Uma Camisa de Forças Chamada de BNA
O processo BNA exala um insuportável mau cheiro, o difundo está em decomposição. Vai ser difícil continuar a presenciar esse quadro fúnebre e triste. O pior é que o mesmo não pode ser enterrado. E tem gente querendo dar um jeito em tudo. Negando até que o morto não existe –é a típica entrevista na TPA ou na RNA do Procurador Geral da República que continua negando o envolvimento dos grandes tubarões, ou melhor urubus. Esses estão até dispostos a devorarem o morto, e não com o propósito de saciarem a fome, mas por ser um morto que molesta.
E o morto é a questão principal desse processo, porque o cheiro já todo mundo detectou. São as quase quarentas vítimas perseguidas. E ainda não apresentadas pelos meios de comunicação e que a procuradoria usa para mostrar um trabalho longe de ser eficaz e muito longe da eficiência. Estes dois e’s medem o grau de desempenho necessário para se alcançar um objetivo. O objeto aqui é o morto. O terceiro é a efetividade, é o ‘e’ que produz impacto no ambiente em que se está. Nada será feito e alcançado se aqueles dois primeiros não funcionarem como mandam as regras. Mesmo porque os dois primeiros constituem uma condição necessária e suficiente para que o terceiro ‘e’ seja uma realidade.
O terceiro ‘e’ é a mudança do ambiente putrefaço, que poderá sofrer impacto com o aparecimento e o enterro do morto. Enquanto isso ( não se realizarem aqueles dois ‘e’s) não adianta dar a cara para os amigos telespectadores na TV, ou fazer dos ouvidos destes, na RNA, um mictório.
O pior é que a empreitada pode ser mais cruel do que se imagina. Ninguém em sã consciência pode acreditar que o cheiro exalado no BNA vem de um cadáver só. É mentira! A corrupção para os Angolanos é pior que o terremoto do Haíti, fica quase impossível saber de onde vêm os diversos odores ou a podridão que exala o incontável número de cadáveres de baixo dos escombro produzido pelo desastre. A corrupção é mesmo assim, mata as suas vítimas, mas também pode matar quem faz da mesma a sua caricatura e a mascara para viver, num mundo que não lhe pertence, ou seja, um mundo roubado, expropriado de milhões de almas. Neste caso os mortos a que nos referimos são aqueles que por justiça social e pelo bom senso pode o processo BNA produzir, e que o evoluir do mesmo processo não suporta as justificações do Procurador Geral.
O bom senso reflete precisamente as feições de quem não pode mais fingir que aquele odor marcante e sufocante pode vir de mais longe, de todos os lugares; ou, ainda, do lugar mais próximo possível. Por que ir tão longe quando o cheiro exalado pelos cadáveres imundos da corrupção estão tão perto do nosso general? É só ter coragem de apontar o dedo na direção certa de onde vem tanto cheiro desagradável.
Nelo de Carvalho
http://www.blogdonelodecarvalho.blogspot.com/
Nelo6@msn.com
O País Das Aranhas XLI
Leiam sobre os direitos humanos nos Estados Unidos Da América
Publicado no jornal Granma, órgão oficial do Partido Comunista de Cuba, está em espanhol, mas dá para entender. Agora, os democratas, os lutadores pelos direitos humanos, de todo mundo deveriam acionar o Human Right, aquela ONG que dizem defender os direitos humanos em todo mundo. Afinal a essas horas devem estar gritando pelo Zapata, o delinquente cubano, presunçoso, que acreditava ser um preso político. E que morreu como consequência de uma greve de fome. É bem possível que tinha medo de passar os trinta anos na cadéia por ser vândalo e desrespeitar as leis da nação mais progressista e democrática da fase da terra.
La desvergüenza del gobierno de Estados Unidos
De cada cuatro presos en el mundo, uno está en una cárcel de los Estados Unidos. La composición de los presos es profundamente racista: uno de cada 15 adultos negros está preso; uno de cada 9 entre 20 y 34 años; y uno de cada 36 hispanos. Dos tercios de los condenados a cadena perpetua son negros o latinos, y en el caso del estado de Nueva York, solo el 16,3% de esos reclusos son de raza blanca.
· Cada año mueren 7 000 personas en cárceles estadounidenses, muchas son asesinadas o se suicidan.
· Por ejemplo, los guardias en las prisiones de Estados Unidos usan regularmente pistolas Taser. De acuerdo con un informe de una organización, 230 ciudadanos estadounidenses murieron por el uso de este tipo de armas desde el 2001. En la denuncia se citó el caso de una prisión en el condado de Garfield, Colorado, acusada de utilizar regularmente estas pistolas o pulverizadores de pimienta contra los presos, y de atarles después a sillas en posturas extrañas durante varias horas.
· Recientemente, se informó que 72 personas han perdido la vida en los últimos cinco años dentro de los centros de detención de emigrantes.
· Un informe dado a conocer por el Departamento de Justicia de Estados Unidos en el mandato final de W. Bush, señalaba que había 22 480 encarcelados en prisiones estatales y federales que eran portadores del VIH o enfermos confirmados de SIDA, y se estimaba que 176 reclusos estatales y 27 federales murieron por causas relacionadas con SIDA . Por ejemplo, de acuerdo con una información de Los Angeles Times del 20 de septiembre de 2007, se registraron 426 casos de muerte en las prisiones de California en el 2006, debido a un tratamiento médico tardío. De ellos, 18 fallecimientos fueron considerados como "evitables" y otros 48 como "posiblemente evitables". Un recluso diabético de 41 años de edad, Rodolfo Ramos, murió después de haber sido abandonado solo y cubierto por sus propias heces durante una semana. Los funcionarios de la prisión no le proporcionaron tratamiento médico, pese a conocer su condición.
· Al menos en 40 estados de la Unión las cortes tratan como adultos a norteamericanos de entre 14 y 18 años. Unos 200 000 menores son sometidos en Estados Unidos a juicios en tribunales para mayores, a pesar de estar demostrado lo equivocado de este proceder.
· Trece centros de detención de menores en Estados Unidos sufren de altos índices de abuso sexual y en promedio, uno de cada tres jóvenes recluidos denunciaron haber sido agredidos.
· En las prisiones hay aproximadamente 283 000 enfermos mentales, cuatro veces más que en los hospitales psiquiátricos.
· El 4,5% de los presos en cárceles estatales y federales sufrió uno o más ataques sexuales. El 2,9% informó haber sufrido incidentes en los que había estado involucrado el personal de las instalaciones penitenciarias, mientras el 0,5% afirmó haber sido atacado sexualmente por otros presos y por el personal penitenciario.
· Formas físicas y directas de brutalidad y tortura contra presos son endémicas en las prisiones de Estados Unidos. Hace unos pocos años, una película británica, Torture: America’s Brutal Prisons (Tortura: Las prisiones brutales de Estados Unidos), incluye horrorosas escenas de cámaras de vigilancia en Florida, Texas, Arizona y California, en las cuales los guardias golpean severamente a presos —hasta matan a varios— con pistolas Taser y eléctricas, perros de ataque, rociadas de químicas y dispositivos peligrosos de inmovilización. Pero, lo más dañino de la incomunicación prolongada es que ese abuso mental de los presos los afecta de manera profundamente alarmante. Muchos presos se vuelven locos (si es que no eran enfermos mentales ya) o se suicidan, por este castigo infrahumano. Se encuentran en unidades de segregación restrictiva, y muchos de ellos también están en aislamiento —pero el gobierno no da a conocer esos datos. La mayoría de los presos en Estados Unidos que están incomunicados lo han sido durante más de cinco años.
O País das Aranhas XL
O País das Aranhas XXXIX
A Comunicação Que Não Temos
A democracia é uma agenda aberta que nos mostra que em cima de cada erro ou êxito existe sempre um outro desafio a não ser desprezado. Se isso é um fato para cada cidadão, então não pode ser menos para o novo governo que tomou posse; não pode ser menos para o comitê de mais alta estância (o Bureau Político), o comitê que representa o partido no poder; não pode ser menos para o partido que representa o governo e, atualmente, o estado angolano.
Depois da promulgação da nova constituição e o embargue do novo governo naquela nave, os desafios da governança e da governabilidade, a eficiência e a eficácia destes dois resultados (governança e governabilidade) na arte de gestão e administração governamental, terão como desafios o modelo de articulação que existirá entre a sociedade e os sistemas de comunicação em posse de seus proprietários. Aqui o que nos interessa nesse caso é a propriedade pública, ou seja, o sistema de comunicação pública, mais explícito: TPA, RNA e o Jornal de Angola.
A corrupção, palavra chata no ouvido de qualquer malfeitor e corrupto, tem como instrumento de combate eficiente –na sua destruição- a comunicação e a boa informação gerada por este sistema: a mídia. É preciso dar fim a aquela hipocrisia das revistas e jornais que só apresentam as Caras bonitas, alegres do governante exitoso e sem problemas na vida, que nunca prestou contas à sociedade e a ninguém pelos seus atos. Que mesmo quando sabe e tem consciência de suas atitudes ineficiente é apresentado como o sujeito perfeito, incontestável e glamouroso; a perfeita personagem que nos trás o cinema hollywoodiano. Ofuscando, o que há de pior, atrás dos bastidores: o mau uso do erário público; que é o que verdadeiramente interessa a sociedade.
Ninguém está aqui propondo a baixaria, a especulação e a desinformação característica da comunicação da imprensa burguesa dos países ocidentais –que os imitadores mundo afora têm como referência e padrão ideal de liberdade de imprensa- que se espelham simplesmente nos interesses de mercado. Onde vender qualquer informação é preciso; e até desinformar o mundo e o cidadão desses países que tem sempre como objetivo a dominação imperialista caracterizada pela arrogância e a prepotência dos grandes grupos econômicos interessados na alienação dos seus cidadãos.
Nossos artigos, intenções, propostas e idéias levam sempre subentendido a idéia e a visão de que o MPLA é ainda um partido de esquerda ou talvez o único partido de esquerda interessado em produzir transformações sociais que ajudem na construção de uma sociedade mais justa. Nós aqui partimos do início de que o MPLA é ainda um partido sério, onde se pode não só fazer política, mas irmos além, fazendo-se propostas de melhorias.
Nesse suposto esquerdismo não estamos penalizando nenhum direito, de quem quer que seja, incluindo o direito a propriedade privada; que ironicamente é o que mais se tem defendido na esfera da mesma organização. Nada mal quando tal conquista é de direito e uma das modalidades de propriedade que ajudam a desenvolver qualquer sociedade. A idéia aqui, nós estamos subentendendo que isso seja possível, é fazer da democracia um instrumento de todos em que a ação de cada um de nós é preciso para ajudar a democratizar a sociedade.
A pretensão é colaborar, ajudar, mesmo que para isso precisamos nos posicionar de tal forma em que uns só enxerguem uma suposta oposição contra os homens do poder. Não está escrito em nenhum manual de que estes são perfeitos e incorruptíveis e que os mesmos nem de palpite críticos ou de ajudas não precisam nunca. Este artigo não apaga nossa posição diante da Constituição, que reafirmamos, não concordamos com a mesma, principalmente no quesito que diz respeito à distribuição e separação dos poderes. Mas também não impede que o governo atual, empossado, recebe ajuda daqueles que fazem alarde da luta contra a corrupção que é a nossa maior batalha atual, a batalha de todos.
A Proposta e o Desafio
É nesse contexto que parabenizamos o novo governo, oferecendo a nova ministra de comunicação, Carolina Cerqueira, uma proposta e desafio, uma nova frente de batalha, uma arena para solução de conflitos e tornar a democracia um processo social em que todos tenham um mínimo ou até máximo de participação, e não só de quem supostamente pode fazer. Essa batalha, esse campo, é de conseguir a aprovação de uma lei infraconstitucional que torna nossas entidades públicas de comunicação, TPA, RNA e o Jornal de Angola, em instituições autônomas e autárquicas e até independentes se necessário dos três poderes. Fazer dessas entidades um sistema de comunicação livre dos políticos que temos hoje e teremos no futuro. Essa proposta se vincada seria também uma maneira de se provar que a Carta Magna não foi escrita simplesmente ouvindo-se os desejos e pretensões de quem a opinião pública, pelo menos a oposição, acusa de construir a mesma como um traje de ajuste para os seus interesses.
Já que a nova Constituição foi aprovada por consenso da maioria e com argumentação rigorosa e sábia de seus inventores, então agora é hora de provarmos que a minoria está errada; é hora de por no entulho as críticas dos formadores de opinião que criticaram a maneira e o jeito como a Constituição foi aprovada, assim como o que a mesma nos oferece. E que mais uma vez o nosso MPLA está com tudo na direção certa e incontestável. E para isso o mesmo partido e o Bureau Político, comitê que também pertence a Ministra das Comunicações, precisa mostrar que é transparente e que diante da corrupção não tem nada a perder.
Repetimos. É o MPLA, o Bureau Político e agora as intenções da nova Ministra na pasta das Comunicações que têm que provar a nação que a corrupção, com o Tolerância Zero ou sem o Tolerância Zero, está sendo combatida e que contra ela existe uma verdadeira frente. São estes entes que têm que nos demonstrar que o bandidismo, a máfia não é uma característica do Estado e do atual governo angolano. E isso não se faz rebatendo criticas de quem simplesmente clama pela transparência da atividade governamental. Mas com fatos, propostas e desafios. Eis aí um deles! É claro que nada impede que o mesmo seja aperfeiçoado por especialistas e inventores. E é o que não faltam entre “nós”, inventores. Não é objetivo deste artigo entrar nos mínimos detalhes de como a lei deverá ser formulada ou formalmente escrita, coisa que podemos deixar para os especialistas, e também para turma dos inventores.
Também acreditamos que o combate à corrupção é uma frente que o futuro presidente e vice-presidente de Angola terão de enfrentar. E essas duas pessoas físicas com certeza sairão do atual partido no poder e, com certeza, hoje, já são membros do Bureau Político do MPLA. Por isso a nossa luta não pára. E isso apreendemos no seio desse partido, de que a Luta Continua, e que a Certeza da Vitória é a nossa inconformidade, de querermos aperfeiçoar o que não nos agrada. O MPLA, o Bureau Político e a atual Ministra das Comunicações têm uma responsabilidade que vai além de todos.
Primeiro, o combate aberto e desafiador contra a corrupção deve ser independente do Tolerância Zero já proposto. E a Ministra de Comunicação, especialista na área, sabe melhor do que ninguém que a corrupção só se combate tendo um sistema de comunicação bem articulado. E que esse sistema de comunicação não pode defender os interesses de grupos contra ou a favor, não pode defender interesses do Bureau Político, do MPLA, do Ministério das Comunicações ou os interesses do Presidente da República. Esse sistema de comunicação deve defender os interesses da nação, da sociedade e do cidadão que questiona os atos do governo. Mas para isso é preciso dar verdadeira autonomia aos meios de comunicação, evitando a interferência, especialmente do Presidente da República, na capacidade que a comunicação tem de informar a população sobre o desempenho da Administração Pública. É preciso proteger o emprego, a dignidade e a reputação, diante dos fatos, do profissional da área pública de comunicação. E fazer sentir que eles são os verdadeiros “soldados” e combatentes contra a corrupção, merecendo a consideração de toda a sociedade, pelos seus atos de informar, na hora certa e no momento certo, e até no lugar certo.
A Ministra da Comunicação uma profissional que trabalhou diretamente com a informação por longos anos na área, sabe como mostrar aos seus camaradas, tanto no topo do partido, como no governo, qual é o papel da informação para espantar o maior mal da sociedade em que vivemos. E a oposição contra ela nesse aspecto, aqui referido, só existirá se existir má fé de quem se oponha a essa luta. É a luta contra aqueles que roubam o pão de nossas crianças; contra aqueles que marginalizam cada uma delas oferecendo as mesmas uma educação de má qualidade, porque o dinheiro que se deveria investir numa educação de qualidade ou é desviado ou nunca chega ao seu lugar; que privam as mulheres e os homens da nossa sociedade dos empregos que deveriam ter por direito, mas o investidor público ou privado teve que desistir por motivos de má gestão e corrupção; que fazem funcionar nosso sistema de saúde de maneira péssima com a má qualidade que provoca repugnância aos cidadãos.
Este artigo, mais do que palavras, é uma proposta de luta, de uma nova frente de batalha e combate em que todos, sem exceção, estão convidados. É uma proposta de luta contra a corrupção e pela cidadania que tem como primeiro passo darmos um voto de confiança a nova ministra das comunicações. A confiança aqui pode valer para qualquer membro do executivo e os atuais membros do bureau político –mas nesse caso particular queremos aqui tratar da comunicação, que é o instrumento usado para educar e formar a consciência social da nação.
E tudo isso é baseado numa argumentação sóciopolítica cabível: Opto-se pela economia de mercado, pelo regime capitalista e também pela democracia; mas o que falta é tornar o capitalismo acessível a todos e não só para os apadrinhados, familiares e filhos; e, também, por que não tornar acessível à participação de todos na economia de mercado? Não só como clientes e consumidores, mas até mesmo como empreendedores, em vez só dos habituais filhos e afilhados que vemos por aí. E que a idéia sobre o empreendedorismo fique bem plasmada nesse texto, e não pode ser interpretada de maneira vulgar. Fazer da sociedade uma sociedade de empreendedores é tornar nosso sistema de ensino público o melhor e o mais sofisticados possível, fazer das nossas Universidades Públicas centros de excelências, enfim, que os recursos produzidos e criados pela sociedade sejam bem canalizados. E para que esses recursos sejam bem canalizados precisamos combater a corrupção. Corrupção combate-se com informação e transparência dos atos dos nossos governantes. A transparência só é possível se existirem profissionais dotados e preparados, capazes de mostrar-nos que os níveis de transparência estão dentro dos parâmetros desejados e recomendados pela lei, pelo bom senso e a ética. E também que esses mesmo profissionais tenham segurança e liberdade em todos os aspectos possíveis para poderem exercer a profissão sem serem constrangidos por influências externas de quem acha que pode mandar e até desmandar.
Se for numa democracia em que vivemos, porque não incentivar o cidadão a ter maior participação nesta democracia, fiscalizando direta e indiretamente os atos daqueles que nos governam. Passaram se os tempos em que só devíamos viver em função da confiança e das boas intenções destes. Para se fiscalizar um governo e o estado, o cidadão precisa de instrução ou minimamente ser bem instruído; em outras palavras, ele deve ter também confiança no sistema de comunicação. Como os mesmos estão articulados e a informação que esse sistema gera, e o que fazer com essa informação que nos chega dia a dia? Democracia não é simplesmente fazer política de torcida organizada, aqueles grêmios que vemos nos estádios de futeboll mundo a fora. É também poder questionar quem está enfrente do Estado e do Governo, mesmo depois de ser eleito e votado pela suposta torcida.
E isso não pode ser interpretado como caos se existir lei que regulamenta todos os procedimentos, ao contrário, deve ser visto como cidadania; é até aquilo que muitos chamam de gestão participativa: controlar os atos de quem está no poder, fazendo-se o uso da boa informação. Informação que será gerada de maneira imparcial, se existir uma lei baseada nos princípios de convivência democrática. É essa lei que deve permitir transformar em autarquias o sistema de comunicação público da Republica de Angola ou cada uma das instituições que compõe o mesmo sistema, que o Ministério de Comunicação Social deveria nessa fase da nossa democracia trabalhar.
Nelo de Carvalho
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O País das Aranhas XXXVIII
A Fala de um Autista: O General Numa
O País das Aranhas XXXVII
Caso BNA
O clamor da sociedade civil, a gritaria escancarada da imprensa privada e a fulminante opinião dos intelectuais desse país, que não aceitaram ser domados pelas delícias de suborno vinda do estado corrupto e do poder que diz governar esse país, em nome de todos, parece estar exercendo efeito. E estamos diante da prova de que a militância cívica pode ser mais forte e efetiva que qualquer tradicional militância partidária que para mover-se –fazer e deixar de fazer- tem que depender sempre do “grande líder”.
Mas é preciso não nos enganarmos e nos conformarmos com o pouco que há e existe por aí. O Caso BNA não é tudo o que existe sobre corrupção. BNA é cacusso num rio de águas turvas onde quem manda e pode são os grandes bagres. É preciso uma sindicância geral contra o Estado e o Governo Angolano nos últimos dez ou vinte anos de governação e administração.
O desafio de toda a sociedade angolana, do Estado, do governo e de quem está enfrente das instituições é tornar o Tolerância Zero um processo de prestação de contas retroativo no tempo e abrangente para todos os níveis e esferas. Será que existe coragem para isso? Se a resposta é sim. Então pode se dizer também que seria uma maneira de provar que a nova constituição não é um terno ou traje costurado para quem está em frente do Estado Angolano. Precisamos que a transparência de este ou qualquer processo seja nas duas direções: vertical e horizontal. E que os juízes e promotores desempenhem os seus papeis, se verdadeiramente são independentes.
O caso BNA pelo que já temos como conhecimento abrange simplesmente um nível horizontal, e por certo um dos mais baixos política e socialmente falando. A horizontalidade na apuração de responsabilidades de quem andou assaltando o erário está na própria quantidade das pessoas acusadas e o papel e posição que estes ocupam na administração pública. Quando se sabe que as cifras desviadas, pelos seus valores astronômicos, precisariam de um gesto de acenação de alguém que se encontra em níveis superiores.
O casoBNA não pode camuflar os tráficos de influências, estes sim que têm caráter vertical, principalmente de algumas personalidade noutro hora humildes pessoas onde seu patrimônio não passava de um salão de beleza e que hoje são proprietários ou donas de bancos. Ostentando até títulos monárquicos de princesa, numa nação onde tais personalidades perderam essa pose há quatro ou cinco séculos atrás como conseqüência da escravidão. O tráfico de influência, aquele que chega até em Lisboa, usando os títulos mencionados, e até o que existe por toda cidade de Luanda também deverão ser investigados. É esse tráfico de influência que faz com que a riqueza e as oportunidades que uma sociedade oferece aos seus cidadãos se acumulem só num lado da sociedade. Este mesmo tráfico permite que determinados grupos econômicos, hoje, além das facilidades e privilégios que recebem de todos, monopolizem certas áreas da economia nacional. Provocando ainda a oferta de produtos e serviços de má qualidade para os consumidores nacionais. O exemplo aqui pode ser tirado nas empresas de Telecomunicação Nacional ( em particular na área de telefonia celular) que todos nós sabemos têm serviços de qualidade péssimas devido ao monopólio dos serviços que elas ostentam.
O tráfico de influência um instrumento de relacionamento incutido pela burguesia angolana a toda sociedade é a maior causa de enriquecimento ilícito; que poderia ser investigado se contássemos com uma imprensa pública livre de verdade; que pudesse denunciar as relações mesquinhas nos bastidores onde só o ideal pequeno burguês tem vez. Não é função do mesmo jornal ir na contra-mão da opinião pública em nome de uma luta partidária onde quem é simplesmente defendido é a velha oligarquia dos combatentes e ex-guerrilheiros que aprenderam a pensar que o país inteiro deve ser submisso aos seus desejos “patrióticos”.
O Jornal de Angola que tanto clamava pelas provas que se deviam apresentar contra os corruptos terá agora matéria suficiente para falar um pouco mais de corrupção. E não ficar jogando areia nos olhos da população que é a verdadeira proprietária do mesmo jornal e a que merecia ser bem informada com relação aos fatos de incompetência e corrupção dessa administração.
Esperamos desta vez uma melhor postura não só do Jornal de Angola, mas dos diferentes setores da imprensa pública. Que a Nova Constituição inventada, por lei infraconstitucional, já deveria transformar os mesmos setores em autarquias. E não dependerem, o emprego de cada um de seus funcionários, do olhar “clarividente” de sua excelência o Senhor Presidente da República, chefe do executivo, que tudo pode e em tudo manda. Permitindo assim que o status quo: a corrupção, a incompetência, a mentira, as falsas promessas, o fingimento, a imperícia e a mediocridade continuem sendo protegidas por Pandorra. Ou o trio sacro-santo da informação propagandista que deveria estar ao serviço de um povo: TPA. RNA e Jornal de Angola. E não do material perecível que a história pôs de lado: os anos de propaganda esquerdista ou comunista que ajudaram a elevar o fervor revolucionário da nação e elevar de maneira triunfal o atual partido no poder no topo da conquista. E que hoje aquele trio que deveria desempenhar sua função na reconstrução e desenvolvimento da sociedade angolana, age precisamente ao contrário, encobrindo a sujeira e a imundice que só a turma dos heróis da independência sabem esconder.
Além do Tolerância Zero, precisamos de uma revolução da informação nesse país. Quem deve informar a nação é a lógica, o rigor, a vivência, a razão em vez da típica luta partidária; que hoje se transformou em atípica. Tudo uma estupidez de quem acha que os governados podem ser tratados como baratas.
Nelo de Carvalho
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Você está preparado para a chegada do colapso econômico e da nova Grande Depressão?
O País das Aranhas XXXVI
O País das Aranhas XXXV
Não me dei o trabalho de pesquisar tal palavra. É deverás uma palavra um pouco estranha, tudo que surgir aqui sobre ela é mais uma outra invenção. Diante da realidade angolana não precisamos desprezar a capacidade inventiva do autor. Tudo o que será dito aqui pode ser uma maneira de encararmos a verdade sem querer nunca reconhecer sua existência ou, ainda, fingir que ela não existe. Ou então fazer da mesma um sofisma, aquilo que jamais alguém alcançara, não importa o esforço usado em tal aventura na busca da verdade. Não é objetivo deste autor, ao contrário, queremos aproximar o leitor, ainda que seja de maneira penosa, o mais próximo possível da realidade e até da verdade. Este autor é obcecado por ela.
A palavra em estudo também pode ser, mais uma vez, invenção nativa, produto da intelectualidade angonlense, que procura sair a todo custo do subdesenvolvimento, acreditando que para isso deve se igualar ao colono, um colono embusteiro que no andar dos séculos não convenceu ninguém da sua suposta evolução.
A palavra talvez tenha origem nas Escolas de ensino de cultura lusitana ou de influências dessas. Geralmente Escolas de mentalidades coloniais que transportam o espírito do complexo de inferioridade típica de um país de gente colonizadas, por colonizadores igualmente atrasados e subdesenvolvidos, que fizeram da fanfarronice espiritual o instrumento de dominação colonial e que hoje ainda vitima uma nação, até na mais alta representação do Poder Estatal.
É a ignorância querendo transparecer, apresentando-se como bajuladora; é a mediocridade que quando já não pode ser rejeitada aproveita a sua chance de se vulgarizar e se prostituir.
Como um fantasma, aquela, a ignorância, querendo se encarnar num corpo estranho e perverso, o corpo da bajulação, que contaminou e contamina cada vez mais a sociedade, a família e o Estado angolano. É a bajulação querendo inventar ao estilo do nativo culto que viajou, estudou, formou-se, conheceu novos horizontes, até a Metrópole Colonial tida como culta e civilizada. É produto importado vindo daquele lugar para agradar o soba ou o monarca nativo. A bajulação parece especiarias da era da intervenção colonial que ajudaram a corromper as autoridades nativas e assim facilitar a intervenção e o domínio colonial.
A “Clarividência” foi promovida pelo espírito da cultura da bajulação. Foi a mesma bajulação que elevou do nada personalidades, de um dia para outro, sombrios ou ensolarados, já não faz diferença, ao parlamento. Surpreendendo os cidadãos que vivem sonhando com atitudes exemplares de seus governantes. A propósito, a falta de exemplos e vergonha são os outros quesitos que tornam a estes em ilegítimos. Talvez seja, a meu ver, essas duas falhas, nada pouco, que acentuam a ilegitimidade de alguns governantes. Pois, mesmo quando se ganha por maioria, simples ou absoluta, não se pode governar com auto-suficiência e arrogância absoluta. A lição vinda dos melhores mestre diz que precisamos contar com todas as forças.
Ontologia, por definição parece ser uma espécie de avatar que blinda certos seres do mundo real, protege-os de tudo, das moléstias que afligem os simples seres mortais, no mundo da miséria e da percepção. Ou ainda, além de seres especiais, torna estes mais seres do que os outros (entre angolanos existe isso: uns são mais seres do que os outros), além de incontestáveis, estão na escala dos preferidos. Uma escala que o mundo real não tem idéia de suas dimensões, eles são porque são e ponto final. Porque a bajulação e a mediocridade assim os definiram. Naquele mundo, da mediocridade e da bajulação, são quase infinitos em todos os aspectos, sem dimensão, e quando se imagina que têm alguma dimensão pode soar a ofensa.
Neste processo de crença inabarcável e incontestável daquele mundo juntaram-se as duas palavras: Clarividência e Ontologia. A primeira chama e funde-se na segunda de maneira implícita. A segunda mesmo sem ser mencionada pelos seus criadores está explícita, afinal qualquer invenção tem o seu produto, nesse caso: processo de não só agradar, mas ocultar aquilo que é inservível e que pode continuar a ter alguma função social –suposta função social; ocultar aquilo que é inútil e que já não compete e nem está a altura.
A fusão das duas palavras, para bem ou para mal, espelha a mediocridade nascida do desespero de se criar qualquer coisa. É também o retrato de uma nação que continua fazendo da cultura um luxo de quem pode, de quem é claro, “vidente” e ontológico. Até nisso existe uma divisão social.
Essas são as coisas inventadas no mundo da mediocridade e da bajulação.
Nelo Carvalho
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Em Homenagem ao 4 de Fevereiro