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A Falsa de Um Resgate

 O conjunto de valores existentes numa democracia, mesmo podre como a nossa, é um mar  turbulento onde o MPLA, “como salvador da nação”, já não pode navegar ou ainda nadar se continuar a ter essa direção que aí está. É preciso sim resgatar tudo nesse país. E quem merece ser resgatado não são as ONGs, as organizações da sociedade civil ou quem de maneira independente e por iniciativa própria tenta combater a corrupção.  Quem tem que ser resgatado é o MPLA, os seus dirigentes, a turma dos poderosos intocáveis -(in)sensíveis a todo tipo de crítica-, o mimado que hoje se transformou em príncipe ( ou simplesmente, “o príncipe mimado”), se ainda vale a pena resgatar o mesmo.


 O corrupto (ou os corruptos) não estão aqui em baixo. Isso é uma infâmia, o povo não é corrupto. Corruptos são aqueles que fingem governar um país  onde só os indecentes são os subordinados ou o cidadão comum, o pacato cidadão; corruptos são aqueles que se convenceram pela força da arrogância e da prepotência que seus atos não merecem ser questionados e que tudo que fazem está acima de qualquer suspeita.

 A covardia e o medo de se sair maculado depois de tantas promessas e anos de governação desastrosa têm constrangido o poder. Essa é a pura verdade! A corrupção virou um fantasma monstruoso, um pesadelo, tornou sonâmbula a vida de quem esta na cadeira de Presidente da República. É fácil imaginar numa reunião do Bureau Político do MPLA, como seus integrantes se dirigem a palavra –entre si-  quando o problema é a  corrupção. A mesma tornou-se a sombra de cada um deles. A corrupção é aquele sonho de terror e maldição que ninguém, no dia seguinte, tem coragem de narrar ao parceiro, ao colega de trabalho. A verdade é que passou a ser um tema proibido! Mas por incrível que pareça é ela que vai engolir a todos vocês ( os corruptos).

Não são as ONGs, as organizações civis, o pacato cidadão que têm que ser moralizados contra a corrupção – a não ser para combatê-la. Ao contrário, são a esses, que aquele poder corrupto que se transformou em sanguessuga e mentirosos, devem prestar contas e  abrir diante da imprensa e de toda opinião pública nacional as “transparências” dos atos daqueles que estão no poder.

Chega de fingir que são defensores do povo e que tudo  o que fazem, fazem em benefício da nação; chega de invocarem fantasmas externos. Quando se sabe que os piores fantasmas no processo político e social de um país que precisa se democratizar são aqueles que vivem mentindo, ocultando e omitindo o que todo mundo já sabe: “vivemos diante de um sistema corrupto em decadência que não encontra saída ou portas para dar vazão a suposta moralidade que querem incutir nas outras pessoas ou grupos da sociedade civil”.

Por isso, convocam ONGs para neutralizar o bom trabalho que as mesmas vêm realizando, quando o que se trata é  de denunciar os corruptos. Estão querendo, deliberadamente, persuadir a que todos entrem no mesmo circuito, onde o maior vício e a maior das  aberrações nesse Estado e Nação chamada de Angola é concordar com o lixo  e  todo tipo de  excrescência que o poder produz.  Estão querendo, mais uma vez, dar proteção e escudo ao sujeito mais suspeitoso, o mais acusado de todos, o menos inocente de todos e talvez o mais culpado de todos  de ser corrupto e de ser conivente com a corrupção.

 Reunir as ONGs, ou as supostas organizações civis é a típica características de pessoas sem escrúpulos que não excitam em culpar inocentes em nome de acobertar suas próprias falhas, erros  e atos deliberados de roubo e corrupção.

 Estão querendo agora culpar a toda nação, precisamente, de carregar total ou parcialmente a culpa que só os corruptos do governo dessa instituição angolana e fracassada chamada de Estado tem. Estão querendo fingir que a corrupção não existe e que quem pensa nela é o inimigo a ser abatido. Todo mundo sabe que é mentira. A corrupção está aí, faz discursos; engana o povo, fingi que é militante número 1 e, o pior ainda, engana a todos fingindo que trabalha e faz em nome do povo.

A corrupção perdeu a vergonha, na verdade ela nunca teve um pingo de vergonha, e de maneira descarada ainda acha que nós devemos favor a ela ou a ele. E que devemos aplaudir tudo o que esta sendo feito, mal feito, roubado e desviado. E acha que somos um bando de idiotas que devemos nos conformar com as migalhas das rendas extraídas do petróleo.

Eu até concordo com o MPLA que valores precisam ser resgatados. Mas  que o resgate comece onde mais se precisa. O último Congresso do MPLA passou e não houve nem o resgate do bom senso, que é a de fingir minimamente que o mesmo partido vive em épocas de um regime democrático. Todo mundo engoliu, por força do habito e das circunstâncias, a palhaçada de uma eleição presidencial partidária sem concorrente.

Todo mundo finge que é uma blasfêmia contestar um individuo  que ocupa dois cargos de uma só vez, no mesmo espaço e no mesmo tempo –ou vários. Todo mundo finge que Agostinho Neto ainda está vivo e que quem está na posição ou cargo dele é o fantasma dele mesmo que deve continuar a ser referenciado e idolatrado como no passado. Um fantasma só não pior que o El Cid o Campeador, esse ao menos aceitava inimigos para continuar a se gladiar e tornar sua existência numa infinita batalha. Enquanto uns por aí nem  críticos aceitam.


Nelo de Carvalho
Nelo6@msn.com
   

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O General Ndunda

Este artigo é o produto de uma inspiração vindo do personagem acima mencionado. Aproveito o mesmo para refletir mais uma vez sobre a incansável luta travada por milhares ou até milhões de angolanos que sonham um dia em alcançar o poder.

O Poder aqui referido não é necessariamente o quase impossível topo da pirâmide almejado por qualquer mortal. O direito de sonhar é uma “grande mania” que não se lhe pode privar a nenhum dos seres humanos. Aquele, o Poder, reivindicado “por todos”, mas que só uns, pelos vários destinos que a vida nos reserva, podem alcançar. Uma infinitesimal e irrisória quantidade de pessoas em uma geração chegam lá, quando um verdadeiro regime democrático livre das tragédias sociais permite.


O poder aqui também é aquele que pode estar nos primeiros níveis da base da pirâmide, e a nossa condição de humanos e pessoas comum e normais, segundo as nossas qualidades, nos permite alcançar. E assim ajudarmos com a mesma força e intensidade à construir um país onde cada vez mais pessoas possam se sentir felizes e melhor recompensados. O poder aqui referido é o poder do gestor, do técnico na fábrica, do engenheiro, do chefe de turma na aula, do coordenador de um grupo no sindicato ou dentro de um partido ou até mesmo as diferentes posições ou cargos que existem no setor público.

O Poder aqui é também o poder do professor, o mestre, que tem a capacidade de influenciar seus discípulos, alunos ou não, a organizarem-se e a ensaiar a democracia desde os primeiros níveis de educação. Para mim a sala de aula, a turma, a escola, até mesmo o ginásio infantil podem ser vistas como “instituições” já a serem consideradas e aceites onde a democracia deve ser plantada e exercitada. A luta pelo poder deve ser inserida no programa de educação como um objetivo que vise a melhorar a vida da coletividade; como algo que enterre as pretensões individualistas na comunidade. O individualismo deve ser visto como um meio e não um fim.

Ao dar continuação neste texto, quero advertir que conheço pouco ou nada o General Ndunda. Assim, é pedindo desculpas e com todo respeito a este que quero dar continuação ao mesmo. Este escrito é só uma reflexão sobre alguém que fez dos interesses sociais um motivo para “subir na vida”. Como gostam de dizer alguns dos nossos compatriotas. O interessante aqui é a visão e perspicácia de saber cruzar o útil e o agradável; onde o útil são os interesses da comunidade, do país ou da nação; o agradável é “subir na vida”.

Na luta pela conquista do poder, além dos mecanismos legais e institucionais, o civismo e a educação são instrumentos que ajudam a manter o equilíbrio social e evitar crises. Crises que levem à guerra e ao desesperos daqueles que por alguma razão algo se lhes rejeitou ou negou durante um determinado processo. Não estamos aqui defendendo a paciência daquele conformista que se contenta com a ordem das coisas, mas da paciência do individuo que faz do mérito o instrumento viável e inquestionável para se chegar ao topo.

Ele ( o General) pode ser a prova de que os interesses de uma Angola clamando por justiça, paz, civilidade e harmonia estão em cima de qualquer interesses partidários; e qualquer cobiça enraizada num individualismo cego e incompreensível. Aquele General sob separar com detalhes e afastar os interesses Savimbistas com a de toda uma Angola que clamava de todas as partes a democracia.

Seu êxito é uma vitória contra a infâmia, contra o ódio tribal bailundo ou sulano que corrói a mentalidade de muito dos nossos compatriotas. Esse ódio induzido com direção e destino pela oposição em geral contra o partido no poder, contra os governantes que atualmente se encontram no poder; ódio que sempre transmite a mesma vestimenta dando a entender que Angola é mais de uns do que de outros. Um ódio que esquece que cada cidadão deve ocupar a posição que lhe corresponde segundo suas qualidades e méritos independentemente da raça e da etnia.

Como dizia, conheço pouco aquele profissional para meter-me aqui a traçar linhas elogiarias, mas ainda assim precisamos reconhecer o seu profissionalismo; que chega ser admirável e “impossível” num país onde se mata ( e se matou) e se morre por se ser do MPLA ou da UNITA. Onde estes últimos fizeram do crime e do terror um meio para se darem a conhecer e fazerem sentir sua existência. Fizeram do terror e do crime um meio para protestar e reivindicar diretos, às vezes, não conquistados e impossíveis de alcançar.

Não estou sendo cruel, mas fica fácil concluir que Savimbi e os seus discípulos, que tanto clamavam por um regime pluripartidário esqueceram-se do mérito nas suas presunções para a tomada do poder. Fizeram da truculência e das ameaças as peças do tabuleiro que o jogo da democracia nunca precisou em nenhum ambiente civilizado. Moral da história: simplesmente foram derrotados! O General Ndunda, vendo a coisa no aspecto pessoal, é um vitorioso. Dir-se-ia mesmo é o Kwacha com maior vitorias acumuladas. Talvez pela primeira vez a palavra Kwacha, no ambiente angolano, possa servir de orgulho para aqueles que assim se consideram. Uma vitoria merecida no meio de tanta disputa pelo poder. E verdade diga-se, que o General Ndunda também sirva de exemplo aos quadros não só da UNITA, que acreditam que uma democracia passa simplesmente pela solução dos seus interesses tribais e ou partidários –coisa muito feia! Mas também que sirvam de exemplo aos quadros do MPLA, que acreditam que o país é uma propriedade deles ou que lhes pertence –egocentrismo da maior espécie! E que tudo em Angola deve passar pela aceitação e acenassão do partido no poder para que vingue –bajulação e oportunismo!

O fortalecimento das instituições democráticas só é possível se aprendermos a sacrificar os primeiros, o individualismo, em nome dos últimos, todos. Isso significa em dizer que é a Bandeira de Angola que tem que ser protegida e levada a todos os cantos desse mundo quando precisamos nos identificar como Angolanos. É o hino de Angola que tem que ser entoado quando a saudade bate no peito, se existe o mínimo de patriotismo. É com o escudo nacional que temos que nos proteger quando o nosso orgulho e ufanismo estão em perigo. Sem continuarmos na eterna briga de que quem fundou, quem participou ou quem não participou.

O General -e é bem possível com a sua turma- é a evidência de que uma Angola do futuro não pode ser construída zerando-se o passado, por certo, um passado glorioso e de tantas vitórias.

O General é a prova de que revanchismo e revisionismo não levam a êxitos, principalmente aquele que prega a destruição do nosso passado. Em outras palavras quem quiser chegar ao mais alto nível do topo da pirâmide, como ele chegou, vai ter que vestir a camisa de todos os angolanos, as das cores que representam a nossa nação, cantar o mesmo hino e ter que venerar o mesmo herói nacional. É duro, é difícil, mas é o que temos, é o que conseguimos construir até hoje. Quem sabe dentro de 500 anos outros viram e serão melhores que Agostinho Neto e até mesmo melhor que o General Sachipengo Ndunda que está aí, ainda vivo e trabalhando para continuar a dar exemplos.

É a essa gente que devemos tomar como exemplos.

General, seja bem-vindo ao poder! Estamos aqui para torcer. Agora é trabalho e trabalho!

Nelo de Carvalho
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Nelo6@msn.com

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As Eleições Brasileiras

Se de certa maneira podemos associar o poder político aos Céus, ao Paraíso ou até mesmo ao Inferno. As Eleições nos regimes democráticos podem ser vistas como as escadas a serem usadas para um dia se chegar aquele lugar. É claro que democracia está muito longe de ser só o exercício ou o simples ato de votar. Esse ato no Brasil existe há mais de 150 anos, talvez. Ou seja, há mais de 150 anos que Macunaíma vem sonhando vendo-se ele no poder representando gente como ele; gente como ele é a imensa maioria da população brasileira, o pobre, o negro descendente de escravos, o índio tupiniquim ou não e, também, toda raça de imigrantes que este país de mestiço ao longo de sua formação sob atrair e provocar as variadas cobiças. Só tenho algo a discordar aqui. Macunaíma não é necessariamente um preguiçoso. É a imagem de um povo trabalhador que sabe fazer da metamorfoses o remédio para sobre viver e tentar resgatar aquilo que é seu de direito: o Brasil de todos!


Todo processo eleitoral, nele, está nitidamente refletido a luta de classes travada, tanto no presente como ao longo do tempo, em que a estrutura social, econômica e cultural do país se construiu e se quer dar ou não continuação aos mesmos. O Brasil é um país de odiosa desigualdade social protagonizada ao longo de sua história por uma classe dominante privilegiada: racista e genocida! Por certo, no meu entender, a mesma que declarou a independência do Brasil, mas que, também, por força de constrangimento e pressão externa declarou a abolição da escravatura. Que fique bem claro aqui o entendimento: “declarou”!

É a mesma que, ainda, declarou a República como vingança de um acerto de contas entre grupos econômicos que na época se de gladiavam pelo poder. O último precisava vingar-se do primeiro porque saiu perdendo com a declaração da abolição da escravatura. Entendemos aqui que desde o nascimento desta nação o poder só foi transferido entre grupos sociais e econômicos que sempre pertenceram à mesma classe social. Eles forjaram, com o passar dos tempos e da história, o caráter reacionário e conservador que a consciência social brasileira tem sobre política interna e externa. Principalmente contra o seu próprio povo. O Estado Brasileiro, até hoje, é, sem formas figurativas, um Estado colonizador e explorador do seu próprio povo, que sustenta uma burguesia opressora e antipatriótica à serviços de potencias imperialistas estrangeiras.

A sociedade brasileira está muito longe de ser uma sociedade politizada. Se entendermos aqui a politização como um fenômeno de esquerda ambicioso com ânsias de negar tudo que é velho, caduco e conservador ( a velha ordem social imperante, exploradora, herança colonial e escravocrata). É desta ordem que se reflete todas as formas de preconceito e entre elas a mais crônicas e moribundas.

A apologia pela despolitização da sociedade é de tal forma que se nega até nos meios intelectuais, tidos como bem conceituados. Nega-se a supervivência de qualquer forma de Revolução. Não! Revolução não é sinônimo de Guerra –digo eu! Che Guevara não era um guerrerista. Era um homem que lutava pelas injustiças sociais. E diante de tudo que viu e sofreu, pegar em armas era sua última alternativa. Assim, não devemos confundir necessariamente revolução com guerras e violências de todas às espécies.

Revolução, aqui, é o golpe de Estado de 1964. Dado por um grupo de militares neo-fascistas e anticomunistas, que por certo interrompeu o processo democrático que já vinha amadurecendo. O termo “Revolução” no Brasil adotados pelos militares golpista é uma mentira elaborada pela extrema direta para justificar as atrocidades do golpe 64.

A nova fase da democracia Brasileira começa com o fim do regime militar na segunda metade da década de dos anos oitenta. Nesse cenário são legalizados todos os partidos de esquerda, e no mesmo nasce o Partido dos Trabalhadores, o PT. Numa versão angolana, o PT é o “MPLA do Brasil”. A diferença é que este, em Angola, é o fundador da nação e está no poder desde o nascimento da mesma e tem o poder. E exerce o mesmo quase de maneira soberana e absoluta; forjou uma classe dominante, que na sua maioria representa os nativos do país, se vermos as coisas do ponto de vista antropológico. O que não deixa de ser um avanço na construção de uma nação. No Brasil não é assim. O Brasil é dividido no Brasil branco e rico; e o Brasil mestiço, negro, índio e tudo isso misturado a pobreza sem perspectivas nenhuma.


Aquele, o partido brasileiro, o PT, experimentou o poder há oito anos atrás. Nasceu no início da maior crise ideológica do século vinte -a caída do muro de Berlim e o fim da União Soviética. Assim, não teve tempo de amadurecer sua inspiração original, as idéias socialistas vinda dos partidos de esquerdas mais radicais. Diz- se por aí que abandonou todas elas. A única coisa e êxito que devemos reconhecer no mesmo é de ser o maior partido de massas da nação Brasileira, um país de dimensão Continental. O PT é quase a expressão mais ampla de todas as camadas sociais do Brasil, soube representar esses e assumir o compromisso de tirar da miséria milhões de Brasileiros, fazer com que esses se sintam representados como brasileiros em todas as esferas do poder.

É preciso reconhecer, que na evolução do Brasil, o poder sempre esteve longe dos nativos, representado (o Brasil) de maneira alienígena ( estranha). Afinal, o Brasil tem uma característica incomum: não declarou a independência no grito de guerra. Não foi o índio, o negro ou mesmo o mulato que declarou essa independência. O PT, se não trair as suas origens, hoje é o partido que se apresenta em melhores condições para envolver todos aqueles indivíduos no processo de construção de uma nova nação brasileira, onde os “ macunaímas da vida” se sintam representados. A façanha do mesmo Partido é incontestável. Nem os Comunistas chegaram tão longe. Á propósito, o Comunismo aqui é um fracasso, e a culpa não é só dos adversários políticos que andaram infernizando e diabolizando o mesmo.

O Partido dos Trabalhadores foi fundado por um metalúrgico no meio de tantas reclamações sindicais. Na época e até hoje, era o que o Brasil precisava, a representação maciça do seu povo no poder.

Mas precisou-se de longos vinte longos anos de idas e vindas nas urnas até a vitória do Lula.

Por que o Governo Lula Está Entre os Melhores Governos Brasileiros?

O Governo Lula no Brasil é o fim de um projeto reacionário de Estado para com o seu próprio povo. É uma tentativa da luta de classe de se dar chance a representação popular no poder – não o popular de populismo, o reacionário, boçal, mentiroso, fanfarrão e de direita-, mas o popular na expressão mais classista da palavra. O popular que vê no ser humano de ter o seu direito, intransferível, inalienável e inegociável. Esse direito que é de todos, pertençam uns ou não a uma de terminada classe, etnia, raça ou religião; enfim, as supostas diferenças humanas aqui não são questionáveis. O que vale é que cada um de nós esteja representado no poder.

Lula, e talvez o PT, é a antítese de uma classe dominante representados sempre naquele Estado, herança de um regime colonial e escravocrata, que nunca se prestou a se identificar com os Brasileiros.

Num país com tradições conservadoras, moduladas por preconceitos religiosos, provincianos e burgueses, a Dilma é o resultado de um processo de evolução que de preferência esperamos que tenha continuação por longos anos. É o resultado de uma encarniçada luta de classe; classicamente, dir-se-ia mesmo, é o resultado da luta do bem contra o mal. Feio e promiscuo expressar-se desta forma, mas é o que parece ser, porque nesta luta está a esperança de milhões de pobres brasileiros que sonham em viver num país onde a riqueza possa ser melhor distribuída.

Dilma e o PT de Lula é o resultado da teoria fundamental de como o Estado deve ser construído em nossa época, privilegiando-se o que é público ou o que é privado.

Existe um projeto de Estado que caracteriza hoje a política social brasileira e que é encabeçado pelos movimentos sociais de esquerda encabeçado pelo PT no poder. Este projeto tem a chance de pôr o Brasil a crescer economicamente com uma média anual acima de 6% que poderá pôr o Brasil não só entre as maiores potências econômicas do mundo, mas tirar o mesmo da condição de país de terceiro mundo e elevar o mesmo na condição de país central de primeiro mundo com índices sociais aceitáveis.

A direita que sempre esteve no poder se recente disso. Tem medo de que a esquerda tenha êxito no seu projeto. Esse projeto que vem dando certo com a posse do Presidente Lula pode ser o calcanhar de Aquiles que levará a direita ao túmulo por tempo indeterminado. O PSDB de Fernando Henrique Cardoso e o seu sucessor José Serra estão com inveja e pavor de um êxito retumbante daquele que é metalúrgico e que mal terminou o ensino médio, que com toda a sua turma, a esquerda brasileira progressista dêem certo.

Existe um preconceito no Brasil que diz, “pobre nunca pode dar certo”; êxito de pobre é trabalhar até a exaustão e morrer; e que pobre só da gastos e problemas. Com a esquerda progressista e o PT tem se demonstrado o contrário. O pobre é a solução para o país, o exemplo está no próprio Lula. Assim, Dilma é a continuação desse grande projeto, onde a representação de toda a nação Brasileira é cabível.

Torçamos e votemos nela!

Nelo de Carvalho
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Nelo6@msn.com

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A Dureza de Ser Presidente da República

Si se é de Angola pior ainda; pior ainda é ser acusado por um folhetim de distribuição semanal que se diz livre e gladiador pela democracia e de ter direitos de informar, ainda que o boato disseminado dentro do candogueiro seja a fonte de informação ou a prática que se deve usar para informar. Estar na boca do povo já é duro, imaginem estar na boca de um fofoqueiro e traiçoeiro como Wiliam Tonet e os homens da sua turma, subornados pelos dólares ou os miseráveis Kwanzas, que nunca se explicam de onde os mesmo vêm. Todos eles loucos por ganharem protagonismo na custa de pessoas inocentes, na custa do povo que eles dizem quererem informar e tornar livre.

Confesso que até senti pena do Nosso Presidente, jamais queria estar na pele dele. Ter de ser caluniado, às vezes, até sem ter direito de resposta, porque sua função, o cargo, nem sempre permite.


Mas o presidente se deu bem, como nunca, e sempre tem uma primeira vez, veio ao público desmentir a infâmia, a calunia, a pantomima e “a mentira” de que sendo pai de alguém abandonou o herdeiro a sorte e ao azar, porque, talvez, pretendesse livrar-se de um passado obscuro.

Nós acreditamos no Presidente e na sua inocência, mesmo porque para os africanos, nunca foi problema nenhum ter filhos bastardos, ao contrário, somos parte de um povo que quando descobrimos por aí um rebento, perdido em algum lugar, o que vem depois é uma grande festa, regado a kimbombo e a maruvo. É a velha tradição africana do homem procriador! Infelizmente a criatura nem de longe pertence à corte; onde está o DNA para se confirmar tal achado; onde está a suposta obscuridade em tudo isso?

A fofoca é uma intenção deliberada da Folha 8 de quer manchar a imagem do presidente como personalidade pública que tem hábitos reservados. Pode ainda estar caracterizado como um ato de vingança e até inveja daqueles que sonha com a destruição da imagem do presidente. Ou, para àquela publicação, querer ocupar nos meios de comunicação lugar de destaque como o Semanário ou o Jornal que tem habilidade de descobrir e desvendar o que existe nos bastidores do poder, mesmo quando a notícia carece de importância.



A dureza de ser presidente é de ter também que lidar com o infantilismo da imprensa privada nascida num sentimento de ódio e rancor e de indivíduos que não têm nada a perder, quando o que se trata é a conquista do poder, usando-se as facilidades que o regime democrático oferece: entre eles, caluniar adversários sem as mínimas provas possíveis. E sem mesmo condições para prová-las. É o denuncismo barato que virou moda num país que despertou diante das delícias do hábito euro-ocidental de se desacreditar o político e a política em troca da desordem e do caos. Diante do fracasso de não conseguirem alcançar o poder sempre pretendido, é querer tornar banal o que é sério: o cargo de Presidente da República e as responsabilidade que o mesmo tem para com a nação.

Os fofoqueiros de plantão não perdem de vista qualquer ato de vingança e maldade contra o homem que está à frente do estado e da nação. É como se a tal liberdade de imprensa proclamada e reivindicada aos quatros ventos tem como fonte o próprio diabo, e a vítima é sempre o “coitado” do Presidente e a sua família. Se calar diante da calunia “é porque quem cala consente” e admite os fatos surgido no submundo das inverdades e dos boatos; se sai para se defender haja “cargas de águas” para se suportar o mundo dos cívicos que tudo têm na ponta da língua para “botarem” defeitos num simples gestos de direito de defesa. É como se a natureza humana não devesse reagir diante de tantas agressões e injustiças.

Afinal, ele foi acusado de abandonar uma filha, o que não seria elegante, e não teria o porquê. Nossa argumentação aqui é precisamente porque acreditamos que conhecemos bem o homem angolano, sua cultura, seus sonhos. Este homem, o angolano, nunca sai ganhando ou perdendo ( ao menos patrimonialmente falando) quando se aproxima de seus rebentos, a não ser a alegria e o sorriso, vinculado sempre a uma cultura machista de que estamos aqui para “matar a cobra e mostrar o pau”. Por que então esconder um filho? É por maldade ou por medo de querer dividir os milhões que tem? Eu respondo a pergunta. A Europa civilizada é protagonista em criar certos valores, às vezes, aplaudido mundo afora como coisa moderna. Uma delas é o hábito de se formar família envolta do patrimônio que se tem. Afastando todo tipo de intrusos, e nesse afastamento estão, incluindo, os supostos filhos bastardos. A tradição européia foi absorvida muito bem pelos brasileiros. Contar a história de milionários e famosos brasileiros que abandonam seus filhos e até mesmo o seu passado para protegerem a riqueza que têm precisaríamos aqui de dezenas ou centenas de páginas.

A burguesia angolana e os seus escassos milionários não chegam a esse nível de aculturação, abandonar filhos ou esquecê-los em nome de um oportunismo de classe que faz do patrimônio o instrumento de aproximação entre país e filhos, pelo menos não é ainda comum essa maneira de se relacionar ou de se dizer tchau.

Trinta anos no poder esbanjando mordomias e privilégios de todos os tipos, de gastança ilimitada do orçamento público destinado aquele cargo, seria mais do que suficiente para se fazer e buscar uma aproximação com a criatura reivindicadora sem a necessidade de se cair em situações constrangedoras. Afinal, e com certeza existe, há quem longe daquela família, com simples título de “Parente do Presidente da República”, tenha se beneficiado tanto com o suposto relacionamento ou acercamento, exemplos: sogras, tios, sobrinhos, primos, cunhados; enfim, o primo do primo do presidente, ou seja, o parente do parente do PR. Por quê um filho nascido nos tempos gloriosos da luta armada no Congo iria deixar de ser beneficiado? Para mim o abandono da criatura não tem cabimento. Seria só mais um envolvido e coberto no orçamento público, esse orçamento que William Tonet deveria ter direito, obrigação e saber defender. Acha que quê, que o PR, ou qualquer outro angolano com a mentalidade do Wiliam Tonet, seria burro de esquecer ou abandonar seu próprio filho diante de todas as facilidades expostas pelo poder público?

Se fosse verdade – “o esquecimento”-, dada as circunstâncias da época, seria coisa de fácil aceitação hoje, envolvido tudo num ambiente muito pessoal e sem moralismo. Não existem crimes ou imoralidades, supervenientes diante da suposta denuncia, que faria que um ser querido fosse rejeitado mesmo que seu aparecimento do nada acontecesse só depois de quarenta anos.

Nelo de Carvalho
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