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Os Mais Difamados e Caluniados do Mundo


Essa é a desculpa de sempre, os elementos e personagens da nossa política nacional, entre eles, aqueles que se consideram privilegiados de possuírem  o poder conquistado, pós 11 de Novembro, sempre alegam calunias e difamações contra as possíveis reações da sociedade civil diante de seus atos ineficientes e incompetentes.

É uma censura cínica, sentirem-se caluniados e difamados, porque alguém, na imprensa, ou em algum lugar, revelou sua incompetência, ou melhor, a incompetência deles. A prolongação do período era só para exterminar a ambigüidade. E canalizar as ideias expostas nos meus últimos dois artigos.

E o cinismo vai além. Está na simulação de existência das forças de mercado que engolem as iniciativas de empreendedores  privados contestadores das ações do governo e  que tentam sobre-viver “os trancos”  do mercado. No qual, concorrer consiste em concorrer com o próprio Estado, um empreendedor na pele de um gigante, que não tem concorrente num mercado frágil, e que além de tudo faz da motivação política, com interesses pessoais, objeto para afundar quem se atreve contra os seus atos anti-sociais e anti-cidadãos. Aquele concorrente, o Estado, como se não bastasse, faz do patrimonialismo e do clientelismo ( o famoso cabritismo) o verdadeiro zumbi que age no mercado  angolano e que tem como objetivo estratégico provocar um desequilíbrio entre os concorrentes. Quem se alinha a sua política de corrupção, desmandos, bajulações, puxa-saquismo, mesmo que tudo isso seja o produto de uma sub-cultura e falta de iniciativa é aplaudido, por incrível que pareça.  Até mesmo como fenômeno nacional que deve sobreviver e até ser ajudado. Por um Estado que diz estar a estimular a iniciativa privada nacional e o surgimento de um empresariado forte, mas esta última classe, como pode ser provada, só é agraciada se ela apoiar e abençoar o ciclo vicioso da corrupção e  da prostituição governamental e estatal.

Vocês acham que eu sou um maluco dedicado a escrever texto nos meus tempos livres!? Não é só isso, todos os angolanos vivem rodeados de certas realidades e que não podem rejeitar. É bem possível, mas nada impede que a verdade embale a minha loucura. Exemplos que embalam estas verdades não faltam.

Numa manifestação de extrema ignorância, falta de cultura ( não pelo gênero musical) e de falta do que fazer, o desconhecido personagem do mundo da música, Coréon  Du,  teve um grande sucesso   entre os sabujos da corte. Mesmo antes que alguém escutasse algum ruído produzido pelo mesmo. A espécie canina que rodeia a mesma família saiu ladrando e “aplaudindo” sobre o êxito do “cantor” e  do príncipe encantado.

A propaganda feita pelo Ministério de Comunicação Social  e encabeçada pela representante da mesma pasta, Ministra do Governo e do Estado de Angola, é de invejar qualquer cantor super-estrela na Europa e nas Américas que movimenta com os seus shows imensos recursos financeiros e até bens materiais nas economias  de seus países, ou quem sabe até mesmo continentes.  Para essa turma de serviçais que fazem parte do escudo protetor que o Camarada Presidente merece receber, Coréon Du, já é o fenômeno musical do ano no país dos Angolanos.

Querem outro exemplo!? A mídia angolana está sendo forjada e “construída” com  blocos, pilares e paredes de nepotismo nunca visto em nenhuma nação do hemisfério ocidental. Só mesmo na era do Papa Nepotes e os seus sobrinhos é que isso acontecia. A Revista Cara, a angolana, a TPA2 e a nova TPA que agora será fundada, criada ou oferecida a Deputada Tchizé; assim como a TV Zimbo, o Jornal O País, são as provas daqueles blocos, pilares e paredes que dizem concorrer num mercado transparente onde só existem iniciativas e empreendedorismo  “sempre para as mesmas pessoas”. Enquanto isso, o Semanário Angolesse, que sim prestava inúmeros serviços a sociedade Angolana, com o seu Graça Campos convertido agora em despossuído e  um sem-jornal, levou “bassulas” e comeu areia.

Tudo isso é o resultado de uma censura de imprensa, que não encontra respaldos legais em nenhum sistema jurídico, mas que aparece como fenômeno vingativo das forças de mercado ( forças de mercado forjadas e dissimuladas pelo discursos de um regime corrupto e covarde)   e de uma suposta transparência que nunca existiu.

 O que precede a vingança é o suposto discurso de difamação e calunia que, geralmente, tem ares de ameaça contra todos aqueles que ousam levantar suas vocês contra um regime capitaneado por delinqüentes e corruptos.

Um discurso do malfeitor, pondo-se, sempre, na posição de vítima, do perseguido, do justo abençoado pelo escrutínio eleitoral sentenciado pelo povo. E, ainda, de quem arrebatou a primeira a e a última vitória de seus adversários políticos e militares.

O Povo não precisa ser enganado diante desses fatos, ele precisa encarar a verdade com a verdade: uma delas é que nada, mas nada mesmo, justifica a imensa corrupção!


Nelo de Carvalho

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“A Mentira Tem Pernas Curtas”

A Ministra  não  lê o Club-k, mas organizou e promoveu uma matilha de assessores, onde o objetivo era criar um lobby de influência no Club-k para ser defendida no mesmo meio. Se não lêem o Club-k, por que organizou ou promoveram uma frente para ser defendida, aqui mesmo no Club-k, quando da sua posse!?

Sabemos que alguns articulistas do Club-k e até alguns administradores do Club-k na diáspora, aqueles que têm acesso ao sistema de edição e reedição no  Club-k, foram persuadidos para moderar o tom com a atual Ministra, dar um tempo a ela. Ou seja, tratar a mesma com certo grau de consideração, ter paciência com a mesma no seu desempenho e nas possíveis transformações que a mesma iria implementar  no sistema de comunicação angolano. Não foi por coincidência, então, que muitos Jornalistas, empregados da TPA, da Rádio Nacional e até do Jornal de Angola, usaram o Club-k para manifestar suas ideias e  dar suas opiniões. Porque acreditaram que a nova Ministra, jovem e dinâmica, pertencente a nossa geração, estava imbuída com  um novo espírito oxigenado pelos ventos da democracia; do espírito democrático a que essa geração nova de angolanos, e a comunidade da diáspora, vêm  tentando incutir a sociedade civil angolana, na sua luta por um verdadeiro regime democrático de direito; onde cada ato do  Estado e do Governo seja pautado pela transparência e pelo respeito ao cidadão e a sociedade em geral.   

A Ministra, claro, que não tem obrigação de gostar ou ler coisas  que contrariam o seu espírito. Mas com a declaração feita e a suposta rejeição espiritual só mostra, mais uma vez, o nível cultural péssimo dos nossos governantes e a falta de consideração que eles têm pelo próprio povo que sustenta o poder deles. Um povo que mereceria mais respeito, não só pelas batalhas travadas no passado e usado para sustentar essa República dirigida por corruptos e malfeitores. Mas também por entender, que entre os terroristas da UNITA e os corruptos do MPLA, estes últimos ainda constituem a alternativa possível para a época em que vivemos. Mas que não da direito a burla de quem está no poder para com o cidadão que escolheu tal alternativa.

Além disso, se muitos, ex-colegas  da Ministra ( da TPA, RNA, e do Jornal de Angola), tiveram como opção usar o Club-k para manifestar suas ideias e opiniões, é a prova de que aqueles meios, além de não serem livres e democráticos, tornaram-se reacionários a serviços de interesses pessoais para perpetuarem o poder dos corruptos em Angola.

Assim, o Club-k, além de ser um meio alternativo de luta e combate contra a corrupção e todos os males que existem na sociedade angolana, é um instrumento moderno de cultura a ser considerado por quem tem uma visão moderna da sociedade e que acredita que o progresso é o único destino da humanidade para a sua sobrevivência contra tudo  que existe por aí, incluindo contra os corruptos do Governo de Angola.

O Club-k não é cultura Pop nem Popular é uma autêntica cultura de classe, dos estudantes, da classe media angolana desesperada pela implantação de um verdadeiro regime democrático,  que tem como influência principal a diáspora angolana, sonhadora em ver uma Angola desenvolvida onde todos possam ter  direitos como cidadãos e a serviços básicos, como saúde e educação. Coisas que até hoje os corruptos que estão no governo fingem oferecer ao povo, por isso somos obrigados  a ler entrevistas cínicas e que só transmitem mensagem provocativas como aquela entrevista da Ministra.

A Ministra decepcionou a todos e traiu a confiança de quem mais lhe defendia, precisamente, o Club-k. Porque naquele Jornal, o de Angola; naquela Rádio, na rádio nacional de Angola; e naquela Televisão, a TPA; só se defende o chefe mor. E, quanto mais, se for necessário sua quadrilha, quando ainda não estão descartados.


Nelo de Carvalho
Nelo6@msn.com

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A Ministra no Cargo Errado

Não ler o club-k não é o fruto de um cinismo acadêmico, que com certeza, se assim fosse, todos aqueles que alguma vez publicaram, ao menos um artigo no mesmo, estariam lisonjeados. A pergunta é: Por que um Ministro do Governo de Angola teria motivos para ler o club-k?

Temos certeza da resposta desta pergunta: nenhum! Esse “nenhum” é uma negação absoluta que vem dos espíritos ofuscados pela ignorância. Não a ignorância do homem comum, simples, a ignorância do pescador, do homem do campo, do lavrador, do estivador, do monangambé, estes que me desculpem. Porque sua falta de instrução não, necessariamente,  torna-os gentes de almas ofuscadas ou a alma coberta de plenos e eternos invernos glaciais.

Se a um adolescente lhe incumbíssemos procurar a ignorância de um Ministro de Angola, esse descobriria que o buraco onde se aloja a mesma ignorância está mais embaixo, e que tal fenômeno é uma virgem de trinta e cinco anos de idade. E que o mesmo fenômeno, no topo da sua ignorância, não conhece a internet; acredita que a quarta classe dos tempos antigos, que eles chamam de colonial, tem mais valia que a dos tempos modernos; descobriram, no 11 de Novembro de 1975, as oportunidades egocêntricas  e silvestres, instrumentos necessários de sobrevivência de algumas espécies, muitas delas em extinção.   

Além de não conhecerem a internet, temem a mesma como o diabo teme da cruz; fogem da mesma  como o vampiro foge da cruz. Fazem questão de ignorar a verdade ( toda ela);  não a transparente ou a absoluta; destas jamais estarão próximos ( nem se fala). Estão sempre atrás de uma verdade frágil, a que melhor lhes convém. E, quando se aproximam da mesma, são “expertos”  em diluí-las com um monte de mentiras e falsidades.

Para um Ministro de Angola é mesmo difícil ler o club-k, afinal, eles não suportam  ouvir o que toda mãe diz ao seu filho quando este está ainda no berço: não roubarás, não corromperás e nem te deixarás ser corrompido. Não usarás os símbolos pátrios para te favoreceres pessoalmente; não farás do estado uma instituição privada  de benefícios   para familiares e para  amigos; não farás do  estado instrumento  de conquista pessoal e tráficos de influências.

No caso da Ministra de Comunicação, que vive bem informada, lendo o Jornal de Angola, escutando a Rádio Nacional e assistindo a TPA, então, ela deve  saber  que Angola é o 11º país  na escala de corrupção? Já que os mesmo meios de comunicação difundiram essa notícia aos quatros ventos. Não que o club-k seja o único meio onde se poderia encontrar tal notícia, existem fontes na internet melhores e mais credíveis que o club-k. Esperamos que estas fontes  estejam  ao alcance da Ministra. Do contrário, como Ministra da Comunicação, estará ocupando o cargo errado.


Nelo de Carvalho
Nelo6@msn.com

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Desespero, Grito e Esperança Que Vêm do Lado Errado


Coitadinho do Povo do Huamdo, depois de serem massacrados durante anos pelo partido de Jonas Savimbi e o exercito tribal do mesmo, as FALAs, agora são chamados a salvar a pátria junto a UNITA contra o poder corrupto do MPLA. Essa missão seria heróica se quem chama não fosse o corvo faminto ou a raposa desesperada no próprio galinheiro onde noutro hora o que melhor fazia era degolar suas vítimas.

Chamar a vítima para se alistar ao algoz é o retrato mais comum, simples e de humildade que um vampiro pode oferecer a mesma. Afinal, como nos filme de Hollywood, o vampiro precisa primeiro namorar sua vítima ( ou simplesmente conquistar). Este ato ( o chamado) é uma burla a capacidade de sobrevivência de qualquer espécie, mesmo quando se trata da nossa, a de angolanos, que nos trinta e cinco anos de independência não tivemos alternativas e tivemos que nos de bater entre o terrorismo de uns e a arrogância de outros espelhada na incompetência, na desgovernação e, por fim, na corrupção.

A Mensagem ao Povo do Huambo, que deveria estar dirigida a todos os angolanos, é uma mensagem que chegou atrasada. Essa mensagem deveria ser emitida em 1992, e com ela uma mensagem para se  selar a paz, mesmo que a UNITA sofresse a derrota que sofreu. Aquele era o momento que a UNITA tinha para se recuperar de todos os crimes do passado, das bombas e que viviam pondo nos parques e nas praças – até mesmo no Huambo-, dos massacres que faziam por toda Angola para aterrorizar as populações em suas aldeias.

De que o MPLA merece ser alternado e os corruptos de, qualquer partido, punidos e perseguidos é uma verdade que ninguém está mais a altura de contestar. Mas a  UNITA, não é, com certeza, a  solução para essa alternativa, mesmo sendo o maior partido da oposição.

Diante dos fatos e das circunstâncias a corrupção ainda constitui um mal menor  para os angolanos do que aquilo que a UNITA tem a oferecer a nação inteira. A UNITA não tem estrutura moral e ideológica para chegar ao poder, eu disse chegar e não assumir o poder. Romper a barreira dos crimes hediondos que cometeu, conquistar o perdão de milhões de angolanos, não se faz com um simples discurso cívico e romântico. Precisa-se mais do que isso. A UNITA precisa não só negar o seu passado, que ainda não conseguiu e insiste em reviver o mesmo, mas, também, negar o seu presente que consiste em negar sua alma tribal, revanchista, revisionista e que consiste em manter preservados os símbolos de terror que sempre caracterizaram o mesmo partido.

A UNITA  tem que entender que a bandeira Kuacha e os seus símbolos não é a bandeira de Angola e nem representa todos os angolanos, e senão a bandeira e símbolo de um partido que representa o terror explícito. E se quiserem começar a construir uma Angola democrática, em seus comícios, reuniões, sessões e assembléias deveria estar representada a bandeira de Angola. E essa é uma alerta que vai para todos os partidos de oposição, que têm a mania de usar os símbolos de cada um dos partidos, como o símbolo de uma futura Angola quando os mesmos chegarem ao poder.

Qualquer partido de oposição que acredita ser uma alternativa ao MPLA já deveria entender que  o passado e a memória da história de Angola, jamais, podem ser rejeitados. A propósito, é preciso até reconhecer que o  próprio MPLA é um símbolo inquestionável. Eu digo o MPLA e não os seus dirigentes atuais, corruptos e bandidos. A realidade e o pragmatismo indicam que quem quiser conquistar o poder em Angola, num futuro, vai ter não só que adotar e aceitar os símbolos da nação como a de todos os angolanos, que sãos públicos e estatais, mas também engolir o MPLA como referência política e administrativa para governar a futura  Angola desde que essas referências passem longe da corrupção.

Nelo de Carvalho
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A Angustia de Uma Perdição


O 11 de Novembro é também o dia do revanchismo. É  possível descobrir, em alguns discursos, os descontentamentos de alguns por não estarem presentes no dia da declaração da independência ou, ainda, por não serem eles os autores dessa declaração. O descontentamento e a revolta é tanta que tem gente que chega a negar a independência de Angola, tem gente que acredita que se o país continuasse a ser colonizado pelos portugueses seria melhor, que entregar a independência e o dia da declaração ao saudoso Agostinho Neto ou aos guerrilheiros do MPLA.

Tem até os que invocam uma suposta reviravolta dos fatos, onde gostariam de ver a sua bandeira, a do seu partido; cantar o seu hino, a do seu partido e declarar uma suposta nova independência. É, com certeza, os sintomas de uma  doença que só afeta os derrotados; e de quem não consegue se conformar com a vitória da maioria da população.

É a angustia de quem perdeu a chance de estar ao lado dos seus e um dia regressou e deu-se por conta do que perdeu e do erro que cometeu no passado. O erro de ser  traidor e mercenário, de se alistar contra o seu próprio povo, vender-se aos ex-colonos e a burguesia mundial e reacionária. Não existe  meios nem formas para se retratar, não há perdão ou desculpas que cicatrize tantas feridas e tantas traições. A  angustia é chocante, é uma ferida ainda sangrar, sem esperança de que o cancro na mesma seja irreversível.Talvez nunca seja!

A perdição? A perdição consiste em tudo, em sentirem-se “peixe fora da água”.  A cada aniversário são vistos como traidores e irretratáveis. Não conseguem entrar em sincronismos com os novos fatos e eventos, vivem de um passado que não conquistaram e o perderam definitivamente.  A UNITA é assim, Samakuva idem e todos os atuais dirigentes da UNITA estão na mesma condição. Por isso, são discriminados, humilhados, ridicularizados e vítimas de todas as formas possíveis de apartheid. Uma vingança do povo e da sociedade em geral contra aqueles que tanto  fizeram sofrer a nação e adiaram a sua felicidade. É a perda irreparável de um grupo de pessoas ( os traidores) que foram abandonados pelo trem da nossa  história. Angola não espera por ninguém, muito menos por traidores e vende-pátrias. Seria um desaforo no dia 11 de Novembro  de 1975 termos que parar o tempo, por  causa de uma quadrilha de vândalos e um exército de mercenários vendidos aos sul africanos e ao exército zairense de Mobotu Seseko,  para esperar quem se propôs a trair a própria pátria. A nave da nossa independência jamais  poderia esperar essa turma de  malfeitores. Por isso, Viva Agostinho Neto! Viva o Dia da Nossa Independência! Gloria Eterna a Todos Aqueles que Lutaram por Ela!

A UNITA não pode dizer que tudo (todas as suas desgraças) o que acontece com ela, hoje,  nas urnas ou no cenário político nacional, é obra do MPLA. Não reconhecer seus atos inúteis, a incompetência e os anos de terrores protagonizados pela mesma  é  querer culpar a vítima pela sua desgraça: o povo angolano.


Nelo de Carvalho
Nelo6@msn.com

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O Silêncio da Proibição


 A Vergonha não mata, ao menos em Angola, nossa cultura passa muito longe da honra Oriental que dá a  vida em troca da dignidade. Porque se assim fosse qualquer reunião ou sessão a seguir do Bureau Político do nosso glorioso MPLA  seria antecedida por uma grande expectativa: a possibilidade desta mesma reunião ou sessão terminar em suicídio coletivo. Isso só seria possível se no mínimo “nossos heróis” tivessem convicção do desastre de um país que mundo afora não consegue lavar sua cara suja e envelhecida pela corrupção.

Não que a nação angolana esteja velha, mas aqueles que estão em frente dela – não pela idade dos mesmos  -seus atos e o poder em si sucumbiram diante do tempo: é a velhice batendo às portas; e as velhas técnicas de governação baseado num poder em que todas as soluções consiste em mostrar o poder de uma seita. E o que se renova não são as boas atitudes  –digamos a preocupação com o povo-, mas a malícia e a ingenuidade de querer tapar o sol com a peneira.

Uma Reunião do Bureau Político do MPLA   à portas fechadas ou abertas para se ter como lema o silêncio sobre alguns temas, entre eles a corrupção, se sempre foi assim e é, pode ser uma sacada de mestre para quem está no poder. Pode ser mesmo uma maneira cínica e elegante de se lidar contra a intriga difamatória da oposição, contra os invejosos, contra os arrebatadores do poder. Mas também prova que esse Bureau Político fez do silêncio a arma contra a corrupção: fez do silêncio uma foice!

A máfia italiana ( a Camorra, a Siciliana ou a Napolitana) ou até mesmo em qualquer parte do mundo usa como  silêncio a foice para encobertar e enterrar todos os seus crimes. Em Angola, já se chegou a conclusão que qualquer  discurso, seguido de um suposto apoio e todas as sessões  inresolutivas  que existem por aí, vindo do poder,  a mensagem é clara: a corrupção tornou-se um tema proibitivo. Para que então serviu o tolerância zero!?

Mas também podemos estar diante de uma  outra alternativa: Se usa o silêncio como o produto desinfetante  ou o detergente  mágico  diante de tanta sujeira. Está última alternativa poderia ser interpretada pela opinião pública nacional como a esperança batendo a porta. Mesmo estando longe da honra e da dignidade Oriental algo intrinsecamente no meio daquela seita ou  de quem a dirige deve estar acontecendo. Mas é preciso não cruzar os braços e achar que as coisas deverão acontecer naturalmente. Em política, como em tudo na vida, é preciso fazer acontecer as coisas.

O silêncio da proibição não pode vencer. Numa democracia eles precisam, sim, até argumentar o seu silêncio; quanto mais dar exemplos conclusivos sobre o Tolerância  Zero. Faltaram esses dois itens naquela reunião.

Nelo de Carvalho
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