O esforço não precisa ser colossal para se concluir que o processo eleitoral angolano, de uma ponta para outra, carrega falhas e vícios em que os protagonistas dos mesmos nem sempre são ingênuos. Ao contrário, longe de qualquer erro humano existe uma trama bem elaborada a cada passo do processo, os interesses são imensos.Entre eles a manutenção do poder a qualquer custo.
O velho partido no poder e seus líderes fizeram das supostas legitimidades que sempre tiveram os fins que justificassem os inúmeros pacotes de maldades, que nestes se incluem a corrupção como meio de agir.
Corromper e ser corrompido em favor das lideranças no poder, no país dos angolanos, nunca foi crime.
Crimes são os meros atos ou procedimento que contradiriam as ações destes agentes corruptos no poder. Para o MPLA hoje como no passado tudo continua sendo justificável, em nome de um perigo, de uma estabilidade, tanto esta quanto aquele sempre têm o medo do retorno a guerra um bom motivo para se violar as leis e pisotear princípios.
Quem mais deveria fazer questão de cumprir normas e procedimentos passou a ser o principal violador. O Estado angolano é um Estado violador de sua própria existência. Age em função de subterfúgios e conveniências, tudo isso para corresponder o desejos de quem o mesmo se entregou: à bandidagem, ao MPLA ( um partido corrupto).
A fraude eleitoral do ano de 2017 começou há cinco anos antes com o fim do pleito que antecedeu este, ou seja, como tentamos dizer desde o princípio, não foi um fenômeno pontual no tempo e localizado. Foi e está sendo uma sucessão de infrações, de modo deliberado e bem planificado, de preceitos legais, de violação da Carta Magna, de conjunto de regas e procedimentos, que em outras latitudes levaria a anulação da mesma, e a punição de seus infratores.
A população angolana precisa ter consciência que foi vítima de um crime de burla, que sua vontade de mudança foi violada. Precisa também saber quem são os causadores de tais atos. A CNE, como agiu, agiu por vontade de um partido corrupto e de quem lidera esse mesmo partido.
É constrangedor, mas vale dizer que João Lourenço não merece ser parabenizado por pessoas honestas e sinceras. Simples assim! Porque jogou sujo, fez parte de um jogo em que as regras estavam claras para todos, mas que com o uso da máquina corrupta do Estado a serviços de interesses oportunistas ele foi o menino privilegiado com instrumentos a sua disposição que nenhum ou dos participantes teve.
Além de tudo JLo teve uma legislação violada a seu favor em todo processo eleitoral. A máquina de propaganda dos meios de comunicação pública, que em verdade, diga-se, já não convence a muitos, funcionou a serviço do obscurantismo e da ignorância.
A fraude não é uma especulação, algo típico de teorias conspiratórias, ao contrário, é a verdade que agora os corruptos no poder não suportam. Atribuí-los, agora, também transformou-se num crime contra o Estado e a soberania nacional.
A fraude é um instrumento da deslealdade de quem finge jogar limpo e ser cavalheiro, quando na verdade não é.
A fraude é um subproduto da corrupção de quem quer e pode usar a maldade, o vício e a mentira para aparentar ser o que não é nunca foi, elegante e vitorioso.
É imperioso que os corruptos do MPLA saibam que eles cometeram fraude, venceram pela fraude.
Assim, João Lourenço é o vencedor, mas o vencedor de uma fraude.
Nelo de Carvalho
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