O MPLA tem o Jornal de Angola, tem a Rádio Nacional, a TPA, todos estes meios têm a função mediática de fazerem amigos e inimigos daquele partido; glorificar a seita política fundada pelos Pintos, os Joaquins e os Andrades, ainda que para isso tenha necessidade de comer quem pariu e quem o pariu, e ignorar o seu passado. Naqueles meios informar tem sempre duas funções: enaltecer quem está atrás deles; difamar e penalizar quem se opõem ao “grande projeto” protagonizado por aqueles. Nestes já se notou que deve haver, existir, um desespero em “controlar” o Facebook, o maior representante das redes sociais. A Rede Social na Internet que se transformou em mania, canal e meio de informação, de expressão e liberdade, e a antíteses de tudo que há aí sobre ocultação, repressão e todas as formas de proibição.
O aparecimento tímido de alguns dos elementos do regime de José Eduardo dos Santos, talvez até este mesmo, camuflado de simples militante do MPLA na rede, provam o sonho impossível e megalomaníaco dos corruptos do governo de Angola de querem ter controle sobre tudo. Até no Facebook, sabemos da impossibilidade disso. A matumbice que governa o país em que nascemos também sabe e tem consciência da impossibilidade da empreitada.
Mas este artigo foi escrito precisamente para “tentar desmascarar” esse sonho impossível, melindroso e humano. E é nesta última parte, nesta última qualidade, que se ergue toda maldade e todas as intenções que se apresentam como a coisa benéfica e solidária. É basta ver as mensagens que nos trazem os seus membros: as mensagens para lá de humanas, solidárias, patrióticas e nacionalistas. Entre elas estão aquelas com o objetivo de jogar fora a camisa e a bandeira que fez parte do passado de muitos de nós. Ensinamentos vindo daquela quadrilha de políticos. Na verdade, essa forma ou maneira de querer se livrar do passado já foi notado até nos discursos do seu atual e maior líder. Não condenamos aqui o direito de todos nós tentarmos nos livrar de um passado fracassado e sem lucro, desde que seja feito a pratos limpos, desde que seja um jogo transparente para todos aqueles que acreditam estar participando numa democracia de verdade. A democracia em Angola não é assim: transparente, livre -a liberdade, de todas as formas possíveis, é coagida-; o mérito dos cidadãos é desperdiçado e posto de lado, enfim.
Voltemos às mensagens “humanísticas”. Não importa a carga adjetivada de tais mensagens. Elas sempre tem a função partidária e de salvação daquilo que está aí e que acredita que ainda representa todos os angolanos, só porque estão ou têm o poder. A diferença é que os nossos gênios de comunicação, ou quem assim assessora nossa quadrilha de políticos governamentais a se aproximar dos internautas, descobriram, ao menos no Facebook, que o comportamento de todos naquela rede exige, sim, descontração. Além de boa educação e a benevolência do político preocupado com o seu papel diante de todas as mazelas sociais. A matumbice despertou, e o MPLA diante das novas tecnologias descobriu como agir. A docilidade, até de antigos generais, que já apareceram no facebook, surpreende!
Só que alguns, ou quase todos eles, têm consciência que muitas das mazelas sociais são obras “eficientes” da governação e da administração que ainda temos no país. Com suas mensagens, é como se os mesmos quisessem se redimir, recorrer a algum tipo de compensação, quem sabe, quererem mesmo até se desculpar. Entendemos, ao menos quem está aqui escrevendo, que se desculpar diante das tais circunstâncias é quase impossível. Ao menos que este alguém estivesse disposto a cometer um suicídio político diante de toda a opinião pública. As mensagens trazidas por esta gente -no facebook-, estes tipos de internautas, chefes, homens no poder, e na condição de angolanos, estão sempre longe de denunciar a verdadeira e cruel situação do país. O silêncio deles, mais do que falso otimismo, envia a mensagem enganadora e propagandista de que aquele país Angola, onde eles governam e habitam, não precisa do questionamento do que eles chamam de oposição e adversários políticos; não importa mais a que classe esses adversários políticos pertencem, que ideologia estes defendem e qual são suas preocupações políticas.
Mensagens como “Lavar as Mãos Salva Vidas!!!”, e outras por aí, extremamente corretas e eficientes na vida de qualquer cidadão independentemente de sua condição social, são positivas no a, b, c, d diário de nossas crianças, papel que a TPA e todos aqueles meios de divulgação pública sabem e podem fazer muito bem. E é claro o facebook também. Mas com relação a este último até onde o cinismo, o silêncio, a indiferença dos nossos internautas governantes proíbe a estes encarar a verdade miserável em que se encontram a maioria da população angolana. Mesmo quando se sabe que para o chefe-mor o culpado de tudo é o colonialismo português. A pergunta agora é: desde quando o MPLA fez um pacto com o ex-colonialismo português para evitar que o mesmo fosse, por exemplo, denunciado naquelas redes sociais, no facebook. É claro que ninguém acredita na existência de tal pacto e nem mesmo faria tal pergunta descabida. Então, qual o âmago das mensagens?
Talvez seja difícil descobrir, impossível digamos, mas é possível agarrar um dos membros ou tentáculos que compõem a nova empreitada e laboriosa missão de fazer da informação um meio de articular objetivos, ou então desarticular. Um desses membros é a predisposição do partido no poder tentar se igualar de maneira reacionária a tudo que ele mesmo vem combatendo, desde que nessa luta o poder para uns continue sendo vitalício.
Qual tentáculo o polvo precisa ceder? O MPLA nos últimos anos tenta se livrar de tudo o que defendia. O MPLA caiu na armadilha da (des)honestidade, na armadilha da (des)honradez. O MPLA tenta agora provar a todos que cada um de nós é culpado e ator de suas desgraças. Exemplo: Até a cólera, doença erradicada no Século XIX, é culpa de quem não lava as mãos. Pode não parecer essa a mensagem, do nosso político no facebook. Mas aquela mensagem oculta a verdadeira causa e desgraça dos milhares ou milhões de cidadãos porcos que não lavam as mãos antes de fazerem as suas refeições. Será que é só por isso que tem matado nossas crianças de diarreias?
Nelo de Carvalho
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