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José Eduardo dos Santos: Discursos e Dilemas

O Presidente José Eduardo dos Santos disse-nos que “vivemos numa democracia nascente, viva e dinâmica”. Nós dissemos que essa democracia é falaciosa, obscurantista, protagonizada por gente cínica e presunçosa. Gente com uma visão de si mesmo egocêntrica que vê no ato de ceder o poder e o direito ao outro uma maldição de sua existência. O Presidente e seus assessores confundem legitimidade ganhada nas urnas pela obrigação, o direito e o dever de não se atropelar consensos sociais – um deles- o “Regime Presidencial” que assim se evocou nos últimos vinte anos e que sempre existiu. Mas que agora deveria ser constitucionalmente bem contrabalanceado com regras e normas que esta Nova Constituição não deveria omitir nem esquecer. Se aqueles que se deram o direito de promulgar esta Nova Constituição reconhecessem que agora o problema fundamental da Nova República é a corrupção.




Ignorar esta luta, ou seja, usar a própria Constituição para coibir a corrupção e facilitar o seu combate, é a prova de que quem está a frente da nação está no meio de tanta sujeira e em que o “Tolerância Zero” não passou de uma força de expressão. Uma força de expressão que provoca arrependimentos, outra maldição na vida de quem o pronunciou.


Diluir o poder concentrado, manifestado numa Constituição que dá poder excessivos aquele ou aqueles que ocupam os atuais cargos públicos e nos vícios arcaicos de governação e administração, é a melhor forma possível de manter a Paz e a Unidade Nacional, e de se assumirem como verdadeiros representantes, talvez únicos, deste país.



Chega de falácias de que o MPLA é o único partido que pode representar todos e unir todos, quando na verdade, fez-se uma Constituição abusando-se das circunstâncias históricas. A guerra protagonizada pelos terroristas da Unita, o odeio justificado a Jonas Savimbi e aos seus homens, fizeram com que as urnas eleitorais se enchessem de declaração de “amor” ao MPLA. Amor traduzido no desgaste que uma guerra produz, em que qualquer coisa vale a pena. Vale a pena até a desordem Administrativa e a desgovernação de que uma guerra que continue a queimar vidas humanas. Assim, não se pode confundir aquele amor com legitimidade absoluta, com o desrespeito a opinião e ao sentimento público: de que a corrupção está aí. É um mal menor diante da guerra, mas que deve ser combatido.



O MPLA exagera, faz uso abusivo e inadequado da legitimidade e do poder que tem. Faz uso inadequado até do temor natural que as pessoas têm da guerra. Como se esta pudesse justificar qualquer coisa: até a ocupação do cargo de Presidente da República, o maior cargo público do país, por um incompetente. Esperamos que o sucessor não se enquadre nesta escala. Nosso apoio ao próximo ocupante será incondicional, se ao menos, souber nos mostrar que esta preparado para lidar com todos os níveis da escala social que compõem a nossa nação. Se tentar provar que a geração de riquezas de um país não passa, simplesmente, no reconhecimento com indiferença e cinismos da existência de ricos, mas na existência da maioria da população exercendo o seu direito absoluto de ter bons hospitais, boas escolas e empregos que dignifiquem a vida das pessoas. E não a informalidade de uma economia que transforma a nação num país de gente atrasada, sem valores e espíritos próprios para evoluírem.



Dos Santos é o restos de um passado insuportável, em que seu papel poderia ser preservado com glorias. Se pelo menos tivesse a coragem de criar uma Constituição e Leis que permitissem o combate à corrupção, onde ele seria a “primeira vitima”, mas que evitassem que os urubus que hoje se encontram na oposição com nomes de “revolucionários”, contestando sua posição -mais de presidente do que de corrupto- chegassem ao poder num futuro.



Mas o covarde é o retrato típico do bandido sem honra, que descaradamente, alguns dos militantes do MPLA acreditam que o mesmo deve continuar a ser defendido para serrar o que eles chamam de fileiras. Estas fileiras que direta ou indiretamente no curso da nossa historia, nesses 35 (trinta e cinco ) anos de independência, nos levaram a vários conflitos, traduzidos em massacres daqueles que não se alistam nem concordam com os desejos de quem está no poder.


Nelo de Carvalho
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O Exemplo de Como Terminou Kadafi Pode Servir Para Qualquer Viciado no Poder

Como terminou Kadafi? Já todos sabemos: humilhado e morto, como um cachorro perseguido pelo deserto, o deserto que bem ele conhecia, mas não pode proteger o fugitivo, que nos últimos anos não soube lidar nem com o seu povo e muito menos com os bandidos do Ocidente que vão atrás do petróleo como iam os homens do faroeste atrás do ouro.

Kadafi serve de alerta para muitos que estão aí, que se sentem seguros e vitalícios e não entendem que a hora deles pode chegar, mesmo quando não desejam. Kadafi é a prova de que não existe legitimidade sem contestação, não existe revolução popular exitosa que não possa terminar como uma contra-revolução que para continuar a sobreviver negue suas origens ou aquilo que lhe deu causa.



A Confusão que derrubou Kadafi, se assim quiserem chamar -e é mesmo uma Confusão- , mesmo sendo absurda, ganhou legitimidade o suficiente para transformar nosso beduíno do deserto num sujeito ignóbil, que será enterrado sem glorias e sem as lágrimas do seu Povo. Porque estes, diante da Confusão, não sabiam mais se valeria apena se sacrificarem por um “ditador” há 42 anos no poder, ou apostar numa verdadeira democracia. Mesmo com valores e sentimentos falsos e retrógrados como a nossa, onde só os bandidos dão-se bem, e no fim apresentam-se como os novos ricos aplaudidos pelo novo regime “democrático” e corrupto.


Não se esqueçam que o homem aqui mencionado foi um herói enquanto existiu, porque derrubou uma monarquia e soube enaltecer a dignidade dos povos africanos, mesmo que de maneira controversa e extravagante. Mas Kadafi esbarrou no oportunismo, na cegueira e na corrupção. Se pelo menos soubesse usar os bilhões de dólares do petróleo para transformar seu país numa potência militar, lá mesmo no mediterrâneo, região estratégica que permitisse barganhar respeito aos adversários, talvez teria condições de resistir os bombardeios da OTAN. Kadafi e o regime que dirigia nunca souberam se preparar para guerra. Ele e sua família, filhos, fizeram do regime um estandarte para promoverem e avivarem seus estilos de vidas de salvadores de um país que melhores índices sociais na região tinha. E quê?


Se a Líbia era assim, país africanos com melhor distribuição de renda, imagina o nosso país ( Angola) arrasado pela eterna miséria, protagonizado pelos atuais dirigentes que aí estão. Assim, a suposta democracia dinâmica e viva propalada no último discurso do chefe do executivo angolano jamais seria suficiente para agradar um povo miserável como nosso, cansado de um governante repetitivo nos seus discursos e atos. Um sujeito que talvez esteja caminhando em direção a uma sorte pior que a do próprio povo que ele dirige e vive enganando. Se não sabia José, seu discurso foi um fracasso, cheio de omissões e mentiras, cheio de “esperanças” que refletem a sua própria imagem: um retrato do passado, que se apresenta diante do Povo ou da Nação como um fantasma. Um fantasma que já não surpreende, nunca trás nenhuma novidade que não seja a sua própria existência inerte e inútil, diga-se. Até onde eu sei, você é um fracassado que sempre viveu das vitórias dos outros. E que agora pretende se “perpetuar” no silêncio e na ignorância de um povo. Mas até isso você não conseguirá!


Por isso estamos aqui para alertar, o MPLA pode merecer nosso voto por mais 30 (trinta) anos, mas Angola, como o partido no poder, não merecem os atuais dirigentes que têm. É preciso a reestruturação e a renovação de tudo que há aí. Não queremos guerra, sim. Mas chegou a hora destes dirigentes se demitirem, aposentarem-se e transferirem o poder para quem tem competência e dinamismo para continuar a governar. O próprio MPLA precisa de uma direção dinâmica, que saiba corresponder as exigências atuais da sociedade angolana: um país jovem que exige dos seus dirigentes a meritocracia e o empreendedorismo, e não mais os anos de guerra que tal ministro, general ou fulano enfrentou nas frentes de batalha.


Por isso, essa Confusão nas ruas, chamada, estupidamente e de forma ignorante, de Revolução pelo vandalismo que se identificam como lutadores de uma causa nobre, tem razão de existir e se justifica. Não adianta dizer que a Confusão deve ser combatida. Quem deve ser combatida é a corrupção, que não tem moral para combater os confusos manifestantes –verdade diga-se estão no seus direitos de reclamarem o que nunca tiveram: dignidade, emprego, saúde e boa educação; quem deve ser combatido é a corrupto que ainda está no poder, e que finge, com os seus discursos, que pode mobilizar ou sensibilizar as massas.


Acabou José, sua era de fingir e enganar, ou ao menos de mostrar que deveria ser um militante comunista a altura, está no fim. O único que você pode fazer e merece fazer é se retirar de maneira organizada como exige a honra e a dignidade. Os comunistas ( se alguma vez você foi ou tentou ao menos imitar Agostinho Neto) também são derrotados ou podem sofrer derrotas, mas a diferença deles com o resto dos abutres que aí estão rondando a coisa pública estes não matam a sua postura de homens diante dos dólares que você aprendeu a cheirar, e agora a valorizar diante do Kwanza.

Se toca ( balumuka!), José! Que a existência de um Homem não se define simplesmente pelo poder que este tem. E Angola em particular não nasceu contigo e nem vai morrer contigo. E vê se antes de chegares ao fim aprenda a ser igual a todo mundo, pelo menos uma vez na vida. A vida é bonita e linda quando nos demos por conta que somos mais simples do que imaginamos. É na nossa simplicidade onde reside a autêntica beleza de nossa existência.

Nelo de Carvalho
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Falta ao MPLA Controlar as Redes Sociais: o Facebook é Um Deles

O MPLA tem o Jornal de Angola, tem a Rádio Nacional, a TPA, todos estes meios têm a função mediática de fazerem amigos e inimigos daquele partido; glorificar a seita política fundada pelos Pintos, os Joaquins e os Andrades, ainda que para isso tenha necessidade de comer quem pariu e quem o pariu, e ignorar o seu passado. Naqueles meios informar tem sempre duas funções: enaltecer quem está atrás deles; difamar e penalizar quem se opõem ao “grande projeto” protagonizado por aqueles. Nestes já se notou que deve haver, existir, um desespero em “controlar” o Facebook, o maior representante das redes sociais. A Rede Social na Internet que se transformou em mania, canal e meio de informação, de expressão e liberdade, e a antíteses de tudo que há aí sobre ocultação, repressão e todas as formas de proibição.



O aparecimento tímido de alguns dos elementos do regime de José Eduardo dos Santos, talvez até este mesmo, camuflado de simples militante do MPLA na rede, provam o sonho impossível e megalomaníaco dos corruptos do governo de Angola de querem ter controle sobre tudo. Até no Facebook, sabemos da impossibilidade disso. A matumbice que governa o país em que nascemos também sabe e tem consciência da impossibilidade da empreitada.


Mas este artigo foi escrito precisamente para “tentar desmascarar” esse sonho impossível, melindroso e humano. E é nesta última parte, nesta última qualidade, que se ergue toda maldade e todas as intenções que se apresentam como a coisa benéfica e solidária. É basta ver as mensagens que nos trazem os seus membros: as mensagens para lá de humanas, solidárias, patrióticas e nacionalistas. Entre elas estão aquelas com o objetivo de jogar fora a camisa e a bandeira que fez parte do passado de muitos de nós. Ensinamentos vindo daquela quadrilha de políticos. Na verdade, essa forma ou maneira de querer se livrar do passado já foi notado até nos discursos do seu atual e maior líder. Não condenamos aqui o direito de todos nós tentarmos nos livrar de um passado fracassado e sem lucro, desde que seja feito a pratos limpos, desde que seja um jogo transparente para todos aqueles que acreditam estar participando numa democracia de verdade. A democracia em Angola não é assim: transparente, livre -a liberdade, de todas as formas possíveis, é coagida-; o mérito dos cidadãos é desperdiçado e posto de lado, enfim.



Voltemos às mensagens “humanísticas”. Não importa a carga adjetivada de tais mensagens. Elas sempre tem a função partidária e de salvação daquilo que está aí e que acredita que ainda representa todos os angolanos, só porque estão ou têm o poder. A diferença é que os nossos gênios de comunicação, ou quem assim assessora nossa quadrilha de políticos governamentais a se aproximar dos internautas, descobriram, ao menos no Facebook, que o comportamento de todos naquela rede exige, sim, descontração. Além de boa educação e a benevolência do político preocupado com o seu papel diante de todas as mazelas sociais. A matumbice despertou, e o MPLA diante das novas tecnologias descobriu como agir. A docilidade, até de antigos generais, que já apareceram no facebook, surpreende!



Só que alguns, ou quase todos eles, têm consciência que muitas das mazelas sociais são obras “eficientes” da governação e da administração que ainda temos no país. Com suas mensagens, é como se os mesmos quisessem se redimir, recorrer a algum tipo de compensação, quem sabe, quererem mesmo até se desculpar. Entendemos, ao menos quem está aqui escrevendo, que se desculpar diante das tais circunstâncias é quase impossível. Ao menos que este alguém estivesse disposto a cometer um suicídio político diante de toda a opinião pública. As mensagens trazidas por esta gente -no facebook-, estes tipos de internautas, chefes, homens no poder, e na condição de angolanos, estão sempre longe de denunciar a verdadeira e cruel situação do país. O silêncio deles, mais do que falso otimismo, envia a mensagem enganadora e propagandista de que aquele país Angola, onde eles governam e habitam, não precisa do questionamento do que eles chamam de oposição e adversários políticos; não importa mais a que classe esses adversários políticos pertencem, que ideologia estes defendem e qual são suas preocupações políticas.



Mensagens como “Lavar as Mãos Salva Vidas!!!”, e outras por aí, extremamente corretas e eficientes na vida de qualquer cidadão independentemente de sua condição social, são positivas no a, b, c, d diário de nossas crianças, papel que a TPA e todos aqueles meios de divulgação pública sabem e podem fazer muito bem. E é claro o facebook também. Mas com relação a este último até onde o cinismo, o silêncio, a indiferença dos nossos internautas governantes proíbe a estes encarar a verdade miserável em que se encontram a maioria da população angolana. Mesmo quando se sabe que para o chefe-mor o culpado de tudo é o colonialismo português. A pergunta agora é: desde quando o MPLA fez um pacto com o ex-colonialismo português para evitar que o mesmo fosse, por exemplo, denunciado naquelas redes sociais, no facebook. É claro que ninguém acredita na existência de tal pacto e nem mesmo faria tal pergunta descabida. Então, qual o âmago das mensagens?


Talvez seja difícil descobrir, impossível digamos, mas é possível agarrar um dos membros ou tentáculos que compõem a nova empreitada e laboriosa missão de fazer da informação um meio de articular objetivos, ou então desarticular. Um desses membros é a predisposição do partido no poder tentar se igualar de maneira reacionária a tudo que ele mesmo vem combatendo, desde que nessa luta o poder para uns continue sendo vitalício.



Qual tentáculo o polvo precisa ceder? O MPLA nos últimos anos tenta se livrar de tudo o que defendia. O MPLA caiu na armadilha da (des)honestidade, na armadilha da (des)honradez. O MPLA tenta agora provar a todos que cada um de nós é culpado e ator de suas desgraças. Exemplo: Até a cólera, doença erradicada no Século XIX, é culpa de quem não lava as mãos. Pode não parecer essa a mensagem, do nosso político no facebook. Mas aquela mensagem oculta a verdadeira causa e desgraça dos milhares ou milhões de cidadãos porcos que não lavam as mãos antes de fazerem as suas refeições. Será que é só por isso que tem matado nossas crianças de diarreias?


Nelo de Carvalho
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A Queixa Que Não Se Deve Ignorar

O Partido Popular de David Mendes saiu a frente, de forma espetacular e com corajosa iniciativa, que, pessoalmente, eu gostei. Agora é só esperar pelos “incansáveis” defensores do Camarada Presidente JES, aqueles dirão, como sempre, que não existem provas, como se as provas caíssem do céu.



Em Angola precisamos cultuar o hábito de ir atrás das provas, quase sempre existentes, mas não encontradas, como conseqüência dos atos de coerção de um Estado que existe para defender corruptos e pessoas privilegiadas. Ou, ainda, como iniciativa de grupos paramilitares que se fazem passar de agentes secretos a serviços do Estado. Aqueles ou estes têm sempre a missão de apagar os rastros das atividades corruptas, que por excesso de confiança e subestimação, ao povo, são bem transparentes e visíveis, já que nossos corruptos, diante de tanta impunidade, nem se dão o trabalho de ofuscar tais rastros, são sempre seus leões de chácaras que têm a missão ignóbil de apagarem todas as pegadas. Tais atos criminosos não constituem missão simplesmente dos Pits Bulls sarnentos, também, é coisa de quem foi incumbindo para ser um verdadeiro guardião da lei. Se fosse assim, ele não estaria tanto tempo naquele lugar: o inadequado e inservível Procurador Geral da República; que nunca viu ou vê crimes nenhum. Este Procurador é o “melhor do mundo” num país de gente corrupta, onde o maior corrupto é o próprio Presidente da República.


A queixa tão esperada ao longo destes trinta e cinco anos já foi feita. Agora, a pergunta é: em que circunstâncias um cachorro domesticado pelo próprio dono poderá se revoltar contra o mesmo. O PGR, tão corrupto, quanto quem o pôs lá até que ponto será tão mal agradecido com o seu chefe, que tudo pode, tem e dá aos corruptos, que fazem parte do mesmo círculo, da mesma seita de corruptos.


O importante é que alguém teve a coragem de executar tal iniciativa. Inédita em todos os aspectos, um banho que qualquer corrupto, as véspera de um discurso, preparado com pompa bajuladora, não gostaria de receber. Vamos ver, agora, se “sua excelência”, no seu maior cinismo, como sempre se identificou diante da nação, vai ignorar tal denúncia. Ainda vai a tempo de mudar o discurso, já escrito há meses, ou, quem sabe, se preciso improvisar ( se conseguir), para responder as denuncias e a queixa de direito que todo angolano, mesmo sendo do MPLA gostaria de fazer. Não adianta vir nos dizer, “que é a CIA que está atrás disso”, “que são grupos estrangeiros, querendo desestabilizar a nação de Agostinho Neto”, comprando e vendendo sicrano, fulano e quem sabe mais quem. E mesmo que fossem, desde quando a moralidade no MPLA foi retificada ou ao menos ratificada, se retroagirmos nos tempos em que o regime era mesmo o regime do Poder Popular comandado por Agostino Neto.


O MPLA agora tem a palavra, ou melhor, o seu chefe intocável e inquestionável. Vamos ser honestos e civilizados, e então separar aqueles deste. Só não queremos gestos evasivos; o cinismo e a mentira que caracteriza aos delinqüentes; não queremos a covardia que caracterizam os vândalos no poder. Queremos respostas e declarações eficientes, convincentes. Nada de lamentações de heróis ao serviço da nação, agora, injustiçados e mal compreendidos.


Mal compreendidos somos nós os milhões de angolanos, que não entendemos: como um corrupto no poder, até hoje, continua a ser defendido pelos seus cães de guardas, muitos deles tão miseráveis como a população vítima da corrupção.


Não podemos ignorar as denúncias de David Mendes, elas são parte de um gesto que só a democracia nos oferece, apesar dos pesares. Elas são o produto do exercício de cidadania a que todos têm direito. Coibir isso, só pode vir de quem tem interesse eterno de perpetuar o Estado e o governo corrupto que aí está zombando das leis e das instituições.

Falando de instituições já chegou a hora de se eleger um PGR através do legislativo ou que minimamente deveria ser sabatinado por esse órgão do poder, em vez de ser a mão direita do corrupto Presidente da República.


Se a denúncia (queixa) for lida pelo menos pelo mão-direita do nosso corrupto, já seria uma vitória para todos aqueles que sonham com a justiça nesse país. Seria um progresso, um êxito a ser festejado e brindado, não com o vinho podre e o whisky aguado, vindo do Porto ou aqui das terras tupiniquim, respectivamente. Brindaríamos, sim, a bom gosto com o nosso maruvo, aquela bebida que tanto Antônio Jacinto gostava e os ex-contratados destas terras, hoje enganados pelos corruptos que estão aí em cima, amam e adoram.


David Mendes tem razão. E não pode ser democrática, jamais, uma sociedade que não valoriza as denúncias contra os seus corruptos, contra os seus políticos, mesmo quando estes se revestem, falsamente ou não, na pele de pessoas ou seres decentes. A denúncia contra o presidente da república deve ser considerada, sim, porque ela é rica em detalhes. Não se pode ignorar o que não foi investigado e pesquisado de maneira exaustiva, coerente e sisuda a favor da coisa pública. Estamos aqui dizendo coisa pública, ou seja, os milhões de dólares, vindo dos cofres públicos e indo para contas privadas. E não opinião pública, são coisas diferentes. Esta deve ser esclarecida conscientemente sem a omissão de se investigar e se revelar aquelas. Fatos que existem ou podem existir, mas para sabermos de sua existência, alguém de direito tem que investigar, ou seja, ir atrás de tudo, principalmente, das provas. O que não se pode é alegar, como nos habituou o jornalzinho de Angola, inexistência de provas, quando na verdade nem se quer alguém provou tal inexistência. O pior ainda é coibir a prática de tal coisa. Qual coisa? Ir atrás de das provas, sem que seus investigadores ou quem de interesse sejam ameaçados pelos corruptos, ou pelas instituições literalmente vagabundas que dão proteção aos “seus donos”.

A queixa saiu. Agora, têm a palavra os corruptos! Ou, então, a matilha de farejadores de conspiração contra o Camarada Presidente.


Nelo de Carvalho
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A Corrupção é o Símbolo do Regime de JES, e Não a Paz e a Estabilidade

O fim da obra de Agostinho Neto foi com a batalha do Kuito Kuanavale e a saída organizada e vitoriosa do exército cubano no território angolano. Depois disso veio a lei e o princípio do salvem-se quem puder, já que o Socialismo tinha se revelado um fracasso e uma utopia poética do intelectual Manguxi.


De lá para cá ficou mesmo escancarado o papel malandro e espertinho de quem está no poder. Este não só chutou o balde, mas aprendeu bem a lição extraída nas “casas noturnas da vida”, dos “bordeis”, que em vida de juventude forjam o espírito corrupto da classe reacionária e delinqüente a grau de generais que hoje governam o país.



O MPLA só precisava mesmo terminar a Guerra, mas antes disso, provar também que é o salvador da pátria ou salvador da vida de milhões de angolanos massacrados pelos terroristas Kwachas. Isso legitimaria não só os atos repugnáveis de corrupção aberta, “sem normas”, “sem regras e princípios”, mesmo entre bandidos da mesma “raça”, “tribos” e defendendo a mesma a idelogia. Mas também legitimar, o agora o que se descobriu, sua atitude raivosa e fascista. A doutrina violenta encoberta no slogam da Unidade Nacional e a salvação da Paz entre os angolanos: “ Não se reprimem manifestantes pacíficos em nome da PAZ”. E o ato que atenta contra esse teorema político só pode vir de uma instituição corrupta –liderada por alguém que insentiva aquela prática-, agora terrorista também, uma instituição confusa, que adota as práticas fascistas como uma maneira de se impor. Uma forma indiscutível de implantar o medo, o terror, o pânico e o pavor de quem diz que defende a paz e a estabilidade.



Aquela doutrina violenta de repressão está encoberta numa política mentirosa e estupida que diz defender a estabilidade política e sócio-economica. Quando se sabe que esta mesma estabilidade é cega diante do enrriquecimento ilícito de uma minoria de pessoas que sabem agora tirar proveito do regime delinqüente de José Eduardo dos Santos. Esse sim é o nome, a ser arquivado na história de Angola, que será tido como o sujeito que promoveu o maior processo de corrupção institucionalizado no hemisfério Ocidental.



A política em Angola evolui no que hoje podemos dizer que o regime de JES é contestável por todos, repugnante nas suas formas de aproximação com qualquer entidade, instituição, amigos e inimigos; descobriu-se que qualquer uma destas entidades, mesmo as famosas “multidões” de apoio, só correspondem aquele regime quando verdadeiramente existe submissão aos corruptos do regime e daquele poder. Nunca houve no poder um sujeito tão perdido como JES! Seu desamparo e alopragem, não é mais pela ínfima força de pressão que recebe das forças de oposição. Mas porque esgotou, tudo vindo do depósito de cinismo que nos habituou, a maneira como se deve governar com dignidade esse país e lealdade também. JES já não tem fonte de inspiração, que não seja assumir-se como um corrupto e um gestor incompetente que perdeu o pouco que tinha: a seriedade e a honestidade. A falta destas duas últimas e a sobra do que há de mais em corrupção devem fazer este odeiar o poder e renunciar a qualquer momento. Nunca se sentiu tanta pena e dó de um homem no poder!



Hoje o MPLA existe e sobrevive simplesmente com os seus símbolos, Agostinho Neto é um deles. Fora disso aquele partido transformou-se em paira para milhões de angolanos, até de quem se habitiou a conviver e apoiar o mesmo partido; sem contar que aquela organização política de bandeira rubro, negra e amarela; outro símbolo que ainda enaltece a nação e identifica a nação angolana, agora transformou-se, nada mais e nada menos, numa organização partidária de delinqüentes e malfeitores; que retratam os destinos infelizes de um povo; que não teve a sorte de evitar que a guerra protagonizada pelos homens de Jonas Savimbi pudesse ser substituída por outra grande maldade chamada de corrupção.



A corrupção não é menos prejudicial do que a guerra, idéia que o MPLA pretende transparecer e transmitir a toda opinião pública. Mesmo porque esta pode nos levar novamente a guerra. Assim, seus efeitos não têm porque serem vistos como um mal menor, ou o mal, simplesmente, de uma nação de gente atrasada que precisa aprender com o tempo. E em que este tempo é o tempo necessário que o MPLA e os corruptos encabeçados por José Eduardo dos Santos precisam governar.


A corrupção não é um mal a ser aceito como um mal dos africanos. Não é o povo que é corrupto, ao contrário, são os seus dirigentes em diferentes nações e sociedades africanas que são uns verdadeiros bárbaros que se deixam dominar pela natureza: os instintos da corrupção. E são estes que devem e têm que ser combatidos com os seus populismos de esquerdas de sabores anti-imperialistas, discursos bonitos, mas não levados à prática e que ajudaram a enganar milhões de pessoas. É claro que não estou aqui cedendo e dando passagem às burrices da direita mundo a fora.




O mal da corrupção não vem do povo nem nasce do seio deste. Ele é importado, e chegando a nós de maneira trabalhada e transfigurada para se adequar aos costumes do homem africano; que agora vê no capitalismo libertino e supostamente democrático o seu sonho de puder se exibir diante do mundo “civilizado”; como o nativo “bárbaro” que evolui e já nada tem a ver com aquele nativo que o colono e o escravocrata humilhava o mesmo em todas as suas formas e modos possíveis. Aquele homem que era discriminado até pelo que comia, pelo que vestia, pelo seu perfume, enfim, pelos seus jestos. Hoje faz do capitalismo um ambiente para se igualar aos seus antigos patrões coloniais ou amos escravistas. Só que o africano na sua trajetória desastrosa de evolução faz da corrupção a força condenável e execrável do seu crescimento civilizatório. JES e os seus primos-camaradas pertencem a esses grupos de nativos. E Savimbi, o temível terrorista, não estava muito longe disso. Entre um e outro? O de cujus e os herdeiros que deixou continuam dando legitimidade ao nosso herói corrupto, que agora quer se igualar ao guia imortal.


Só falta agora, o nosso delinqüente, conseguir. Não faltarão apoiadores, bajuladores, gente faminta, com os estômagos vazios, dependendo dos favores daquele regime corrupto: é o MPLA na apoteose da corrupção!


Nelo de Carvalho
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