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sábado, 28 de abril de 2012

A Distorção Dos Fatos


A política Angolana é um belo espetáculo de horror, e talvez, o cenário, seja uma herança da guerra. A obsessão pelo poder, dos nossos atuais políticos no poder, e a convicção de se sentirem prediletos no mesmo como agentes políticos vitalícios faz do debate político entre nós, angolanos, o que há de mais banal nas nossas vidas. Já vai tarde demais de acusar o MPLA de dominar a arte e a ciência de distorcer esse debate, quando na arena dos debates não é correspondido por determinados agentes da sociedade civil: intelectuais, políticos e quem quer que seja, todos são acusados de Kwachas, quando o nosso “queridinho partido” no poder não é correspondido.



Uma coisa é verdade, passaram se os tempos em que esse tipo de acusação e terror político colava. Hoje já não vinga mais, a não ser a estupidez de continuarmos a bajular o impossível. Na verdade, descobriu-se que hoje temos um novo inimigo. E o inimigo não está além das fileiras do MPLA. O grande inimigo que hoje se impõe entre os angolanos é está militância caduca e arcaica que continua venerando a burrice no poder, a ineficácia das políticas públicas com o rabisco de um líder, que nem ele mesmo acredita nos seus atos, mas corroborado por uma legitimidade burra, em que a tradição africana é sempre a culpada de tudo.

O MPLA venceu! E vai continuar a vencer enquanto continuar apostar no status quo ou nas políticas públicas de convencimentos, algo inédito só entre nós os angolanos, em que o político, que nem gestor é, convence a todos de que as coisas estão mudando. E acreditar é necessário. A crença de “todos nós” é o selo de legitimidade que tanto precisa o sistema de bandidagem e corrupção que lidera e governa o país. Assim, aquele que está em cima poderá ganhar mais confiança ( e por que não?) para continuar a governar em nome do povo ou da nação. É só o nome, mas os interesses sempre são promiscuo, e para lá de individual, de igualar-se a qualquer seita medieval.


Se jovens somos, temos que nos apresentar como pessoas dispostas a jogar todas as cartas e não temer quem desafia o andar das coisas como sinônimo de progresso. Progresso hoje é fazer das políticas públicas a realidade material que ajudem a tirar um país do subdesenvolvimento. Desenvolvimento é apostar no bem estar das pessoas e não no simbolismo de valores políticos que ajudem a multipolarizar ou mesmo bipolarizar a sociedade em benefício de um grupo ou partido que acredita que existe e nasceu para ser vitalício, acredita até na imortalidade. Não mais a saudades de um passado que só serviu de combustível para alimentar guerras ou a guerra. Essa guerra em que quem venceu na verdade fomos todos nós. E os perdedores –acreditem- são aqueles que hoje distorcem as verdadeiras ações das políticas públicas. Apelam, conscientemente ou não, a indiferença de todos diante das mesmas.


A pergunta é: como executar as mesmas sem a tradicional vigília dos agentes sociais que exigem que aquelas sejam aplicadas sem a politização que por desgraça ajudam a legitimar o corrupto que faz da mesma sua fonte de poder e recursos?


Assim, o caminho às urnas (eleitorais), o debate em volta da mesma, antes e pós, é distorcido de maneira descarada. Este debate é trans-vestido numa gloria que não existe: na gloria dos corruptos. É um debate feito em volta de políticas ( públicas) que estão mais para um sonambulismo do cidadão do que para a real coisa que provocaria mudança na vida de todos nós. É preciso estar atento a isso. A JMPLA, se ainda existe, não pode se deixar enganar por isso. A verdadeira mudança deve vir acompanhada de princípios e fatos que beneficiem a coletividade, coisa que nenhum bandido ou corrupto pode oferecer, a não ser o poder como símbolo de uma hegemonia que representa os interesses de grupos, que nada têm a ver com os interesses de um povo. Detrás daquela hegemonia ou ela mesmo estão sempre os interesses financeiros de grupos que aí vemos: os mesmos que se apresentam como empreendedores sem um histórico convincente, os privilegiados de sempre. Isso não pode ser motivo de fidelidade aos homens que estão no poder.

A vitória de José Eduardo dos Santos, e mais uma vez, a permanêcia deste no poder, seria irreal. E não só. Seria a verdadeira distorção dos fatos.


Nelo de Carvalho
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