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quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Desespero, Grito e Esperança Que Vêm do Lado Errado


Coitadinho do Povo do Huamdo, depois de serem massacrados durante anos pelo partido de Jonas Savimbi e o exercito tribal do mesmo, as FALAs, agora são chamados a salvar a pátria junto a UNITA contra o poder corrupto do MPLA. Essa missão seria heróica se quem chama não fosse o corvo faminto ou a raposa desesperada no próprio galinheiro onde noutro hora o que melhor fazia era degolar suas vítimas.

Chamar a vítima para se alistar ao algoz é o retrato mais comum, simples e de humildade que um vampiro pode oferecer a mesma. Afinal, como nos filme de Hollywood, o vampiro precisa primeiro namorar sua vítima ( ou simplesmente conquistar). Este ato ( o chamado) é uma burla a capacidade de sobrevivência de qualquer espécie, mesmo quando se trata da nossa, a de angolanos, que nos trinta e cinco anos de independência não tivemos alternativas e tivemos que nos de bater entre o terrorismo de uns e a arrogância de outros espelhada na incompetência, na desgovernação e, por fim, na corrupção.

A Mensagem ao Povo do Huambo, que deveria estar dirigida a todos os angolanos, é uma mensagem que chegou atrasada. Essa mensagem deveria ser emitida em 1992, e com ela uma mensagem para se  selar a paz, mesmo que a UNITA sofresse a derrota que sofreu. Aquele era o momento que a UNITA tinha para se recuperar de todos os crimes do passado, das bombas e que viviam pondo nos parques e nas praças – até mesmo no Huambo-, dos massacres que faziam por toda Angola para aterrorizar as populações em suas aldeias.

De que o MPLA merece ser alternado e os corruptos de, qualquer partido, punidos e perseguidos é uma verdade que ninguém está mais a altura de contestar. Mas a  UNITA, não é, com certeza, a  solução para essa alternativa, mesmo sendo o maior partido da oposição.

Diante dos fatos e das circunstâncias a corrupção ainda constitui um mal menor  para os angolanos do que aquilo que a UNITA tem a oferecer a nação inteira. A UNITA não tem estrutura moral e ideológica para chegar ao poder, eu disse chegar e não assumir o poder. Romper a barreira dos crimes hediondos que cometeu, conquistar o perdão de milhões de angolanos, não se faz com um simples discurso cívico e romântico. Precisa-se mais do que isso. A UNITA precisa não só negar o seu passado, que ainda não conseguiu e insiste em reviver o mesmo, mas, também, negar o seu presente que consiste em negar sua alma tribal, revanchista, revisionista e que consiste em manter preservados os símbolos de terror que sempre caracterizaram o mesmo partido.

A UNITA  tem que entender que a bandeira Kuacha e os seus símbolos não é a bandeira de Angola e nem representa todos os angolanos, e senão a bandeira e símbolo de um partido que representa o terror explícito. E se quiserem começar a construir uma Angola democrática, em seus comícios, reuniões, sessões e assembléias deveria estar representada a bandeira de Angola. E essa é uma alerta que vai para todos os partidos de oposição, que têm a mania de usar os símbolos de cada um dos partidos, como o símbolo de uma futura Angola quando os mesmos chegarem ao poder.

Qualquer partido de oposição que acredita ser uma alternativa ao MPLA já deveria entender que  o passado e a memória da história de Angola, jamais, podem ser rejeitados. A propósito, é preciso até reconhecer que o  próprio MPLA é um símbolo inquestionável. Eu digo o MPLA e não os seus dirigentes atuais, corruptos e bandidos. A realidade e o pragmatismo indicam que quem quiser conquistar o poder em Angola, num futuro, vai ter não só que adotar e aceitar os símbolos da nação como a de todos os angolanos, que sãos públicos e estatais, mas também engolir o MPLA como referência política e administrativa para governar a futura  Angola desde que essas referências passem longe da corrupção.

Nelo de Carvalho
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