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A Insignificância da UNITA

O processo Democrático em Angola tem reafirmado o que muitos de nós sempre acreditamos: a Democracia em Angola é possível sem a UNITA. E que esse partido, se antes era uma espinha na garganta para a paz, hoje constitui um câncer ou tumor maligno naquele lugar para a Democracia. Um tumor que deve ser removido. Essa remoção deve ser acompanhada com a convicção de que este partido nunca foi um equilíbrio saudável para o evoluir dos fatos na sociedade Angolana. Seu papel se reduz a destruir o que é erguido sem a sua complacência. Essa presunção de destruição está dada pela sua característica e origem tribal, que lhe faz pensar em ter e ser o representante daquilo que seus membros e dirigentes acreditam ser: a voz daqueles que fazem do tribalismo e do regionalismo instrumentos eficazes para canalizar crises políticas, noutros tempos gerando a violência; que justificasse um acomodamento das forças políticas a favor desse mesmo grupo.



A UNITA está no fim e poderia não existir se aquela convicção, do papel que ela tem diante da democracia angolana, fosse tomada a sério por todas as forças políticas no pais em especial a sociedade civil, esta que tem a missão patriótica de combater a corrupção. Eu sou de opinião que o MPLA, ou aqueles militantes deste partido obcecados em combater a corrupção, deveriam ser mais moderados com os grupos da sociedade civil, desde que estes não compactuassem em nada com aquele bando de terroristas. A UNITA precisa ser isolada, ilhada, politicamente falando, deve ser lançada como um naufrágio no alto mar, sem ter a esperança de um dia encontrar a próxima praia. Precisamos provar que esse partido não merece a confiança de quem luta, verdadeiramente, contra a corrupção, que não merece a confiança dos angolanos. E que ela só está aí para atrapalhar os nossos sonhos: de vivermos num país democrático onde todos nós possamos dormir e acordar sem pensarmos na existência de uma possível de guerra.


Hoje o problema sério de Angola é a corrupção. Por isso, não haverá êxito nem vitoria sobre este mal enquanto a UNITA existir. E não haverá vitoria de nenhum grupo de oposição sobre o MPLA, com todos os seus males ou não, enquanto a UNITA existir. Essa tese pode parecer dura para aqueles que vêem no MPLA o adversário a ser combatido e para aqueles que ainda têm a missão de combater a corrupção. Mas fatos são fatos e realidade é realidade, as mudanças de todos eles exigem o seguimento de princípios e regras sócio-políticas difícil de serem violados. O próprio MPLA sabe disso e faz do mesmo um jogo ao seu favor. Existem males maiores a curtos ( 20 anos) e medianos ( 50 anos) prazos em cima da corrupção. É o de se pôr um bando de terroristas, não reformados e não arrependidos, governando um país como Angola. Essa responsabilidade não se lhe incumbi a qualquer um descaracterizado ou a pessoas que assistiram, contemplaram e apoiaram a inquisição, a queima em fogueiras de crianças e mulheres naquele lugar que todos conhecemos como a Jamba. Quem não enxerga estas circunstâncias não é porque tem tanto ódio ao MPLA, mas porque é burro e carece de uma estratégia política para combater a corrupção. Além disso, os guerrilheiros de Jonas Savimbi que no passado foram tão desumanos com tudo que já sabemos, o que fariam hoje para combater a corrupção? Quando em política um dos objetivos, num país como nosso, nem é a redistribuição ou distribuição do poder, é a simples cedência do poder, absorção dos privilégios de uns para os outros. Só estes simples atos de forma anárquica e sem regra já caracteriza corrupção. Não há nada que indique ou que prove que a UNITA está aí para moralizar e civilizar a Administração Pública Angolana depois de trinta e cinco anos de independência.


Assim, as derrotas da UNITA na Assembléia Legislativa- as desistências-, provam a sua incapacidade de solucionar crises políticas. E retratam os constrangimentos, o jeito incomum e desastroso que eles têm de viver em civilização. Falta adaptação! Hoje felizmente estão desarmados e o canto em nome da paz que sai da boca dos seus dirigentes é precisamente por esta condição.


Nelo de Carvalho
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A Receita do Ex-Comandante Viana: O Feitiço Anticorrupção

Não acredito na estupidez humana, e ela é tão ineficiente como qualquer ato de feitiçaria, e como qualquer forma de religião que aí existem. Mas se a receita do Comandante Viana entrar em moda, quem no MPLA vai se salvar? Um teste de absolvição de corrupção livraria quem nesta República dos Corruptos? Pior, se o teste usar “técnicas” e procedimentos de feitiçaria. Todas as bolas de cristais implodirão, antes mesmo que algum corrupto se aproximasse delas.



A implosão não seria simplesmente pelo efeito corrupto, pela força mágica e misteriosa que um corrupto pudesse exercer sobre tudo e todos. Mas, também, pela cisma, o medo de que aquelas bolas de cristais, sendo públicas ou não, desapareceriam como conseqüência do hábito costumeiro e indevido de usurpação que uns acreditam terem por direito absoluto, depois que aqueles instrumentos fossem usados ao resistirem todas as formas de aproximação.

As situações contadas pelo nosso herói denunciante, que está de parabéns, são tão ridículas, mas verídicas ao mesmo tempo, que devem ser tomadas a sério. Não só para se salvar a nação, que hoje sabidamente tem dono, mas também para que se restabeleça a dignidade das pessoas.


Nesta dignidade é interessante saber que o caso Quim Ribeiro foi denunciado, trombeteado e descoberto pelos jornais privados. Os Jornais privados que tanto o MPLA odeia e vive contracenando com os mesmos de que nunca têm provas nas suas denúncias contras os atos de corrupção. A propósito, esse partido, o Governo e o Jornal de Angola silenciaram, ocultam e ocultaram, o caso Quim Ribeiro desde o início. E continuam ocultando. Uma demonstração de força impar e unívoca. Que prova que o corrupto, o bandido e até o assassino, quando possível, não é só o Quim Ribeiro. Quantos não roubam, não mentem e não seriam capazes de mentir nesse governo em nome de conquistas individuais que, sempre, atropelam as leis, os bons princípios e a moral? O Presidente da República e os seus Ministros? Onde está escrito que temos a obrigação e dever de confiar nessa gente? Se nem as leis traçadas pelos mesmos eles conseguem cumprir.
Quim Ribeiro, esse não é o verdadeiro nome desse caso. O verdadeiro nome desse caso chama-se: O Caso do BNA, onde quase 400 milhões ( quatro centos milhões) de dólares americanos estão desaparecidos, 100 milhões (cem milhões) distribuídos entre os chamados pequenos peixes ou subordinados que tiveram que fazer os trabalhos mais sujos, ou, também, de uma forma mais técnica: o trabalho doméstico. É neste trabalho doméstico onde está e se inclui a ação do infeliz e azarado Quim Ribeiro, que não passam de 4 milhões ( quatro milhões) de dólares. A pergunta a ser feita é: onde estão os quase 97 milhões ( noventa e sete milhões) de dólares que restaram e, igualmente, ficaram no terreno nacional com a serventia nativa?


Pelo que entendemos, Quim Ribeiro apoderou-se de cifras e quantias que já estavam fora do Banco, nada mais e nada menos, que 3,6 milhões ( três milhões e seiscentos) dólares. Quem são esses agentes públicos, funcionários da instituição bancária, que num esquema de corrupção conseguiram liberar quase 100 milhões ( cem milhões) de dólares de tal forma que o sistema financeiro, bancário e estatal angolano não consegue descobrir os autores de tamanha façanha?
Por outro lado, mais 300 milhões ( trezentos milhões) de dólares saíram fora do país, vindo daquela instituição, o BNA. Num esquema de corrupção que implicou na existência de uma rede, diga-se, internacional com a bela participação do talento e da genialidade do homem corrupto lusitano. Tão preparado e predisposto a assaltar os fundos e os orçamentos que o Estado e o Governo de Angola tem como destino para desenvolver a sociedade e os problemas deste país. O Próprio Procurador Geral abriu um processo para se investigar este último assalto. Que entendemos só foi possível porque, com certeza, deve existir a colaboração do cinismo angolano, da vaidade dos corruptos desse país, da mentira, da sem vergonhice dos dirigentes desse país; em nos fazerem acreditar e pensarmos de que sempre estiveram aí, ao lado do dinheiro, do poder e de todas as mordomias, em nome do povo angolano. Qual povo? Se o povo foi abandonado hoje, e nem pode reclamar que a corrupção existe, não pode nem se quer pensar que aqueles que vivem aldrabando-lhes devem ser substituídos por profissionais e políticos mais eficazes e eficientes.

Em qualquer país civilizado do mundo, denúncias do ex-Comandante Viana, levariam até a renúncia do Presidente da República. Um Presidente enganado por todos, ridicularizado até pelo coelho que está sendo afogado numa panela de cozinha industrial com água quente fervendo.
Quando isso acontece, fica mais do que provado que não vale a pena termos esses dirigentes que temos aí. E hoje me pergunto, será que vale a pena continuar a acreditar no MPLA? Qual MPLA, o MPLA que defende o quê? O MPLA que defende suas contas bancárias ( a dos seus parceiros), o MPLA que defende a posição privilegiada e burguesa dos mentirosos e herdeiros, agora, donos de Bancos, empresas de telecomunicação? O MPLA dos que têm poços de petróleo ou minas de diamantes? As minas de diamantes e poços de petróleo que Agostinho Neto, em boas intenções, anunciou, um dia, que eram de todo o povo.

Nós não acreditamos que o Caso BNA reduz-se, simplesmente, ao caso Quim Ribeiro. Chamem-no da maneira e forma que o quiserem chamar, mas o caso Quim Ribeiro é só o andar ou piso do subterrâneo, um dos andares. O edifício da corrupção é uma construção gigante que põe de boca aberta qualquer mortal e alberga dentro de si o que há de mais poderoso dentro do Estado Angolano: O Presidente da República e o próprio MPLA. Será que estes resistiriam a um “feitiço” anticorrupção?

Nelo de Carvalho
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“Deixem o José Maria em Paz”, Ele Não é o Único Corrupto

Antes de escrever esse artigo terminei de ler sobre a operacionalidade do Estádio 11 de Novembro em Luanda, na verdade, a e inaoperacionalidade daquele monstro ou entulho de concreto aparentemente útil, num país onde até existem pessoas passando fome e com doenças curáveis que poderiam ser tratadas se os recursos, os nossos belos recursos, fossem bem aplicados; ou seja, os excessivos custos para que aquele estádio com capacidade para cinquenta mil pessoas funcione normalmente não justificam a sua existência. Já se sabe que aquele estádio desde que foi inaugurado nunca foi usado com toda sua capacidade e a nível nacional parece que existem mais dois como ele.



Se existem nessas circunstâncias é porque alguém se excedeu em algo, cometeu erros ou, talvez, fraude para que aquelas inúteis construções agora façam parte do pesadelo da imagem de um país onde seus governantes fazem de contam que governam. Mas o problema não é só o pesadelo, agora também, são as injustiças que se cometem diante dos olhos da sociedade, que só identifica uns como corruptos, digamos mesmo a maioria, incluindo o povo, o cidadão humilde e pacato, e longe de todas as suspeitas quem está a frente dos grandes projetos desse país.



A notícia está no sítio eletrônico do Angonotícias um sítio financiado ou apadrinhado pelo próprio governo ou, ainda, pelas amizades próximas à família do Presidente da República, filhos e companhia. Será que os custos elevados de operacionalidade do Estádio 11 de Novembro não gera responsabilidades administrativas e até mesmo penal de quem deu ordens para que aquele empreendimento saísse do papel? Falta de aviso e alertas não foi. Muitos puseram em cheque a viabilidade da Copa África das Nações, sobre os custos, nesta fase de reconstrução nacional, que a mesma acarretaria para a sociedade e o estado. E o desperdício de recursos diante das prioridades que o país tem. Será que isso não seria motivo de sindicância e de apuração de responsabilidades?


Por exemplo, quantas casas, a mais, poderiam ser construídas com o dinheiro dos estádios construídos, que hoje não se usam para nada? Quantos laboratórios as Universidades Públicas poderiam ganhar com aquele dinheiro investido naquele monte de concreto e ferro, que envelhecerá sobre o seu próprio peso, e que irá se deteriorando sem ser usado em sua plena capacidade? Quantos quilômetros de estradas, a mais, poderiam ser construídas e asfaltadas, poderiam ser estendidas pelo país a fora e que ajudasse na logística e na distribuição de bens e produtos nas nossas cidades e aldeias? Aumentando assim a geração de empregos, melhorias de vida no interior do país, desafogando Luanda, facilitando, agora, mais do que nunca, a imigração inversa nos tempos de paz e como resultado da riqueza que se produzisse no interior do país? Quantos agentes públicos, policiais e professores poderiam ser contratados para cuidarem da segurança das nossas escolas e ensinarem nelas, respectivamente. Com aquele dinheiro, quantas bolsas de mestrado, doutorado e de nível de graduação ( licenciatura e bacharel) poderiam ser oferecidas aos nossos estudantes? Que ajudariam ainda mais a tirar milhares de pessoas do subdesenvolvimento.


Será que é errado pensar desta forma? Fazer das prioridades uma via e método para tirar milhões de pessoas da pobreza, evitando assim a instabilidade política, a comoção social, a dúvida e as incertezas de se viver num país que até hoje não demonstrou para a maioria da sua população, que tudo o que atravessamos, historicamente, valeu apena.


Nessa historia toda, o que chama atenção é a forma escancarada com que se acusam os outros de corruptos, quando muitas vezes se sabe que o culpado ou a causa principal do processo de corrupção nem passa pelo acusado. Não seria exagero dizer que muitos dos acusados de corrupção mesmo quando são apanhados com a mão na cumbuca é porque seguem um padrão de governança generalizado, estabelecido e consentido pela própria chefia que deveria dar exemplos de transparências e que nunca deu ou dá.

E as provas estão aí, do chefe que usa os seus familiares para expandir o seu poder e interesse econômico, em nome de uma era que ele acredita, que agora a propriedade privada não só deve ser respeitada, mas se possível, de maneira deliberada e até descarada, confundida com a propriedade pública. O exemplo disso é a primeira dama que não para de fazer caridade com o que na verdade é público, se promovendo, fazendo uso do poder que o marido tem. E tem mais, fingindo ser o que na verdade ela não é e nunca foi, usando recursos do próprio Estado vindo do Gabinete da Presidência, gabinete que é a maior fonte de corrupção. Dizer que o Governador cessante de Luanda é um corrupto disso ninguém tem dúvidas, mas ele não é o único nesse país que rouba e desvia; ele não é o único que anda sujo e que tem a sua moral esfarrapada; não é o único mendigo da imoralidade, entre os governantes angolanos.


Todos em Angola sabem que as instituições de caridade, ou que dizem ser de caridade e apoio a toda turma de miseráveis, dirigido por aquela mulher e que se transformou num verdadeiro símbolo da corrupção; ou a maneira como um homem pode ser seduzido por uma mulher para se entregar ao que há de mais incorreto e que nada tem a ver com as funções de um Estado sério, na verdade, constituem um verdadeiro canal de desvios de recursos públicos e que tem como cordão ou tubulação o tráfico de influência. Todos sabem que aquela gente, todas sem exceção, um dia nasceram pobres e que jamais criaram com saga de empresariado, que dizem ser, a fortuna que hoje ostentam: bancos, empresas de telecomunicações, minas de diamantes, fábricas de cimento e aquisição e utilização dos lucros de uma empresa pública como se fosse privada, a Sonangol.

Mas o que ainda surpreende é o jeito como a sociedade angolana contempla e aceita a inocência do Camarada Presidente, um camarada presidente, que há muito tempo, transformou-se em clarividente e deixou de sentir a dor do seu povo. É basta ver que a falta de segurança nas nossas escolas, todos podemos ser vítimas e até culpados, mas menos ele.

Nelo de Carvalho
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Doenças Psicogênicas?

São doenças que não existem fisicamente, o paciente acredita que está atacado pela mesma, luta incessantemente por um mal que não existe. Em alguns casos os sintomas se manifestam, como se a doença existisse. E tem mais, o dicionário diz que psicogenia é aquilo que tem origem na alma, no espírito humano. Sem dúvidas nenhuma, nada contra o psiquiatra nem a ciência a que este está atrelado para defender o que diz.



Mas espera aí! Esse tipo de doença é coletiva? Indo de província em província ao nível do território nacional? E por último, pode ser espalhado pelos meios de comunicação de maneira tão simples assim? Já que se acusa estes, os meios privados e independentes, de espalharem uma informação inadequada e de forma exagerada. A polícia diz que só recebeu notificação de 91 casos, em Luanda ou a nível nacional? Aquela ( a imprensa) diz que foram mais de 500 desmaios em diferentes pontos do território nacional, até o comandante da polícia nacional viajou ao Cunene para se certificar. De uma coisa temos certeza alguém está mentindo e exagerando nos dados. E a outra coisa é que a polícia até agora não descobriu nada que seja convincente e que verdadeiramente possa solucionar o problema, evitando que se repitam os incidentes.
A polícia, o governo e o Estado deveriam agarrar-se ao um princípio básico que lhes dá direito de estarem na posição em que estão: o princípio de que tudo merece apreciação daquelas instituições, nada pode escapar, absolutamente nada! Por que e para quê? Porque existe uma sociedade traumatizada por tudo, exigindo explicações de todas as suas “doenças” e males. E para que o Estado seja visto com credibilidade, com confiança e não, simplesmente, uma instituição de corruptos, em que a própria incompetência é o que induz a que problemas do gênero não possam simplesmente serem solucionados. Ou de que as respostas dadas pelas autoridades não satisfazem as perguntas que todos, de maneira simples, nos fazemos.


É tarefa do Estado investigar, incluso, quem está mentindo a quem. Tramando o quê, para e contra quem. Afinal, existe um desafio, algo a ser mostrado, o porquê esta gente está no poder. Eles estão no poder graças a legitimidade dos pobres, estão aí por que são pagos e alimentados com o dinheiro dos pobres; o dinheiro das nossas minas de diamantes, os nossos poços de petróleo; alimentados com o dinheiro dos nossos impostos que cobram a todos os cidadãos. Quem está no poder não está lá de graça –fazendo favores-; está lá a troco de tudo, que eles ostentam no dia a dia de suas atividades. Desde a gravata e o terno de luxo até a postura do suposto cidadão insuspeito a prova de toda inmoralidade e nisso deveria se incluir a vergonha. Atributo raro entre os nossos agentes públicos.


Por isso, a psiquiatria, só, é insuficiente para explicar o que vem acontecendo. Eu já disse: mais recursos poderiam se destinar a esse tipo de caso, se o país estivesse preparado para tal. O que vem acontecendo prova que Angola, nestes trinta e cinco anos de independência, não evolui nada. E que o colonialismo português e as guerras travadas com a UNITA de Jonas Savimbi estão longe de serem os culpados de tudo. Existe um culpado, também, contribuindo nas desgraças de todo o angolano. E o duro é dizer que esse culpado, também, é José Eduardo dos Santos com as suas sucessivas equipes de corruptos que ao longo destes anos estiveram no poder.


Essa é uma verdade que além de termos que engolir, temos que aceitar e reconhecer. E o pior é se José Eduardo dos Santos continuar onde está, a culpa não será só dele e de quem da proteção a ele. A culpa será de todos nós, porque andamos fingindo que temos alguém competente no poder que possa nos dirigir ou, simplesmente, governar esse país como um líder vitalício.

Chega de usarmos a UNITA como obstáculo de tudo para reformularmos o que está aí. Até nossa maneira de pensar hoje passa por um suposto perigo Kwacha, que continua atormentando a vida das populações angolanas. E quê? Mesmo que assim fosse José Eduardo dos Santos não é o único que tem cérebro e inteligência para dirigir uma nação e preparar a mesma para uma eventual guerra ou então se defender de uma suposta desestabilização provocada por aquele bando de terroristas, que tudo já fizeram contra a nação.


O problema da UNITA é um problema de todos os angolanos e não só de quem está no poder. E estratégia nenhuma vinda lá de cima hoje se enquadra mais para combater o resto que sobrou da UNITA. Ao contrário do que se imagina, estas estratégias se reduzem a atos que legitimam a corrupção, ao ódio que se difundem entre os angolanos, quando aquele poder é criticado e não é correspondido por quem assim achar que o que eles fazem só beneficia a turma de quem está no topo da pirâmide e se identifica com o poder.

A verdade é que não existe arma eficaz, nenhuma, em Angola contra a corrupção, enquanto José Eduardo dos Santos continuar no poder, e a UNITA fazer o papel do bicho papão de todos os angolanos ou o terror que a vida de cada um de nós precisa para vivermos amedrontados eternamente.

O que está acontecendo é tudo, menos um atentado contra José Eduardo dos Santos e o MPLA. Quando na verdade são estes que deveriam arcar com as conseqüências pela irresponsabilidade e a incompetência, e nisso estamos subentendendo que os Angolanos sempre tiveram um inimigo interno, frágil, mas não o suficiente de se pôr o mesmo de lado e ignorar o seu potencial revivido a qualquer momento.

Por isso, não importa quem seja o causador deste mal – natural ou provocado por ação humana-, o “gás tóxico”. O MPLA e o governo que está no poder, atualmente, têm culpa sim e devem ser responsabilizados por isso.


O que está acontecendo é um verdadeiro parâmetro, quantitativo e qualitativo, de que até que ponto, nós povos, somos tão queridos por essa gente que está aí no poder. É o resultado de uma variável independente, sim, mas em que a curva de resultado coincide com a curva da corrupção. Cada ponto dessa curva é o despreparo, é a negligência, é o uso indevido dos recursos públicos, a falta de projetos prioritários, em que a vida humana -as nossas vidas-, deveriam ser consideradas; cada ponto dessa curva são os milhões de dólares desviado no BNA, os bilhões de dólares da Sonangol mal investidos, enfim, de tudo o que há de mais caótico nesse país.

Nelo de Carvalho
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A Corrupção e a Incompetência Não Conseguem dar Segurança às Nossas Crianças

Habituaram se a fazer a guerra nas matas contra a UNITA e os Sul Africanos, mas felizmente a guerra acabou e nem por isso a felicidade para os angolanos constitui um fato. Nesse país só a mentira, a estupidez e a ignorância – assim como a bebedeira-, podem tornar feliz quem é infeliz, quem é desestruturado, vagabundo e delinqüente. Só a mentira transforma corruptos em grandes lideres ou políticos. Só mesmo a falta de vergonha torna quadros incompetentes em competentes que se apresentam como solucionadores de problemas, afastando de si as responsabilidades que se lhes deviam imputar, por serem boçais e “desequilibrados mentais”.



Não foi o investigador da polícia, apoiado, talvez pelo próprio comandante, que dias atrás apareceu diante da imprensa fazendo uso de suas convicções de que o problema estava solucionado? Apareceu dizendo que “o mal estava solucionado e que o mal-feitor está às contas com a justiça”. Será que estou enganado?

Diante de um problema sério, um palpite que beira a irracionalidade, ao desespero –talvez-, de querer se mostrar um trabalho inacabado e imperfeito. Um gesto moribundo, retrato da própria negligência, com que o poder estatal angolano dirigido e conduzido pelo “clarividente” José Eduardo dos Santos trata aos cidadãos. Não adianta dizer que este nada tem a ver com o estilo e o jeito com que o Estado – esse Estado caótico e desorganiza- trata ao povo e ao cidadão civil.
Gases tóxicos introduzidos ou não de forma deliberada nas nossas escolas - atitude ou não terrorista de quem seja- é mais um produto refinado que surge das entranhas de um povo sofrido, onde a sua sorte foi lançada na arena da diversão para satisfazer instintos corruptos. Aquela atitude, venha de onde venha e tenha os autores que tenha, é o retrato em terceira dimensão provocado por um fenômeno holográfico, que de momento a momento projeta toda a desgraça desse povo: a incompetência, a corrupção e, agora, nos últimos tempos – talvez sempre- a mentira. As três verdadeiras coordenadas de um espaço tridimensional, onde aquele fenômeno se sustenta e é possível. Tudo protagonizado pelos seus dirigentes, “clarividentes”, “inteligentíssimos” e “grandes estrátegas”. Hoje um bando de mentirosos!

Que vergonha MPLA, a que ponto e nível chegamos!? Hoji Yaenda e Agostinho Neto devem estar se removendo no túmulo; aquele querendo ressuscitar e se perguntando em desespero, por que morri? Este não consegue se conformar que foi tão enganado e tido por todos como um idiota e imbecil por amar o que era possível: um povo!


Quando não são “os gases tóxicos”, são as nossas crianças morrendo às centenas, semanalmente, nos hospitais do país inteiro, ou, ainda, o uso indevido dos nossos recursos. Que de uma forma ou outra, estes, ajudariam muito sim a solucionar imensos problemas. Incluindo o da segurança nacional das populações civis, de dispositivos, métodos de prevenção, ainda que de forma teórica. Formando quadros capazes e especializados, e que preparassem o país para tais eventualidades, em que o objetivo principal seria lidar com esse tipo de desgraças, naturais, ou em que a maldade humana fosse usada como meio desestabilizador de uma nação muito cobiçada por todos ( recalco aqui os estrangeiros, nestes, sim, pode-se recair também as maiores suspeitas).


Ou, ainda, se houvesse tradição nesse país de se confiar no mérito e na competência das pessoas, bilhões de dólares seriam investidos nas mesmas, sim, para se formar quadros competentes. Talvez, entre eles teríamos, sempre, alguém capaz para desvendar o fenômeno que tem atacado nossas crianças, principalmente, adolescentes do sexo feminino e precisamente nas escolas. Duas variáveis que dão a indicação e mostram o caminho de pesquisa a ser seguido diante do caos que agora se instalou na sociedade e no país inteiro.

Com uma terceira variável a ser descarta do modelo de investigação. Se é um gás tóxico deveria afetar o usuário terrorista, que com certeza não estaria bem equipado para evitar que ele mesmo fosse vítima de tal gás. Por que se assim fosse, esse equipamento ao menos deveria ser levado em uma mochila. Mesmo caótica a vigilância de nossas escolas, o risco desse malfeitor terrorista ser apanhado seria grande. Quem poderia ser tão ágil assim? Entrar numa escola, fazer uso do equipamento anti gás que tem, infestar o ambiente, e sair logo despercebido, sem provocar nenhum tipo de suspeitas? Que terrorista, além de ser suicida e burro, correria esse risco e ao mesmo tempo seria tão eficiente e enganar toda uma escola?

Uma quarta variável, também a ser descartada, o mesmo fenômeno se espalhou no território nacional. A possibilidade de que seja uma quadrilha de terroristas bem organizada, querendo destruir o belo trabalho do MPLA e do Camarada Presidente, “que tudo têm feito pelas populações e a nação Angolana”, é extremamente duvidoso. Afinal, essa quadrilha só teria a intenção de atacar a escolas com esses gases? Por que as escolas? E não, por exemplo, o Shopping Belas que foi construído a bem pouco tempo, porque não os mercados e supermercados, enfim, outros estabelecimentos públicos?

Mas a variável a ser perseguida e considerada por exaustão é a de que a maioria das vítimas são do sexo femininos? Por quê?


Ainda assim, acho que o maior problema nessa história toda é a falta de um Plano de Segurança Nacional do Governo de José Eduardo dos Santos para defender as populações de certos desastres e acontecimentos. Homem caduco no poder, oportunista, ambicioso, cínico e mentiroso, sabe que nunca nenhum dos seus netos ou filhos freqüentaria as escolas que as milhares de crianças angolanas pobre freqüentam. Mas como “inteligente” que é deveria incluir naquele Plano, se existisse, a capacitação de profissionais bem especializados em certas áreas. Que nessas situações viessem ao público informar com verdade e não enganar e atribuir responsabilidades aos fantasmas que sempre foram usados para justificar as desgraças desta nação.


Depois que o exercito e a polícia angolana deixou de se preocupar com a UNITA e os Kwachas deveriam também aprender dar proteção as nossas escolas, ao nosso patrimônio público que existe em todo país a fora. E quando digo patrimônio, não é só as minas de diamantes privatizadas e os poços de petróleo. Falo de tudo, das nossas Universidades, laboratórios, hospitais, escolas, portos, aeroportos, enfim, aquilo tudo que interessa a nação, civil ou militar.


Afinal, não é só o Camarada Presidente, a família deste e os seus Generais que precisam de proteção especial. Todos nesse país precisam de proteção do Estado. Todos precisam proteger e serem protegidos, até e, com certeza, as nossas crianças em suas escolas.
Já passou do tempo de as nossas escolas estarem abandonadas, todas elas sem exceção deveriam ter seguranças policiais durante todo o expediente. Que se faça isso por lei e obrigação moral e por uma questão de princípios.


Não era o MPLA que ao longo desses anos soube mobilizar o povo para fazer a guerra? Usando os lemas e os princípios da chamada Resistência Popular Generalizada. Pois bem, se soube fazer mobilizações desse tipo, deveria saber usar a máquina do Estado para pelo menos dar proteção as nossas escolas. O que não é difícil nem caro diante de tanta gastança desnecessária.

Diante da situação assustadora, inexplicável e apavorante, que se ponha o exército e a polícia nas ruas, que militarizem as escolas, mas é preciso encontrar os culpados. É preciso remover e rebuscar tudo que aparente ser suspeitoso, anormal e perigoso. Isso era coisa que se deveria fazer nos primeiros instantes, alertar a população e anunciar o perigo. Diante dos fatos – talvez por ignorância e burrice-, houve um silêncio oculto dos principais meios de comunicação público. Quem explica isso?


Nelo de Carvalho
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