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Um País de Gente Distraída e Promíscua Não Merece a Felicidade

Leila Lopes agora vai poder dizer o que quiser, mesmo depois de ter envergonhado os Angolanos lá no Jó Soares, vai poder até ser recepcionada pelas falsas mulheres, que ao longo desses anos disseram que representavam toda a mulher Angolana: a OMA. Afinal, Leila, ironicamente, tem um atributo que é o que mais interessa aos corruptos, as corrompidas e corruptoras , homens e mulheres, respectivamente: sua beleza. Esta pode estar acima de qualquer valor, mesmo daqueles valores que, noutros momentos, inspiraram grandes mulheres e a alma humana, na sua ambição de tornar o mundo e o país cada vez melhor. Será?



Estamos diante de uma situação engraçada e embaraçosa. Sabemos que Leila Lopes tem menos de vinte cinco anos de idade ( talvez um pouquinho mais), nasceu em Angola, mas na verdade vive na Inglaterra há muitos anos. Ela só tem Angola como o lugar de nascimento, desconhece de maneira inculta, e de machucar a alma dos nativos angolanos, coisas básicas sobre hábitos e valores da cultura angolana. Isso foi provada por ela mesma lá no Jó Soares e em várias entrevistas que a mesma andou dando, sem cuidado e o medo de cair em constrangimento, talvez acreditando que sua beleza pudesse a salvar dos mesmos.


Leila é a prova daquilo que dizem os cubanos, “mas vale um cidadão no degrau mais baixo da sociedade, sendo Comunista de verdade; do que alguém aplaudido por toda sociedade, de maneira duvidosa, sendo reacionário e, principalmente, inculto e atrasado”. Já sei que o Comunismo aqui para uns não vale como referência para nada, mas o caso Leila prova que nós angolanos somos cidadãos distraídos e promíscuos. E a OMA em particular deveria se questionar sobre detalhes que põe em causa o papel que essa organização deveria desempenhar na sociedade angolana. Mais precisamente, perguntar-se: se é com o dinheiro público, vindo do orçamento sem limite da Presidência da República, que deveriam se organizar as festas das misses. Já deu para notar que a inspiração que movem as mulheres da OMA, hoje em dia, estão longe daquilo que inspirou e movimentou Deolinda Rodrigues.


É dessa distração e promiscuidade que os corruptos em Angola, em nome do MPLA, e do que esse partido se propôs a construir e salvar em Angola, temos hoje o país que temos. Um país onde todos os seus problemas sérios são esquecidos em detrimento das festas e projetos bananais que têm caráter nacional, que em nenhuma latitude geográfica provam que aquilo seria tradução de desenvolvimento.

O CAN, a Copa Africana das Nações, foi promovido e executado na crença de valores promíscuos que nunca nos ajudam a diferenciar o que é importante e fundamental para o desenvolvimento do país. O CAN foi erguido à festa nacional e capitaneado pela sabedoria de quem está no poder, sem o espanto dos milhões dos distraídos que compõem esse povo e que não conseguem entender que o MPLA e o seu Presidente não são proprietários de nenhum poço de petróleo ou minas de diamantes nesse país. E que tudo que existe de riqueza e produzida na nação angolana é riqueza de todos os angolanos, assim, a mesma riqueza deve ser aplicada e usada de maneira racional, longe dos desperdícios.


Aquela distração e promiscuidade fizeram do angolano um cidadão de espírito decadente e com uma cultura em declive. É, na verdade, a podridão de um espírito que se agarra a fenômenos efêmeros. Os projetos de nação a que se agarram seus dirigentes se limitam ao que há de mais ridículo. E a estupidez tornou-se a coroação de toda uma nação que aplaude a delinqüentes e vândalos no poder. Mas hoje o destino, por força do que vem de fora, não menos estúpido, mudou sua referência de adoração: uma misses retrato da ignorância, tão bela quanto tudo que vomita, excrescência e imundice, que estaria muito bem em todos os sentidos, se nunca dissesse nenhuma palavra do país em que ela nasceu: a infeliz Angola! É triste. É uma dor que mata, fere e machuca, produzindo feridas, mesmo quando se está a distância.


Dizem que a OMA fará uma recepção a mesma. O que têm a OMA e os aproveitadores políticos, corruptos que estão no poder, a festejar com o tal evento? A beleza de Leila Lopes ou também a sua burrice, ou melhor, sua falta de cultura? Leila vive na diáspora. Em tese, ela é um produto da saga do angolano arrojado e abandonado, a qualquer sorte, que aprendeu a se virar na diáspora, mesmo sabendo que tem um país independente e um governo supostamente que deveria representar a todos os angolanos. Ela pode não saber e reconhecer isso, mas é, sim, a semente espiritual do emigrante angolano no seu desejo e esperança de vencer. E que venceu, mas que não precisa de alardes.

Outra tese, tão verossímil quanto à primeira, diria: Leia é a matéria prima vinda das regiões silvestre, geralmente tão disputadas, habitadas por povos bárbaros ainda dominados, totalmente, pela natureza; matéria que estes proporcionam às civilizações “alienígenas” mais avançadas. Matéria prima que deverá sofrer transformação em produto a ser comerciável acima do seu valor inicial. Mas descobre-se que mesmo trabalhado não vale tanto assim. Nada mais e nada menos em valor e uso, é como um espelho, que serve simplesmente para refletir a nossa profunda e eterna miséria. E nos surpreendemos, como homens que fazemos parte de uma civilização que não domina a tecnologia, diante de toda aquela maravilha. Acreditamos então que estamos bem, que vamos de bem para melhor, sem termos noção do preço ou do custo verdadeiro daquele intercâmbio.

Assim, descobrimos que vivemos na época do neocolonialismo, podemos aqui também chamar de neo dominação. E aqui nos perguntarmos: quanto verdadeiramente custa para uma sociedade moderna criar uma misses, tão bela quanto Leila? E ela é verdadeiramente um produto angolano? Ou estamos, como sempre, a sermos enganados?


Assim, é irônico pensar que o Governo angolano, e os corruptos que representam o Estado angolano, fizeram tudo por tudo para privar a diáspora do seu direito ao voto, agora estão preparados para tirarem proveito político do que eles menos merecem. A diáspora que ajudariam, por necessidade própria, a produzir sérias transformações no país. Foram os tempos em que pessoas como eu éramos contra o voto da diáspora. Agora não! Estamos convencidos que Angola precisa de transformações e essa grande mudança e transformação pode vir sim do exterior. Assim, como a geração dos combatentes e guerrilheiros que tornaram o país independente foram todos influenciados pelas forças vindas do exterior, não há porque negar hoje que Angola no conjunto das nações se alimenta da influência vinda do além, de suas fronteiras e mar.

Não importa o aproveitamento político que se tire de Leila, por sua ingenuidade, estupidez, burrice, beleza ou sorriso, ela é por excelência um fenômeno da diáspora e não das mulheres corruptas do Camarada Presidente que fazem parte do clã das mamã da OMA. Corrompidas e traídas pelos maridos, igualmente corruptos, polígamos e mentirosos; todas estas usadas para protagonizarem a suposta legitimidade que um corrupto só podia ter na terra de pessoas distraídas e promiscuas. Uma terra que até o diabo esqueceu. Não tanto pela miséria econômica, mas pela sua consciência social, o que é pior ainda. Foram elas que promoveram uma Tchizé dos Santos desconhecida à Deputada, são elas que vivem bajulando a família corrupta do Presidente da República; foi a OMA que saiu dizendo, no Jornal de Angola, que Coréon Dú era um gênio da música. E, finalmente, são elas também que vivem bajulando a mulher do Presidente nos seus serviços falsos de doações e caridades. Estão sempre lá para querem aparecer na foto, com aquela visibilidade de mulheres traídas e enganadas pelos maridos, que já vão pela terceira ou mesmo a quarta mulher; muitas delas fazendo o papel de amantes, as famosas gatunas de marido. Ah...que moral!?

Tudo isso num país que se gaba de tudo, mas no fundo só tem a oferecer miséria aos seus cidadãos. A propósito, já lá vão dez anos que Angola continua a crescer com media de oito por cento do PIB ao ano, mas continuamos na posição onde se encontram todos os miseráveis. “Sorte” que alguém que teve que fugir do país, deixar de aprender o quimbundo, o umbundo ou o quicongo, para se alimentar e respirar, comida e ambientes, respectivamente, de país longe daquela escala em que se encontra a nação dos mwangolé, pode regressar com gloria para tirar Angola no meio dos países desconhecidos, sem futuro e sem rumo.

Nelo de Carvalho
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A Supremacia dos Direitos

Pode parecer coisa de idiotas prestar-se a orbitar idéias e opiniões que vêm do Jornal de Angola. Vamos tentar aqui deixar de lado todo tipo de vaidades e orgulho, mesmo porque aquele meio é um canal público de informação. Assim, se tem direito a jogar em nossas cabeças o que seus profissionais acreditam que podem fazer, porque estão atrelados a uma certa legitimidade, nada impede uma resposta contra o mesmo órgão vinda de qualquer lugar. Afinal, é de qualquer lugar dos confins deste país (infelizmente, às vezes tenho que supor que estou mesmo em Angola, só falta alguém por aí soltar o meu direito ao voto como cidadão angolano por estar na diáspora) que vem a unidade mínima possível de legitimidade, mas somada como grão a grão de areia para se encher o camião. O camião da corrupção em Angola: o próprio Estado!




Qual mensagem nos trás o artigo “Ser Rico Também é Um Direito”? A simples defesa do corrupto que se enriqueceu e que tem necessidade de continuar no poder? Ou de que em Angola qualquer ascensão sócio-econômica não exige declaração legal e satisfação diante do poder público, o que os especialistas chamam de Prestação de Contas ou até mesmo Tomadas de Contas? E que tudo isso deve ser encarado pela sociedade de forma omissa, ou mesmo que ser rico e não prestar contas pode já ser aceito e assimilado como um fenômeno cultural corroborado pelo discurso cínico e irresponsável do Camarada Presidente “ que ninguém em Angola, mesmo sendo funcionário público, não tem obrigação de viver só do salário”.


No mundo inteiro, hoje, o direito a ser rico só não é ainda defendido na Coréia do Norte. Em países como a China, onde o direito a se ser rico é uma política de Estado, ou seja, incentivado por políticas públicas, paralelamente, existe até a pena de morte para quem se enriquece ilicitamente. Na Europa e nos Estados Unidos, enriquecer-se ilicitamente, além do ressarcimento daquilo que foi adquirido ilegalmente por qualquer via e método, pode dar até 20 anos de cadeia e perdida do cargo público.


Em Angola, o Jornal de Angola ( Empresa Pública) promove o tráfico de influência, oculta e esconde que existe a corrupção. Qualquer pessoa formada em Comunicação Social, jornalistas e áreas afins, sabe a importância da imprensa ( jornal, televisão e rádio) no combate à corrupção. Este setor, chamado por muitos como o Quarto Poder é verdadeiramente uma arma contra a corrupção e os corruptos. Em países civilizados ( entre eles os europeus), onde muitos dos “nossos ricos” dão-se o luxo de irem gastarem o que aqui roubaram e desviaram, o Primeiro Poder tem por obrigação acatar ( fazendo o uso do poder de coerção do Estado) todas as irregularidades a ele chegadas através do Terceiro e o Segundo. Este com a ajuda de todos, até da imprensa, controla; e aquele ( o Judiciário) investiga e vai atrás do que é concebido com malevolência.



O direito de também se ser rico deveria passar pelo crivo e aprovação de todos aqueles poder. O Jornal de Angola, comprovadamente uma instituição de dar proteção aos corruptos, não tem legitimidade para enaltecer, em Angola, quem quer que seja, quem se enriqueceu e alegar um direito de enriquecimento quando todos os modos, maneiras e leis são violados, ou nem existem, para que os ricos, protegidos pelo mesmo Jornal, possam andar sossegados e terem uma vida em paz diante de qualquer sociedade em que tentarem se locomoverem. E se for entre os angolanos, eles sim merecem todo tipo de rotulação. Afinal, é o direito que o pobre angolano, que luta de maneira honesta para se chegar aquele nível, cumprindo as regras do enriquecimento, tem para fazer valer a transparência diante de todos como conseqüência das dificuldades que a sociedade em que vivemos oferece a todos nós. E o direito a esta luta é uma atitude suprema.



É contra esta atitude que a classe de ricos que temos no país se predispuseram a lutar para proteger tudo o que acreditam terem de direto. Incluso governar, administrar e “liderar” o país sem contestação. Não faltam atos do Executivo Angolano de maneira feroz e covarde que atentem contra o emprendedorismo daqueles que não concordam com os seus métodos políticos. Quando este mesmo Jornal de Angola tem habilidades de descobrir dons, atos de genialidades e de bondades ridículas e irrisórias, no meio familiar daquele que define e determina o emprego dos funcionários deste Jornal. Por certo, uma maneira ilegal de se manipular e usar a coisa pública. E com todas as suspeitas, um meio de se enriquecer sem ser molestado por ninguém. Ou, ainda, ser elogiado pelo dono da “verdade”, que neste caso só pode ser o próprio Jornal de Angola. A quem este Jornal agora pretende convencer e a quem pretende dar proteção?



Vamos terminar este artigo sem muitas pretensões, mas atrás de uma boa intenção, que é o de fazer recordar o papel verdadeiro do nosso Jornal. Mas para isso tentar lembrar muitas das opiniões daquela edição diária sobre os objetivos da nação angolana. Entre eles está a construção de uma democracia onde todos possam se sentir refletidos e protegidos. Se o Jornal de Angola pretende ajudar naqueles objetivos não precisa nem ser imparcial, porque sabemos que isso não existe, ao menos politicamente, mas precisa, com urgência, afastar-se da mão individualista do Presidente da República, de sua família, tão bajulada pelo mesmo Jornal e, por fim, de alguns generais, igualmente, corruptos. Que é, sem papas na língua, o que verdadeiramente a proteção do Jornal de Angola esteve dirigida.


Quem merece os serviços daquele Jornal, que eu saiba, ainda, é o Povo Angolano.


Nelo de Carvalho
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11 de Setembro, as Mentiras Que Vem daquele “Escombro”

Sobre o 11 de Setembro, triste aniversário que mudou a historia de países e nações.Tenho a impressão que alguns fatos ao meu redor me tornam um homem solitário. Acredito ser uma questão cultural de minha parte.

Babaquice, essa de ver aquilo, dois aviões penetrando naqueles dois edifícios, e achar que era uma Terceira Guerra Mundial. Eu, e milhões, não pensamos nada disso! Desde o primeiro momento supus que era mesmo um atentado terrorista. Algo condenável e com gesto de vingança, de quem no passado, ou mesmo no presente, de maneira direta ou indireta foi vítima de alguma atrocidade vinda dos governantes e decisões loucas, destes, daquele país agora também vítima das imprudências de seus políticos.



As vítimas do 11 de setembro podem ver entre os seus carrascos a sucessão de governantes e a infernal política externa do país a que nos referimos, que define o modo de existência terrorista da própria nação americana no meio de todas as outras nações.

Merecedores ou não, diga-se, que a ação, ainda que tenha custado vidas de pessoas inocentes, é o produto de todo terrorismo que o governo americano espalhou e vem espalhando mundo a fora ao longo da sua HISTÓRIA, porca e miserável, preenchida de mentiras e enganos. Acaso não é terrorismo invadir e agredir países usando argumentos e justificações absurdas? Não é acaso terrorismo promover golpes de estados, financiar e apoiar ditadores? E os milhões de vietnamitas e coreanos que morreram em suas terras para expulsar um invasor. Qual a culpa que essa gente teve para serem invadidos? Não foi um ato terrorista a morte de todos eles?


E a Bomba Atômica sobre Nagasaki e Hiroshima não foi acaso um ato de terrorismo que matou mais de 800 mil pessoas? E as aventuras do Senhor Henry Kissinger, protagonizando Guerras no continente africano, na Ásia, na América Latina e mundo afora. O que será? Tudo isso são atos de terrorismo que os fanáticos pelo estilo de vida americana e a propaganda que aquele país lança por encima dos seus serviçais, assim como os ignorantes, mundo afora não conseguem enxergar.

A homenagem sobre as desgraças do 11 de setembro transformou-se num culto a ignorância. E ultrapassa o que há de mais insensato quando se trata de condenar, elogiar e buscar culpados, vitimas e vitimados, e até as supostas causas que provocaram aquela desgraça.


Nunca a inocência americana, diante dos fatos, foi tão alardeada. É como se a vida só existisse naquele país. É como se, além disso, a fase mais evolutiva deste estado da matéria, só existisse naquele território. E mais, é como se a dignidade e a inteligência humana, produto de milhões de anos de evolução, só residisse num país chamado de América. E, finalmente, a impressão que se tem é de que a civilização humana começa e termina na América.


Dá para notar que o mundo foi consumido e engolido pela mentira. E as vítimas habituais desse último fenômeno não têm dúvidas: América deve se vingar e exercer todo o seu poder diante daqueles que ousam contrariar o que, agora, se convencionou em chamar de luta sem fim contra o terror. E os que durante toda a sua existência viviam em cima do muro lançam-se com a fé cega na crença de que todos agora, qualquer um, podemos ser culpados se não compactuarmos com aquele estilo de vingança que o Tio Sam tem oferecido ao mundo.

Poucos, mas poucos mesmos, sobram para que um dia possam contar a história do quanto fomos e estamos sendo enganados. Conclusão: a arma mais mortífera, que tanto se assustou cidadãos inteiros em todas as partes do mundo e os confins destes, não são os misses nucleares apontados nas direções onde se acreditava que saía o perigo contra aquela nação, agora de inocentes e vitimas daqueles que não amam a “democracia”. Mas sim, esta arma: é a mentira!

É simples! Se um dia alguém previu a impossibilidade de sobrevivência diante das primeiras, quem sobreviverá diante de tanta mentira?

Nelo de Carvalho
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Reconhecimentos que Chegam Tarde, mas que Valem a Pena

Que bom, que até quem foi Ministro – Primeiro Ministro!- e Secretário do Partido da situação desde que este país tornou-se independente, lançou ao vento que a bajulação é perniciosa, existe e deve ser tida como a matéria e a essência que alimenta a corrupção. Ou seja, um ex- alto membro do governo de Angola já consegue reconhecer e visualizar que a corrupção é um mal institucionalizado, que mesmo, tecnicamente, “difícil” de se provar, só existe um mecanismo para ceifar aquele mal, acabar com a cultura da bajulação.



A bajulação é um ato ou maneira sublime, que em Angola, o funcionário público, o membro do Partido no poder, o MPLA, sempre teve para se enquadrar aos esquemas de corrupção: quem não bajula pode correr o risco de “morrer de fome”; e de perder o cargo tão sonhado.

Os esquemas de corrupções nesta nação têm como protagonistas, cabeças e legitimadores, os homens do poder. A bajulação é uma prática de reconhecimento de tudo que ronda o poder público em Angola, um poder corrupto personificado –sempre! Não temos como não associar a presença de algum Ministro, Chefe, General, “liderança”, em Angola, às práticas de corrupção. Aqueles estão e existem para estas como a noiva existe para o seu noivo antes e depois das noites de núpcias.


Assim, é uma surpresa e vitória, daqueles que com ousadia pioneira, que Marcolino Moco, agora jurista, professor, cientista e blogueiro, homem do facebook, e um dos fantasma que o club-k sabe protagonizar para acabar com a hegemonia da opinião vinda dos meios tradicionais angolanos, hoje atrelados a corrupção, venha nos informar, sem a tradicional cautela de não ferir sensibilidades dos antigos companheiros, sobre como a bajulação flui nos bastidores. Marcolino Moco sabe que um ato de bajulação que promove o tráfico de influência, o favoritismo, o clientelismo, o patrimonialismo e o generalismo, não tem nada a ver com segredo de Estado. Ao contrário, denunciar isso, mais do que um favor, é uma obrigação para com a pátria. É ser tão heróico como os combatentes da nossa luta armada; denunciar isso é uma maneira de não deixar que esse povo seja enganado; é um ato que não precisa de pedido nem de consentimento; não precisava nem da alavanca do nosso escritor e Deputado João de Melo.

Atrasado! Ainda assim Marcolino Moco está de parabéns, “melhor tarde que nunca”. O que chama atenção no meio de tanta bagunça institucionalizada é como alguns daqueles antigos camaradas tratam este como um homem confuso e “perigoso”. Como alguém que pudesse pôr em jogo – em jogo aqui significa, literalmente, estragar- todo um programa combinado por amigos ou antigos camaradas nos bastidores. Em que este, o nosso jurista e professor, preferiu cair fora ou saltar de um barco que tarde ou cedo vai afundar, e em que seus atuais ocupantes, insistentes naquela trajetória de navegação, estão cada vez mais perdendo o rumo da nau. Ou, ainda, talvez, por motivo de não compactuamento, nosso rebelde político foi lançado ao mar como um naufrágio.


Na verdade, muitos “segredos de estado” ou sobre a corrupção Marcolino Moco tem ou teria condição de nos contar em benefício de um regime que fizesse do sistema angolano mais transparente e que pudesse incluir todas as tendências políticas, até tendências como a dele. Que mesmo sendo do MPLA, por criticar a desordem e a ilegalidade em que nos habitou o executivo com seus atos sempre condecorados com a bajulação, Marcolino foi expulso do paraíso dos corruptos.


A rejeição deste político naquele ambiente e a forma como João de Melo enfatiza a necessidade do reconhecimento cedo da substituição do mais alto mandatário e o mais alto corrupto da nação –sem ironias-, é a prova de que o MPLA de Partido Político sério transformou-se no partido político mais corrupto que existe no Planeta Terra. Nessas circunstâncias, o MPLA transformou-se num partido de esquerda rancoroso e desesperado para manter a ordem interna. E que agora, ainda, continua fingindo que está a altura de resolver os problemas de todos os angolanos. Um partido de esquerda desacreditado, até mesmo no contexto angolano principalmente pelos intelectuais, e que fora das fronteiras deste país, que é onde pode vir a sua maior derrota, vem a experiência que jamais o mesmo gostaria de ter.


Nelo de Carvalho
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