ou descobrir. Torna tonto e idiota quem se atrever a descobrir o que existe dentro daquela fumaça, mesmo quando o que existe lá dentro chega a ser evidente e algo claro. É uma verdadeira estratégia, a estratégia do vagabundo, do falsário e mentiroso que se especializou para tudo, incluindo, em dizer a pessoa como nós de que “mensagens vindas da internet – e nisso inclui o Club-k- não podem ser usadas para se formar opinião e escrever uma crônica como essa”.
Quem é que disse a essa gente que os milhões de angolanos noutro hora enganados com o socialismo real africano, sujo, moribundo, decadente e que nunca deu certo em nenhum país, agora precisam da verdade verdadeira vinda de uma democracia estabelecida por uma gang de dar inveja a Camorra ou os felizes gângsteres das ruas de Chicago nos anos vintes e trintas do século passado?
Quem disse, que existe compromisso em nós de acreditar nesta mentalidade de dirigentes políticos, que vivem confundindo capitalismo com o bandidismo Russo; um bandidismo inspirado na Perestróica Soviética, que lançou e vomitou ao mundo o que melhor pode existir num Baú de desejos proibidos, onde a chave e o cadeado daquele Baú foram os oitenta anos de Comunismo Soviético?
A paranóia governamental angolana, no seu egocentrismo, arrogância e prepotência, vive convencida de que seus críticos são um bando de ovelhas desesperadas e doentias em atacar o que eles conquistaram com suor, esforço, sangue e energia “individual” ( hoje já nada se faz em nome do povo), por isso qualquer ato bizarro no poder se justifica. É a pura e simples manifestação da ideologia burguesa: “fazer com que as minhas conquistas individuais sejam respeitadas, admiradas e assimiladas por todos” ( mesmo quando atrás de cada conquista o que houve foi a inspiração da mentalidade bandida, o delinqüente transvestido em comunista exemplar). Só falta mesmo vir ao público um dia dizer que nunca foi comunista. Quem sabe até, assim valeria a pena, e nos livraríamos de uma falsa eterna, jamais visto neste país.
A impressão que se tem é que o país, a nação, perdeu a sua dignidade. O nome dos angolanos e de Angola fora ou dentro desse país hoje não vale nada. Valem os atos, os vícios e a estupidez daquele, ou aqueles, que estão no poder.
Vale a fanfarronice!
Nelo de Carvalho
WWW.blogdonelodecarvalho
Um comentário:
Caro Nelo,
acompanho os seus artigos, e até os acho bastante pertinentes na sua maioria das vezes, mas a abertura deste artigo é vergonhosa,pelos laivos de racismo e intolerância que contêm!
Se é verdade que o senhor reside no Brasil, então acha que você também devia ser discrimindo por não estar na sua terra de origem???
Há algo que é a manifesta realidade, quer o senhor goste ou não goste, Angola teve numa guerra fraticida e durante esse tempo descurou a educação para privilegiar a força das armas. Angola não tem quadros qualificados e enquanto os não tiver terá mesmo que se socorrer desses mesmos quadros no exterior.
Acresce a isto que a educação em Angola é má na qualidade, nos conteúdos e no aprendizado.
Uma simples máquina de calcular ajudá-lo-ia a saber que do ensino básico ao superior decorrem muitos anos, e a guerra terminou há poucos.
Não, nem vaginas, nem Úteros, por muito que a sua verborreia, e perdoe-me a palavra porque considero que o senhor é capaz de melhor sem cair na intolerância fácil.
Veja os dados, pergunte aos angolanos, como o senhor no exterior porque não regressam, isso sim deveria o senhor fazer.
Eu sou português e a minha família viveu 35 anos em Luanda, não sou angolano por um mero acaso de férias.... gosto de Angola vou a Angola muitas vezes e na minha área a formação angolana é uma vergonha, eu não digo os técnicos digo mesmo o nível...e é uma pena.
Enquanto assim for, terá mesmo que haver técnicos estrangeiros, assim como o senhor parece ser no Brasil que certamente não o maltrata como eu infelizmente já o fui em Luanda...
O sentido patriotico extremado leva a isso mesmo, por muito útil que sirva os interesses de uns para tapar os olhos dos outros, faça um favor a sí mesmo, não recorra à demagogia fácil, isso fica-lhe muito mal!
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