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sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Mentira, Corrupção e Ignorância

Já dizia a minha avó, “quem mente, rouba e mata”.  Mais do que simples provérbio,  tirado da dura e da longa experiência humana,  atrás da mentira desfilam todos os males que agraciam Lucífero. Se descoberta, geralmente, pode estar travestida em cada uma das manifestações que seu “elegante” mensageiro transporta. Em muitos casos por uma questão de vícios e hábitos, de quem está  a atrás da mesma, nem precisa ser identificada, usando-se as melhores técnicas ou métodos de criminologia, descobre-se o mentiroso sem muito esforço.

Quem não ouviu nunca a expressão: “mentira tem pernas curtas”? E se é de Estado, essa dura menos ainda, mesmo quando vem protegida por sete chaves e a segurança estatal, que caracteriza os regimes corruptos e ditatoriais. Dura menos, porque não precisa nem ser desmentida, ela ricocheteia como bolas de bilhares numa superfície de igual densidade e dureza. Numa democracia,  pelas circunstâncias e as exigências dos fatos, não se precisam de agentes especiais para se desmentir um político. O cidadão comum faz isso sem  muito esforço.   

Já dissemos que a mentira pode vir travestida. Assim, pode aparecer como omissão,  cinismo, e a grandeza do homem de estado que não se é. E que acredita que o esforço de uma nação de gente corrupta pode ser  recompensada pela comunidade internacional[1]. Esta crença é mais um dos males que desfila detrás da  mentira e constitui o atributo fundamental ou parte  intrínseca da mesma ou, simplesmente, do mentiroso.

 A ignorância está associada a existência da mentira como o “conteúdo” ao “continente”.  Urge-me exemplificar: é como água em copo de cristal. Como nada é perfeito  -nem nos Céus e nem na Terra-  aquele copo pode quebrar a qualquer momento.

É aí que toda  mentira é carregada pela sua irmã gêmea: a ignorância. O próprio fato de um mentiroso acreditar na perfeição de sua mentira – e acreditem, sempre é assim- faz com que o mesmo se torne um ignorante crônico, perfeito  e  ingênuo. O momento da quebra do objeto é o momento que o mentiroso é desmascarado. E isso sempre acontece. E se não, podemos concluir que mentiras eternas transportam ignorantes eternos. No nosso caso são trinta anos de poder sinalizando, zombando e abusando da mente de quem finge acreditar em tais discursos.

A cada mentira temos sempre a fachada, o rosto e a silhueta  do mentiroso que se apresenta com tudo. E nisto inclui toda a sua ignorância. E a ignorância é um “belo” atributo para se viver no meio de tanta corrupção. Ou ainda, cá no Planeta Terra, ajuda a disseminar a  mesma.

Num país como Angola, a corrupção é  a única obra possível que exige não só um minuto de silêncio; mas, também, o tempo necessário e suficiente que dura um discurso presidencial[2].

[1,2] Ref. O Último Discurso do Presidente

Nelo de Carvalho
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