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sexta-feira, 1 de outubro de 2010

A Dureza de Ser Presidente da República

Si se é de Angola pior ainda; pior ainda é ser acusado por um folhetim de distribuição semanal que se diz livre e gladiador pela democracia e de ter direitos de informar, ainda que o boato disseminado dentro do candogueiro seja a fonte de informação ou a prática que se deve usar para informar. Estar na boca do povo já é duro, imaginem estar na boca de um fofoqueiro e traiçoeiro como Wiliam Tonet e os homens da sua turma, subornados pelos dólares ou os miseráveis Kwanzas, que nunca se explicam de onde os mesmo vêm. Todos eles loucos por ganharem protagonismo na custa de pessoas inocentes, na custa do povo que eles dizem quererem informar e tornar livre.

Confesso que até senti pena do Nosso Presidente, jamais queria estar na pele dele. Ter de ser caluniado, às vezes, até sem ter direito de resposta, porque sua função, o cargo, nem sempre permite.


Mas o presidente se deu bem, como nunca, e sempre tem uma primeira vez, veio ao público desmentir a infâmia, a calunia, a pantomima e “a mentira” de que sendo pai de alguém abandonou o herdeiro a sorte e ao azar, porque, talvez, pretendesse livrar-se de um passado obscuro.

Nós acreditamos no Presidente e na sua inocência, mesmo porque para os africanos, nunca foi problema nenhum ter filhos bastardos, ao contrário, somos parte de um povo que quando descobrimos por aí um rebento, perdido em algum lugar, o que vem depois é uma grande festa, regado a kimbombo e a maruvo. É a velha tradição africana do homem procriador! Infelizmente a criatura nem de longe pertence à corte; onde está o DNA para se confirmar tal achado; onde está a suposta obscuridade em tudo isso?

A fofoca é uma intenção deliberada da Folha 8 de quer manchar a imagem do presidente como personalidade pública que tem hábitos reservados. Pode ainda estar caracterizado como um ato de vingança e até inveja daqueles que sonha com a destruição da imagem do presidente. Ou, para àquela publicação, querer ocupar nos meios de comunicação lugar de destaque como o Semanário ou o Jornal que tem habilidade de descobrir e desvendar o que existe nos bastidores do poder, mesmo quando a notícia carece de importância.



A dureza de ser presidente é de ter também que lidar com o infantilismo da imprensa privada nascida num sentimento de ódio e rancor e de indivíduos que não têm nada a perder, quando o que se trata é a conquista do poder, usando-se as facilidades que o regime democrático oferece: entre eles, caluniar adversários sem as mínimas provas possíveis. E sem mesmo condições para prová-las. É o denuncismo barato que virou moda num país que despertou diante das delícias do hábito euro-ocidental de se desacreditar o político e a política em troca da desordem e do caos. Diante do fracasso de não conseguirem alcançar o poder sempre pretendido, é querer tornar banal o que é sério: o cargo de Presidente da República e as responsabilidade que o mesmo tem para com a nação.

Os fofoqueiros de plantão não perdem de vista qualquer ato de vingança e maldade contra o homem que está à frente do estado e da nação. É como se a tal liberdade de imprensa proclamada e reivindicada aos quatros ventos tem como fonte o próprio diabo, e a vítima é sempre o “coitado” do Presidente e a sua família. Se calar diante da calunia “é porque quem cala consente” e admite os fatos surgido no submundo das inverdades e dos boatos; se sai para se defender haja “cargas de águas” para se suportar o mundo dos cívicos que tudo têm na ponta da língua para “botarem” defeitos num simples gestos de direito de defesa. É como se a natureza humana não devesse reagir diante de tantas agressões e injustiças.

Afinal, ele foi acusado de abandonar uma filha, o que não seria elegante, e não teria o porquê. Nossa argumentação aqui é precisamente porque acreditamos que conhecemos bem o homem angolano, sua cultura, seus sonhos. Este homem, o angolano, nunca sai ganhando ou perdendo ( ao menos patrimonialmente falando) quando se aproxima de seus rebentos, a não ser a alegria e o sorriso, vinculado sempre a uma cultura machista de que estamos aqui para “matar a cobra e mostrar o pau”. Por que então esconder um filho? É por maldade ou por medo de querer dividir os milhões que tem? Eu respondo a pergunta. A Europa civilizada é protagonista em criar certos valores, às vezes, aplaudido mundo afora como coisa moderna. Uma delas é o hábito de se formar família envolta do patrimônio que se tem. Afastando todo tipo de intrusos, e nesse afastamento estão, incluindo, os supostos filhos bastardos. A tradição européia foi absorvida muito bem pelos brasileiros. Contar a história de milionários e famosos brasileiros que abandonam seus filhos e até mesmo o seu passado para protegerem a riqueza que têm precisaríamos aqui de dezenas ou centenas de páginas.

A burguesia angolana e os seus escassos milionários não chegam a esse nível de aculturação, abandonar filhos ou esquecê-los em nome de um oportunismo de classe que faz do patrimônio o instrumento de aproximação entre país e filhos, pelo menos não é ainda comum essa maneira de se relacionar ou de se dizer tchau.

Trinta anos no poder esbanjando mordomias e privilégios de todos os tipos, de gastança ilimitada do orçamento público destinado aquele cargo, seria mais do que suficiente para se fazer e buscar uma aproximação com a criatura reivindicadora sem a necessidade de se cair em situações constrangedoras. Afinal, e com certeza existe, há quem longe daquela família, com simples título de “Parente do Presidente da República”, tenha se beneficiado tanto com o suposto relacionamento ou acercamento, exemplos: sogras, tios, sobrinhos, primos, cunhados; enfim, o primo do primo do presidente, ou seja, o parente do parente do PR. Por quê um filho nascido nos tempos gloriosos da luta armada no Congo iria deixar de ser beneficiado? Para mim o abandono da criatura não tem cabimento. Seria só mais um envolvido e coberto no orçamento público, esse orçamento que William Tonet deveria ter direito, obrigação e saber defender. Acha que quê, que o PR, ou qualquer outro angolano com a mentalidade do Wiliam Tonet, seria burro de esquecer ou abandonar seu próprio filho diante de todas as facilidades expostas pelo poder público?

Se fosse verdade – “o esquecimento”-, dada as circunstâncias da época, seria coisa de fácil aceitação hoje, envolvido tudo num ambiente muito pessoal e sem moralismo. Não existem crimes ou imoralidades, supervenientes diante da suposta denuncia, que faria que um ser querido fosse rejeitado mesmo que seu aparecimento do nada acontecesse só depois de quarenta anos.

Nelo de Carvalho
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