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Mais Uma Vez a Intentona Golpista

Os Golpistas estão de volta no club-k , até parece que é o lugar deles, com artigos recheados de revanchismo, revisionismo e ódio. E acreditam que desta forma podem vencer o MPLA.
O ódio é tanto que querem fazer subir o Nito Alves no altar. Não faltam mesmo aqueles que já o declaram como uma espécie de herói nacional. O tal herói, objeto de presunção de seus seguidores, não passou de um sujeito covarde, que assim morreu e assim agiu.

Primeiro, porque depois do crime que cometeu saiu em fuga desesperada, sem estar preparado para morrer, e quem não está preparado para morrer, geralmente morre como um covarde. É só ver que o mesmo foi apanhado todo esfarrapado no meio do mato ou árvores, desarmado e faminto, sem nenhum dos companheiros que ele supostamente convenceu a protagonizarem a tal rebelião. Costuma-se dizer que os covardes morrem como cães ou porcos, sem dignidade, assim eles são na hora de lidarem com suas vítimas. Esquecem-se da condição humana, de que quem está em situação indefesa merece ser tratado com dignidade.

Nito Alves morreu sem dignidade porque era um porco covarde. E isso não é instrumento que se use para glorificar um homem. Não é muito menos motivo a ser usado para combater um partido que está há trinta anos no poder e que já ganhou as eleições legislativa por duas vezes, e o melhor ainda, tem mais de 4 milhões de simpatizantes.

As vítimas do 27 de Maio consumidas pela inveja, vaidade, oportunismo, o estrume da ignorância , a crueldade dos fraccionistas, e a inexperiência de um estado jovem assustado por uma rebelião vindo do seu próprio seio, e os melhores quadros, são uma perda, sim, irreparável que o país sofreu.

Essa perda foi chorada com a anistia. A anistia ( que significa perdão) contemplada para apaziguar os espíritos e evitar revanches das duas partes. Afinal, quem perdeu seres queridos não foram só os familiares dos fraccionistas assassinos e executados sumariamente pelo estado, mas também os familiares das vítimas dos fraccionistas.

A anistia ou perdão consensual é uma maneira, também, de se fazer justiça das duas partes. E evitar que as pessoas caem num ciclo de vingança vicioso e sem fim.

Nelo de Carvalho
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As Vontades de Um Terrorista

“UNITA não precisa de re-fundação”? Quem é que disse ao senhor Isaías Samakuva que isso é um desejo, e ainda pessoal, de quem está em frente desse partido? A opinião que se tem dessa direção da UNITA, Samakuva, é de que ele era um terrorista diplomático e de boas intenções. Daqueles que só ajudava a dar a tolha a Jonas Savimbi no final de todos os momentos depois que o monstro habitualmente realizava suas atividades sanguinárias, que cobriam as mãos do mesmo de tanto sangue. Samakuva em todos os momentos ajudou Savimbi quando este precisava de um bom serviço de assepsia. O lugar bom de um mordomo como Samakuva não é no palanque ou na tribuna fazendo discursos, dando uma de intelectual teimoso.


Primeiro, como elemento, fora do xadrez político, o discurso de Samakuva não tem verbo, não tem ação, mesmo quando diz que vai continuar a ser UNITA. Ser não é fazer, mesmo porque o monstro já foi ceifado ao menos fisicamente. E com relação a fazer, a direção da UNITA deveria concluir que a obra a ser erguida despensa o monstro. É o monstro que deverá ser desfeito, aniquilado, enterrado e para isso contamos com o voto popular, com o desejo da nação. É esse desejo ou vontade que torna qualquer ser possível ou impossível, até os monstros na pele de sanguinários. É com essa vontade que se dará o ultimato a cada uma das excrescências que o mau odor ainda vindo de Mwangai produz.

E com relação a ter comida, casas e outras coisas, é verdade. A juventude não tem mesmo casa, comida emprego, água, luz e educação, mas isso não virá de Mwangai ou da Jamba. Muito menos virá de uma UNITA renascida –qual fênix, qual quê!? “A propósito, falando em comida e casa, onde estão os dez bilhões dos diamantes de sangue roubados e extraídos ao longo dos dez últimos anos de guerra, entre 1992 à 2002?”

A UNITA continuará sendo, pelos seus símbolos, um partido que gera o medo, mesmo quando estes já estão desarmados e longe de tudo aquilo que pode ser um artefato mortal para qualquer ser humano. Senhor Samakuva e o grupo de homens que rodeiam o mesmo não se convencem disso, porque beneficiaram-se da impunidade e de um perdão injusto. E não de uma suposta Reconciliação Nacional. Não se faz reconciliação nacional esquecendo-se e ocultando-se crimes, passando-se em cima da dignidade das pessoas. Ah... para quem enviou um lembrete a todos sobre o lamentável dia 27 de Maio deveria saber isso. Senhor Samakuva quando vamos julgar os infinitos crimes, imprescritíveis e inesquecíveis, que a UNITA cometeu, mesmo depois, em 1992, de terem sidos perdoados? Não acha acaso isso uma injustiça diante do povo angolano? Ou acaso o senhor sente-se um terrorista bonito e privilegiado a cima de todos?

Se é democracia que esta turma defende deveriam saber que nela existem leis e mais do que justo, numa democracia, criminosos, devem ser levados a justiça, julgados e condenados. Isso não é pedir muito, é pedir o necessário.

Necessário também seria extinguir os símbolos que representam esses mesmos criminosos: A organização assustadora chamada de UNITA, lideres terroristas não podem ir ao público fazerem discursos como profetas, a sua turma e o espírito que envolve os mesmos.

 Que país é esse, que democracia é essa?

Nelo de Carvalho
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Entre o Céu e a Terra

Só existem verdades e mentiras. Esta última existe para justificar um mundo que só a “ficção” humana procura fazer o uso para justificar a impotência dessa espécie, quando todas as possíveis soluções já foram esgotadas ou, se depender de alguma mania e vícios, rejeitadas.

A mentira pode ser prazerosa enquanto existir e satisfazer quem assim de “direito”, achar, que pode ostentar a mesma como verdade até um dia, “deus queira ou sabe-se lá até quando”, sucumbir.

Ela, aquela última, já mencionada na entrada do primeiro parágrafo tem seus resultados funestos diante das entidades que as protagonizam; diante de um homem, um povo, um país ou uma nação.

Por que algumas pessoas, como, por exemplo, nossos irmãos kwachas ou militantes da UNITA não conseguem livrar-se dela, mesmo quando existem tantas evidências contra esta? Não conseguem livrar-se da mesma, mesmo quando o preço a ser pago pelos mesmos, é a descaracterização de suas vidas e “obras” , ou ainda, personalidades. Às vezes, mesmo chegando ao ponto de serem tratados como seres irracionais ou bichos repugnantes; preferem viver a mentira de suas vidas. Sustentando uma visão, um delírio, ou quem sabe, em último caso, até mesmo um morto ou um difundo. Onde até quem o mantinha vivo na hora da sua morte aplaudio de maneira aliviada. Nem com isso a mentira foi enterrada! Também é a prova de que mentiras, como monstros, podem emergir das trevas.

E podem falhar no primeiro suspiro de “vida” que manifestarem. Assim é o caso de Isaias N’gola Samakuva e toda turma que renasceu com ele depois que a maior mentira se escafedeu. Esperamos que esse não seja o caminho de Abel Ipalanga Chivukuvuku, e os re-fundadores que aí poderão surgir. Pode parecer crueldade de nossa parte, mas esse último, já surge como a renovação da mentira; de tudo o que há de podre e mentiroso entre o céu e a terra deste país ou nação. Que um dia já foi somalizada!

Por que alguns angolanos preferem viver na eterna e falível mentira? Por falta de ideais, princípios, educação e um vazio onde só o ódio, a arrogância e a truculência encontram espaços.

Existem verdades que penalizam, tanto àqueles que fazem o uso da mesma para se livrarem das injustiças cometidas pelos algozes que a vida nos oferece –o povo-, quanto a cada mentiroso que existe por aí.

Que tal fazermos o  uso destas verdades para nos redimir-nos a todos nós!?

Extingam a UNITA e todo lixo de organizações políticas que existam por aí inservíveis, unam-se, debaixo de uma só bandeira apartidária, de preferência a bandeira de Angola, que por certo, é mais bonita que a de qualquer partido que existe por aí e cheia de simbolismo. Convençam-se que é essa a nossa bandeira, a bandeira de todos os angolanos, não importa quem a idealizou, e que não podemos rejeitar ela, e que é parte do nosso DNA! Façam do Agostinho Neto um símbolo da pátria, de unidade nacional –ele vai vos receber, tenham certeza disso, esse é o único morto que pode ressurgir de qualquer lavra, lago, minas, sanzala, enfim, desta terra -, e vamos combater a corrupção. E verão que os corruptos do Governo vão se render de joelhos a esse povo!

Sem a nação, sem o povo e os seus símbolos, e sem uma oferta credível, vocês não vão vencer nunca! Essa é a única verdade entre o céu e a terra.

Nelo de Carvalho
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UNITA Re-fundação ou Auto-extinção

Qualquer um dos procedimentos seria o maior fato da política angolana desde a morte de Jonas Savimbi. Uma medida certa que livraria a política angolana do anacronismo moribundo e incerto dos tempos da guerra fria, aqui estamos considerando o tempo “adoecendo” e não querendo enterrar certos fatos que os humanos já não suportam mais. Pode parecer um paradoxo, mas se tivéssemos que dar utilidade aos escombros do Muro de Berlin era de que os mesmos servissem como campa para cobrir o túmulo de certos fantasmas usado naqueles tempos: da guerra fria. A UNITA é um desses fantasmas, americano, da CIA, do regime do apartheid e do fascismo colonial português arrogante e prepotente; é o lixo de uma época que não pode ser reciclado e que agora, felizmente, poderá estar condenado definitivamente a lixeira da história. Viva o Tempo!

Mais do que conclusão sábia de algum cérebro privilegiado foi sempre, entre todos nós, uma conclusão obvia. Tida por muitos como uma simples pretensão mplista, ou a manifestação de ódio que aquela turma de terroristas chamada de movimento e posteriormente de partido merecia. A re-fundação da UNITA, publicada agora na imprensa privada, com direito a analise acadêmica, vem sendo invocada desde antes mesmo da morte do seu fundador, o homem que tornou a mesma organização, numa organização diabólica e insuportável para todos angolanos.

Descobrir que a UNITA é o tumor maligno de uma sociedade que precisa democratizar-se, apagar as seqüelas da guerra e combater a corrupção, pode ser descoberta no resultado eleitoral passado. Só não vê quem não quer, ou quem faz do ódio contra os homens que agora estão no poder a maior motivação política para se combater tudo que existe por aí, atualmente, de errado. E esse pode ser o maior erro da oposição angolana: a manifestação do ódio político contra os corruptos e os homens que estão no poder justifica tudo. Coisa que não pode e nem deveria ser. Já que é nesse ódio manifestado que os atos de vitórias desses ( partido no poder) se alimentam. Afinal, a UNITA, e os seus defensores, não têm moral suficiente para desbancar quem quer que seja que hoje estivesse no poder. Uma seita de terroristas tribais não poderá jamais substituir a nenhum outro grupo humano, ainda que viva só de boas intenções, como é caso do partido no poder.

Concluindo, a UNITA só atrapalha a oposição que aí está, ou quem verdadeiramente se revelasse como líder da mesma.

Parece irônico. Mas não é. A UNITA passou a ser de uns tempos para cá, a trincheira que o MPLA agora necessita para institucionalizar tudo o que existe aí de errado: uma Constituição individualista a favor do “Camarada Presidente”, o chefe clarividente em tudo. Um sujeito tido como ineficiente e até incompetente que em situações normais, no mundo da política, a política verdadeira, e não essa do faz de conta, não teria, nunca, vez para sobreviver como líder. Uma, ou a, corrupção institucionalizada e até admitida, aceita como um mal menor, que se poderá conviver com a mesma, enquanto aquele movimento de terroristas existir e sendo apadrinhado pelo ocidente de mentalidade colonial com o intuito de dividir os povos para se melhor reinar. Um Estado personalista, individualistas, familiar, nepotista que quando tenta sair fora desses vícios transforma-se num caos ( um verdadeiro inferno para o cidadão que não perdeu a esperança). Transforma-se num instrumento velho e impotente, caduco e arcaico, a ser vencido pelo mínimo do senso comum que existe na vida de cada um de nós.

Tenho certeza que se a UNITA não existisse esse Estado e Governo que temos aí não existiriam, jamais! Enquanto isso “gloria eterna aos nossos atuais governantes”. É para rir ou chorar! Ou então, como dizem os brasileiros, “é tristeza que não acaba mais”.


Nelo de Carvalho
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Sermos o que devemos ser independente de qualquer avaliação!

Comparar para pejorar foi sempre uma arma colonial eficiente de submissão para uns e auto-estima para outros. Houve tempos que o nativo era discriminado por tudo: pelo que comia, pelas suas vestimentas, o seu perfume e até suas ambições. Se o colono usava tudo isso para manter um sistema escravocrata e colonial -conquistando êxito parcial-, a continuação desse mesmo sistema, o capitalismo, não faz uso de técnicas e instrumentos diferentes, quando queremos e desejamos nos equiparar as antigas metrópoles. E ai de quem renegue usar tais instrumentos como parâmetros para se integrar a um mundo chamado por “todos” de “civilizado”. Medidas que, seus formuladores, às vezes, nos dizem o quão parecidos e próximo somos e estamos dos mesmos. E o capitalismo mesmo com a miséria gerada tem se saído com êxito diante desses parâmetros de comparação.
A classe media “culta” e preocupada com a trajetória econômica da nação quintal em que vive pode  suspirar com preocupações diante de supostas avaliações, só de saber que nas mesmas está o destino do seu instável emprego e até bem estar. Essa mesma classe media que às vezes é convidada a votar, sendo tratada como um bando de títeres, num regime, que por conveniência considera-se democrático, nunca ninguém lhe pergunta sobre os destinos econômicos que o país deve alcançar: “pergunta a ser feita pelos os eleitores do PIIGS”. Esses eleitores “jurariam”, sim, que vivem numa sociedade democrática. E ponto final.

E para que duvidar? Mesmo quando unilateralmente e de maneira irresponsável temos grandes agências econômicas que podem dar a classificação tão pretendida de nossa economia num mundo “civilizado” em que pretendemos permanecer no mesmo, e se não, então elas também dirão o que fazer para que nos encaixemos nesse mundo. Imaginem se para os PIIGS funcionou ou funciona, por que quê para um país como Angola não deve funcionar? Mesmo sabendo que esse último país é tido como uns dos mais corruptos não faltarão boas avaliações dependendo de quem as dê: podem até vir de um bando de banqueiros delinqüentes dispostos a subornarem o sistema inteiro. Afinal, a ditadura destes pode ser mais forte e pôr de joelho qualquer uma outra, incluindo a esse regime ditatorial de corruptos convencidos dos seus atos.

Diante desses fatos –“o terno que eu disser para você usar é que vai te tornar mais ou menos parecido ao que eu desejo que você seja: aquele sabujo menos vira-lata que o resto da comunidade que aí está”- nossa burguesia, angolana, espelha-se no mundo moderno, ao menos acredita que é assim. Até parecem uma turma dos filhos e sobrinhos do Mobutu que jamais conheceram labuta alguma, coisa normal entre os mortais, mais que para estes faz parte até dos parâmetros estabelecidos para se igualarem aquele mundo. Tido às vezes como de exploradores, ladrões e banqueiros mafiosos que vivem das aplicações dos milhões de poupanças de cada um dos trabalhadores desse mundo.

Para um povo vindo da miséria extrema, miséria muito longe dos PIIGS, qualquer avaliação é chouriço bom para o vira-lata da lixeira. Mesmo que o chouriço contenha substâncias venenosas da Standard & Poor, Fitch, Moody ( essas são aquelas agências diabólicas do mundo das finanças que de uma maneira ditatorial vivem opinando em que lugar do mundo um certo milionário deve investir seu dinheiro) e até mesmo do FMI tida como uma instituição financeira reacionária, anti-pobre e anti-terceiro mundo.

Bem ao serviço do instrumento colonial contemporâneo, onde a opinião daquela turma pode ser encarada como um sermão papal. Contrariando esse instrumento propostas não faltam: Eis aí mais uma!

Sem querer nos tornarmos um crítico agudo e crônico e para tentarmos nos livrarmos dessa fama, a avaliação daquelas agências pode ser uma mais-valia para o mundo dos negócios, para aqueles que pretendem vir aqui, em Angola, ganhar muito dinheiro, que com certeza uma boa fração desse dinheiro, senão todo deverá regressar aos países de origem de seus investidores. Assim, um bom patrimônio que pudesse contribuir numa avaliação das melhores condições sociais de vida, além do combate a corrupção, coisa que a própria “tolerância zero” já declarou como um fracasso, se nos remetemos as “boas intenções” de seu autor; é de dar a todos o que é de todos. Fazer das riquezas da nação o degrau necessário e suficiente para que a mesma suba em qualquer uma dessas avaliações vinda de qualquer latitude.

Temos uma proposta que pode parecer ousada e atrevida no contexto angolano. Mas que é na verdade é uma inspiração vinda dos estudantes aqui na nação tupiniquim, que poderia ser aplicada ao contexto angolano, se partimos do princípio que existem boas intenções dos nossos políticos e lideranças em combater a corrupção e demonstrar interesses no desenvolvimento social do país;. Já diz um velho adágio “dê ao César o que é do César”. Então porque não darmos ao povo o que é do povo: Nós propomos que 70% dos recursos vindos do petróleo sejam todos destinados à educação e à saúde. Mas a ser feito, regulamentado e aprovado por uma lei. Não vivem nossos políticos demonstrando, trabalhando e manifestando boas intenções em nome do povo, dos angolanos? Eis aí uma boa intenção!

É com certeza com isso e de maneira digna que um dia poderemos ser bem avaliados!

Nelo de Carvalho
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Qual das Perguntas o Jornal de Angola Pode Responder!?

O Jornal de Angola quando sai em defesa de pessoas, dirigentes políticos e membros do governo, supostamente ofendidos pela crítica e a opinião pública dá até a impressão de estar defendendo uma grande causa. Quando o que se questiona aqui não é a capacidade do mesmo Jornal ser mal educado com a aquela classe de gente, mas precisamente saber proteger quem, verdadeiramente, merece o respeito e a consideração da opinião pública, denunciando os maus políticos e/ou governantes que fizeram da corrupção a armadilha em que o país hoje se encontra.

Digamos que existe um excesso e falta de respeito, sim, daqueles que criticam e denunciam a corrupção. E quê? Impressiona-nos saber que é função do Jornal de Angola velar por esse respeito. Não é. É função da justiça!A função do mesmo Jornal é trabalhar para denunciar os atos da Administração que se confundem e transformaram em corrupção, mantendo e protegendo assim os inocentes e aqueles que precisamente necessitam do respeito do povo, em vez de fazer da omissão a sua prática de se lidar com o público leitor. Fazendo do boato o mecanismo que levaria consequentemente a falta de respeito com aqueles que são inocentes e provocando descrença.

Nós nos perguntamos, por que, o Jornal de Angola, tem tanta convicção da transparência dos atos administrativos dos governantes que estão no poder? Por cegueira; por covardia; por oportunismo; por questões de princípios e ideologia; porque precisamos manter a crença, infelizmente, ainda muito popular, de que o nosso maior inimigo é a UNITA e o problema da corrupção é um mal menor que será resolvido com o tempo; porque seus funcionários, jornalistas, têm medo de perderem as posições, tão dificilmente conquistadas num país de tantas necessidades e corrupção?

Será que o Jornal de Angola na sua eterna omissão, no seu eterno silêncio, consegue convencer a todos de que vivemos num país livre de corrupção e que tudo que se tem dito e ouvido por aí é boato a ser ignorado e menos prezado; que tudo constitui a simples e habitual intriga de quem está na oposição, no outro lado do “poder” como governado, que tudo não passa de má fé, de gente rancorosa, revanchista, revisionista e até invejosa?

A questão do papel do Jornal de Angola não é só política. Ou melhor, o mesmo jornal não pode fazer da política a fachada que dá proteção aos corruptos. Sejam eles de que lado estejam no MPLA ou contra e fora do MPLA. E mais, o Jornal de Angola, ao menos a sua direção –se eleita de maneira autárquica e por um colegiado, estamos aqui supondo- pode até definir sua posição política e partidária de maneira retumbante. Isso não pode ser tido ou visto como algo proibitivo, impossível e imoral, mesmo numa grande democracia. Mas o que o mesmo não pode fazer é omitir e silenciar-se diante da corrupção por motivos do seu posicionamento. Por isso chegou à hora de transformar a mesma em uma autarquia, de tal forma que não dependa mais e nunca da clarividência do seu camarada e infalível presidente. E dos Ministros que aí estão.

A justificação do(s) seu(s) diretor (es) diante das acusações de manipulação é, sim, uma arrogância em defesa de um despropósito: a corrupção. Num período da nossa história em que a transparência dos atos administrativos constituem mecanismos para gerarem confianças entre diferentes grupos políticos e sociais. Evitando-se assim a arbitrariedade de qualquer um deles incluindo o tão dês-pretendido “falta de respeito” aos chefes. Evitando-se os boatos que são verdadeiramente a maior fonte de falta de respeito.

Nelo de Carvalho
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Quando a Manipulação Cai Mal a Todos

Para qualquer um de nós as palavras têm significados. Nós, isto inclui o Jornal de Angola. É verdade que Samakuva e a sua turma de ex-guerrilheiros terroristas são um bando de trogloditas que vivem batendo na mesma tecla e que perderam toda capacidade de criação, tornando repetitivos as ações políticas do partido da oposição que o mesmo dirige.


Mas se o Jornal de Angola ( como instituição séria) fosse rigoroso com tanta mesmice e tanta falta de criatividade livraria igualmente de suas páginas os discursos de pouca criatividade e as mensagens com a ausência de alteração ou variedade do poder executivo, que é quem, na verdade, dirige e comanda esse  famigerado Jornal. Que numa Angola onde nem fábrica de papel higiênico deve existir é comprado, às vezes, como alternativa deste bem tão útil para todos.

Que bom que o Jornal de Angola, sua direção e quem de direito deve falar sobre o mesmo, indiretamente, estão dando-se por conta que o mesmo jornal deve mudar. Ainda não chegamos numa fase democrática em que os adversários políticos do MPLA possam ter os mesmos direitos de voz e respostas nos meios de comunicação pública, com certeza nem eu faria o esforço para que esse dia chegasse. Mas é preciso que o mesmo Jornal aprenda dar voz à opinião pública ( ao povo) e ao desejo desta de que os fatos da administração publica, muitos deles executados de maneira péssima, por aquele mesmo poder executivo, sejam publicados no mesmo jornal, como matéria informativa, que não tenham só como objetivo enaltecer as qualidades do chefe. Mas, sim, denunciar esse mesmo poder, seus membros, entre eles os reconhecidamente como gente corrupta, que estão lá para manchar todo um processo. Que a informação trazida por esse jornal, também, tenha caráter denunciativo e investigativo.

Não se entende que um Jornal do porte do Jornal de Angola considerado o mais influente e poderoso do país, já que é dotado de todos os recursos possíveis, homens e dinheiro, e que é o meio jornalístico de um país tido como um dos mais corruptos do Mundo; é raro em suas páginas, quando não existem mesmo nunca, denuncias de corrupção e enxerga nos atos do executivo, e todos os outros poderes um ambiente onde tudo ocorre a mil maravilhas.

Não entendemos que quando comprovadamente existe um processo em andamento de investigação, a ser mencionado aqui: caso BNA ( Banco Nacional de Angola), caso Sonangol denunciado por Rafael Marques; onde a argumentação ou o direito de resposta, insatisfatório, da mesma empresa já constitui índice de ilegalidade a ser investigado e pesquisado por uma equipe de jornalistas investigadores, que esse jornal por direito e o poder que tem deveria estar dotado. Mas a omissão do mesmo constitui, não só um esfregar de areia na cara do seu público, mas, também, uma maneira descarada e de ser cúmplice na ocultação da corrupção e de todos os fatos que tornam a administração e o governo de Angola um colégio de governantes corruptos, uma seita de mafiosos que deveriam todos eles serem entregues a justiça. Se existisse justiça nesse país. Quem sabe o dia que, também, o mesmo Jornal dar-se o direito de informar sobre até que ponto o poder judiciário é transparente. E o povo que está aí, proprietário do mesmo Jornal, merecerem o tal poder.

Infelizmente os adversários clássicos do Jornal de Angola, Samakuva e a sua tropa de terroristas, fazem da mesma instituição, mesmo hoje quando a guerra já findou, e o que urge é o combate a corrupção, o baluarte da moral que os mais quatro milhões de membros e simpatizantes do MPLA dariam tudo para salvaguardar, pena que esse executivo que aí está e o seu camarada presidente não merecem.

Nelo de Carvalho
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Bestialização e Corrupção

Qualquer sociedade é o que é pelo que pode oferecer aos seus membros, desde os logros sociais, que, às vezes, se tornam a canção de propaganda de seus governos ou estados, até a bestialização de seus cidadãos incutidos e promovidos pela corrupção dá um tom no arco íris cultural da mesma. E fenômeno que pode ser ocultado para manter o estatu quo e a sobrevivência de um regime, diga-se: oportunista e corrupto.


Mas em Angola por superveniência dos fatos, às vezes, tão natural, não existe mais a necessidade de se ocultar que a corrupção existe. Dela se aceita que existe, sim. O que não se aceita é que falemos sobre ela. Se aceita como uma maneira de se interagir com as pessoas, ou seja, passou a ser um instrumento nas relações sociais e que por força de hábito passou a gerar uma cultura. A cultura da bestialização. Invocar a corrupção em um ambiente político, onde o estado e o governo angolano se fazem representar por alguns dos seus funcionários constitui sempre um ato de subversão ofensivo para estes, um atentado ao poder, contra as instituições existentes. A propósito das duas palavras, aquela, a bestialização, é um estado, igualmente, que caracteriza tais representantes e funcionários, na impossibilidade destes de reconhecerem suas imperfeições e atitudes, às vezes, comprovadamente suspeitas. E de reconhecerem que devem prestar contas.

E nesta cultura encontramos fatos interessantes: a dolarização da economia, o encarecimento nas relações sociais, a vaidade como um fenômeno de auto-estima para reafirmar nossa existência e, às vezes, para uns, uma maneira de se identificar como angolanos. E hoje, já, como pertencentes a uma classe social emergente e privilegiada.

A dolarização da economia vindo da cultura da burguesia nativa de querer substituir valores, tanto espirituais como materiais. Substituição que aqui se encaixa bem. Afinal, por que precisamos do Kwanza quando temos algo mais forte em valor monetário para representar todas nossas ambições e sonhos, e comprar tudo o que quisermos?

Nas relações sociais, em qualquer parte do mundo, relações entre ricos e pobres é sempre difícil. Porque é sempre uma relação que pode ter motivações políticas, culturais e sociais. Mas não é disso que queremos falar aqui. Queremos falar precisamente das relações inter-pessoais, onde o gênero, ou seja, “o conjunto de propriedades atribuídas social e culturalmente em relação ao sexo dos indivíduos”, sendo vítima da corrupção, tornou-se bestializado. Nossas mulheres são tidas, ao menos para os angolanos, as mais caras do mundo de serem conquistadas, e nem por isso estão entre as mais cultas e bonitas (socialmente desenvolvidas). São tidas como as mais difíceis nos quesitos a serem agradadas. Para estas o romantismo clássico, o tradicional e até mesmo civilizado, um buquê de orquídeas, não enche barriga, ou seja, não constitui demonstração de desejo e de uma alma apaixonada. São tidas como as mais interesseiras. Um internauta, no club-k, acusa os corruptos de encarecerem o ato de conquista, ou sedução, de um gênero para com o outro; do homem para a mulher! Sinceramente, ele me inspirou esse artigo.

Ser angolano então já não se diz, principalmente para aqueles que ostentam riqueza, não sei de aonde. Nossos compatriotas esquecem-se, que nem um botão ou alfinete nesse país produzimos. A educação é esta que temos. A saúde chega a ser pior que uma paraplégica, que quando tenta levantar-se cai, matando todas as esperanças de quem espera da mesma por algo. É uma desgraça!

Os dois substantivos, a fusão dos mesmos num ponto poder visto como desgraça! Fazem-nos cair em situações irrisórias, como, por exemplo, acreditar que Angola é o país da vez: o eldorado. Há quem já diz que somos o país do futuro, até parece ser uma maldição à Brasileira. Declarada há mais de 200 anos pelos descendentes da monarquia portuguesa que aqui chegaram fugindo de Napoleão  Bonaparte ( até a covardia o povo brasileiro herdou), que num ufanismo tupiniquim, proclamaram esse país ( Brasil) como o país de todos e de um futuro melhor. Sabemos que hoje a nação carioca não saiu disso, promessas vindas da Casa Grande para agradar a Sanzala: até hoje, depois de 200 anos quase de independência, o Brasil continua sendo um país do futuro. As conseqüências desse futuro prometido que nunca chegou para a maioria da população todos nós soubemos: até a reforma agrária ficou por ser feita, até hoje, uma forma que a República Brasileira tem para se redimir com herança escravocrata. Transformou-se simplesmente, em épocas moderna, em mais um instrumento de luta contra o comunismo. Lutar contra a Reforma Agraria no Brasil de hoje constitui a expressão mais furiosa e selvagem de se ser anticomunista, antiesquerda e ter-se repugnância pelos pobres! Retrata a expressão do medo de uma burguesia capitalista que substituiu, no tempo, os senhores de engenho e o seu medo refletido na impotência de acabarem com a miséria que eles mesmo geram ao longo desses séculos.

Esperamos que a mesma praga não recaia sobre os Angolanos, que vivem de promessas e da fanfarronice desequilibrada de seus dirigentes, do engano e da mentira, e da doença que estes têm de sentirem-se arrogantes e prepotentes. E, o pior ainda, da bestialização e da corrupção destes, não declarada, mas assimilada como prática governamental na governança e na governabilidade duvidosa que o mesmo regime tem.

Um poder corrupto e delinqüente, que herdou técnicas para governar a nação dos tempos de partido único, só pode transformar a civilidade de uma nação em bestialização.

Nelo de Carvalho
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A Dor do Pepétela

A tradição africana já diz: “os mais velhos devem ser respeitados”, principalmente, quando estes estão carregados de dores. E se a dor vem do Pepétela ela pode não ser, simplesmente, uma dor de gente propensa a sofrer pelo próximo; é, também, uma dor de estremecer um regime ou quem sabe um sistema que até “ontem” fingiu ser de todos; e hoje é a imagem de um só ser que tudo faz, tudo merece, o ser inquestionável, o ser que ganha em tudo e a todos. E ponha-se estremecer nisso. A dor de Pepétela é uma dor que pode gerar medo, medo e susto. Essa dor é uma acusação ao tudo que existe aí. É talvez o retrato de um sonho que não deu certo. Mas sonhar não é privilégio de Pepétela, um dos homens mais querido, noutro hora, de uma nação, em que sonhar e fazer não era proibido, nem questionável. O fracasso de Pepétela pode ser a derrota de Agostinho Neto, se alguém por aí conseguir imaginar Agostinho Neto derrotado.


Não basta dizer que o Kota, o ancião, está velho e devia, com jeito de resignação, voltar a ler tudo que escreveu e os seus livros. Dizer que ele está cego é querer convencer ao pobre angolano que deve se convencer com orgulho da vida que leva, da sua pobreza, das mentiras e da falsidade ideológica protagonizada por quem acha que o povo reclama de barriga cheia.

Nós somos subversivo, sim, indisciplinados, quem sabe até vende-pátria, porque tentamos fugir do inferno. O corajoso Pepétela, um homem que sabe amar a sua pátria, e que não abriu mão dela, a única coisa que hoje pode dizer de direito e com liberdade, sem punição, porque já está mesmo no inferno, é que a pátria onde mora é um inferno.

Homem de coragem esse Pepétela vir dizer a todos nós que vivemos no inferno, “como ele descobriu isso”? Mesmo ele sendo um homem talentoso e genial, temos certeza que isso não é de sua autoria: ele “plagiou” essa idéia, fantástica, extremamente maravilhosa, no meio de tanto sofrimento. Em que quem grita não merece nem ser escutado, porque não existem ouvidos para isso. Ainda assim é preciso reconhecer que ele foi além do esperado, em todos os sentidos. Faz-nos recordar aquela dor que sentimos constantemente, mais que por alguma razão e até mania, que só os humanos saberiam decifrar por alguns motivos, tentam esconder, talvez até na hora da morte.

Ele é tão corajoso que não esperou estar moribundo em seu leito, rodeado de netos e outros parentes, e confessar que viveu toda a sua vida num inferno, e que a partir de agora iria para uma melhor, lamentando mesmo pela existência daqueles que continuariam a viver, naquele lugar.

Pepétela como acadêmico, escritor, artista e intelectual está entre os que jamais poderão ser acusados de subversivo. Afinal ele está entre aqueles que se poderia dizer: “o MPLA em carne e osso”, o MPLA em pessoa. Pepétela, mais do que um homem, não necessariamente solitário no espírito e na alma, é o MPLA ditando uma sentencia contra si mesmo, confessando suas dores e os seus fracassos, é o MPLA aproximando-se naquilo que ele dizia saber fazer melhor do que ninguém: estar ao lado de seu povo. Hoje, o único que sabe fazer, ou melhor, dizer: “é sentir as dores desse povo”.

O Homem Pepétela é a prova de que a coragem não tem preço, é inegociável, ou você é, ou não é. Ele é a prova de que as mentiras do “outro lado” proliferam e existem e precisam ser desmascaradas. Ele é a prova de que um conflito existe e que não devemos ter medo de encarar e lutar em nome de transformarmos esse inferno num lugar melhor para todos.

Ele é a prova de que não devemos ter dúvidas da nossa existência, e que só devemos nos separar dela quando o objetivo é melhorar a mesma, desde que seja aqui na terra e se for em Angola melhor ainda. Essa separação não pode ser a aceitação e a resignação com aquilo que nos impuseram ou que nos têm feito acreditar que somos.

Nelo de Carvalho
http://www.blogdonelodecarvalho.blogspot.com/
nelo6@msn.com

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O Dia da Imprensa

Qualquer dia do ano é propício para acabar com a imprensa bajuladora, omissa e cúmplice; qualquer dia do ano será possível festejar o papel glorioso de um jornalismo investigador, que deixará de ser o recolhedor de migalhas ou as sobras deixadas pelos corruptos, como compensação da bajulação que existe no jornalismo e na imprensa, em particular a pública. Que é vista hoje com repugnância pelo cidadão e “tocada”, com sentimento de pena, pelos grupos sociais que reivindicam a transparência dos atos públicos. A pena ou “lástima”, o sentimento que se tem aos miseráveis e pobres de espíritos, quando estes já perderam o pouco de escrúpulos que tinham, onde o profissionalismo converge de maneira confusa com o mercenarismo.


Quando esse jornalismo público, herdado dos tempos do único partido que tínhamos, entender que democracia não se constrói com diretrizes ideológicas ou princípios, e muito menos no residiu ideológico daqueles que fizeram do socialismo uma tentativa, convergindo estas tentativas no interesse individual e familiares, então estaremos no topo da liberdade de imprensa. A não ser que as diretrizes ideológica e de princípios sejam, simplesmente, o da verdade. O regime democrático, e a liberdade de imprensa que ela exige, é um Estado Democrático e de Direito, que não fala desde o coração de quem mais ama ou de quem mais odeia, de quem mais é ou deixo de ser.

A Democracia e o Estado de Direito é uma concepção fria, científica e calculista para enquadrar, cada vez mais, o homem moderno no mundo civilizado, e assim melhorar as relações entre todos, dissipando desconfianças. Exigindo do mesmo, cada vez menos, um protagonismo selvagem e bárbaro, como aquele dos diretores da Sonangol. Que fazem da “ingenuidade” do próximo um instrumento de selvajaria para se lidar com o resto da sociedade, ou o mundo afora. Sorte que esse “mundo” não é tão burro assim e não está ao nível da imprensa pública angolana: silenciosa, omissa, cega, surda, e o que há de melhor de si, bajuladora de dar asco e lástima. Pode parecer confuso essa mistura de sentimentos, mas é o que precisamente a nossa imprensa pública e alguma aí, tida como livre e autônoma do poder, têm gerado à opinião publica nacional. Esta última que foi fundada para dar cobertura ao regime corrupto e delinqüente instituído no país. Dando a entender a todos que é livre, sua maneira dissimuladora de informar e omitir tornou-se um verdadeiro dês-serviço à nação. Na verdade já se sabia desde o início que seu aparecimento era uma espécie de antítese daqueles que verdadeiramente reclamam por uma imprensa livre, sem a interferência da classe corrupta que está no poder.

Os milhões de dólares investidos nela estão longe de serem diretamente proporcional a competência de seus profissionais entre eles, nos melhores cargos e posições, estrangeiros contratados e desempregados em seus países de origem, tidos, às vezes, como um bando de incompetentes, mercenários e fugitivos! Aqui um recado para a nossa ministra: A liberdade de impressa passa, fundamentalmente, e também é ou consiste, na valorização do profissionalismo nacional, a consideração na maneira arrojada do profissional nativo de ir atrás da notícia, da verdade, instrumentos que podem servir de peças para qualquer investigação. A Ministra sabe disso, porque é jornalista e tem orgulho de ser o tipo de profissional forjada na concepção nacionalista: de que os problemas do setor devem ser resolvidos com a criatividade nativa. Que estrangeiro e com que interesses vindos do além se dedicarão com afinco a ir atrás de fatos reveladores onde a ginga do nativo é essencial e faz diferença, num ambiente de cultura nativa? Os investidores daquele projeto, que agora todos acreditam e dizem estar moribundo, esqueceram-se que os milhões de dólares não podem substituir a capacidade de criação de um povo, de seus filhos e com a sua cultura, mesmo sendo a cultura dos nativos. Esta por certo, insubstituível, no contexto angolano e rica na sua capacidade de criar.

Liberdade de imprensa e o dia dela é pôr, também, os avanços tecnológicos a favor da informação, da verdade e da própria imprensa em vez de fingirmos que ela não fará diferença nenhuma ou até termos medo dela. Vamos aproveitar esse espaço para sugerir a Ministra de Comunicação Social, se a comunicação que ela dirige for mesmo social e em benefício de todos, que ela proponha e sugira ao conselho de Ministro e  ao chefe, a isenção, a moratória, a  imunidade, ou termo que a lei ou o Direito Tributário melhor entender, de todos os tipos de tributos que atrapalhem a entrada de produtos de informação tecnológica. Que ajudariam a difundir o uso dos mesmos por toda a sociedade e a nação inteira, contribuindo no desenvolvimento intelectual dos cidadãos e na manipulação desses meios por cada um dos membros que compõe a nossa sociedade, evitando assim discursos vazios e sem a ação desejadas. Esses meios podem ser mencionados aqui, para não cairmos em idéias que não levam a nada. Os meios são: computadores e todos os seus acessórios e produtos na área de informática, telecomunicação e internet para o uso doméstico ( repetimos, uso doméstico). Ainda que aqueles atributos de facilidades do Direito Tributário sejam por um tempo, mas que comprovadamente produzam mudança na cultura das pessoas para inserir as mesmas no ambiente tecnológico que nossos tempos exigem.

A idéia aqui exposta deve ser ainda direcionada a que o Estado estimule a aquisição do material aqui mencionado a determinadas categorias de profissionais, como os professores, é um exemplo. Hoje na Europa e em qualquer parte civilizada desse mundo, já não se admitem professores de quaisquer níveis que não tenham o domínio da informática, ou seja, que não façam o uso comum daquele equipamento ( o computador). E se tivermos em conta que o salário de professor está entre os salário dos “miseráveis”, então a intervenção estatal para estimular a que estes ( professores) não vivam sem um equipamento desses, hoje considerados domésticos, esta intervenção seria vistas com bons olhos por todos nós.

A idéia de uma futura imprensa livre, também, começa por tudo que ajuda a inserção da cultura e da tecnologia na vida das pessoas. O governo “Revolucionário e de Esquerda” do MPLA faria esse favor ao povo? Ou os corruptos estão aí para impedir e atrapalhar?

Nelo de Carvalho
http://www.blogdonelodecarvalho.blogspot.com/
nelo6@msn.com

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Bom sinal

Parece que o Governo rendeu-se a imprensa, e se ninguém reconhecer, nós estamos aqui para isso e aplaudir. Mas também para dizer que o esforço ainda é mínimo. Afinal, a imprensa angolana, o que precisa não é de que o Governo se rende a ela. O que ela precisa, a imprensa pública em particular, é de liberdade, de liberdade para aprender a ter iniciativa na hora de informar e dizer a verdade, em vez de se limitar a fazer elogios que só atrapalham mais a governabilidade e governança do mesmo.


Para um governo que sempre esteve longe de sua população saber lidar com a imprensa afasta a imagem que se tem do Governo de ser uma caixa preta; é um jeito cívico e menos prepotente de se prestar contas a sociedade; é um início; é uma luz no fundo desse túnel chamado de transparência.

Ao entender o recado, de que não deve se fechar, podemos concluir de que o mesmo está reagindo as pressões da sociedade civil de que governar é para todos, de que os governados estão além do governo e é aqueles que precisam ser correspondidos com relação aos seus problemas.

É preciso que o Governo entenda que a luta da sociedade civil, por uma sociedade mais democrática caracterizada pela transparência, constitui uma bússola para cumprir as metas e promessas traçadas. O partido, o MPLA, que dirige esse governo não pode ver nesta luta um ato de subversão e de indisciplina de quem, por exemplo, exige o combate à corrupção. Não se pode fazer da mesma um fenômeno abstrato ou algo capaz de ferir sensibilidades. Quem se sente ofendido ou magoado, porque uma sindicância será imposta, questionando o seu serviço, é o corrupto. Esses, sim, têm que se sentir molestados e incomodados diante de uma auditória ou procedimento que exijam transparências dos gestores públicos. O verdadeiro militante ou gestor público não tem porque temer procedimentos que deviam ser rotinários ou periódicos e que a lei devia exigir. Procedimentos que a cultura administrativa do estado angolano não conseguiu incutir ao administrador da coisa pública, sem se importar do cargo que o mesmo assume, por motivos, por todos nós, já conhecido: a época do partido único. Em que todas as forças externas e críticas do sistema eram vistas, às vezes com toda a razão, forças inimigas que atentavam contra um processo que era preciso manter e erguer. Aquela era, se nos baseamos no tempo e nas circunstâncias, foi necessária para a nossa história, bem feita ou não, é preciso reconhecer que saímos dela vitorioso: derrotamos o regime racista da África do Sul, com as nossas ações indiretas e vitórias conquistadas transformamos aquele regime racista num regime democrático; tornamos a Namíbia um país independente; derrotamos os traidores e os guerrilheiros fascistas e racista da ala savimbista que não souberam entender que democracia constrói-se com paz e sem revanchismo. Tudo isso, e mais, era necessário para conquistar vitórias e dignificar um povo e a sua nação. Afinal, diante do racismo sul-africano, homens e mulheres normais, jamais poderiam se sentir indiferente. A missão além de vitoriosa é parte das glorias desse povo.

Mas os tempos mudaram e os instrumentos usados no passado para conquistarmos as inúmeras vitórias não podem continuar a serem usados para manter o Estado e os atos do Governo fechados diante daquilo que é o seu verdadeiro objetivo: a felicidade da nação e de todos. Que se optou, agora, conquistar a mesma, fazendo-se uso do regime democrático pluripartidário. É nesse contexto que é preciso ouvir a sociedade civil, os intelectuais, os partidos de oposição e tudo que houver de voz por aí, mas que se preze num princípio fundamental: manter a unidade da nação. Princípio inegociável.

Em tempos de paz, ambiente natural para se conquistar a felicidade de todos, a luta pelo poder não pode ser a qualquer preço. Ela só tem dois preços, competência administrativa dos nossos gestores público e transparências em cada um de seus atos, e fazer que em tudo isso se criem motivações políticas para afastar os oportunista e os maus partidos políticos. Em nossa opinião grossa e sincera, se o MPLA quiser continuar no poder por mais vinte ou trinta anos é usando aquelas duas técnicas, que permitirá que o mesmo navegue sobre novas conquistas: e uma delas, e a primeira de todas nesse período da nossa história, é de estar à altura nas próximas legislatura, com o seu exemplo, de reduzir a bancada kwacha pela metade. E fazer surgir uma nova força política que possa substituir está oposição em benefício da nação. Queremos uma oposição à altura dos angolanos que não seja identificada com bandidos e traidores, ou com os alunos da extrema direta portuguesa.

Os angolanos não precisam de um partido, a UNITA, decadente que no passado fez da traição um instrumento de suas “vitorias”. Mas para isso precisamos de exemplos demolidores vindo de lá em cima, do partido do coração, por isso: chega de vaidade, chega de corrupção, chega de mentiras, de fingimento, chega do eu fiz e faço tudo e posso, chega de incompetência; e queremos um Tolerância Zero que convença a todos. Assim, é preciso moralizar a Administração Pública, começando por todos os cargos, incluindo à do Presidente da República.

Nelo de Carvalho
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