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quarta-feira, 6 de outubro de 2010

As Eleições Brasileiras

Se de certa maneira podemos associar o poder político aos Céus, ao Paraíso ou até mesmo ao Inferno. As Eleições nos regimes democráticos podem ser vistas como as escadas a serem usadas para um dia se chegar aquele lugar. É claro que democracia está muito longe de ser só o exercício ou o simples ato de votar. Esse ato no Brasil existe há mais de 150 anos, talvez. Ou seja, há mais de 150 anos que Macunaíma vem sonhando vendo-se ele no poder representando gente como ele; gente como ele é a imensa maioria da população brasileira, o pobre, o negro descendente de escravos, o índio tupiniquim ou não e, também, toda raça de imigrantes que este país de mestiço ao longo de sua formação sob atrair e provocar as variadas cobiças. Só tenho algo a discordar aqui. Macunaíma não é necessariamente um preguiçoso. É a imagem de um povo trabalhador que sabe fazer da metamorfoses o remédio para sobre viver e tentar resgatar aquilo que é seu de direito: o Brasil de todos!


Todo processo eleitoral, nele, está nitidamente refletido a luta de classes travada, tanto no presente como ao longo do tempo, em que a estrutura social, econômica e cultural do país se construiu e se quer dar ou não continuação aos mesmos. O Brasil é um país de odiosa desigualdade social protagonizada ao longo de sua história por uma classe dominante privilegiada: racista e genocida! Por certo, no meu entender, a mesma que declarou a independência do Brasil, mas que, também, por força de constrangimento e pressão externa declarou a abolição da escravatura. Que fique bem claro aqui o entendimento: “declarou”!

É a mesma que, ainda, declarou a República como vingança de um acerto de contas entre grupos econômicos que na época se de gladiavam pelo poder. O último precisava vingar-se do primeiro porque saiu perdendo com a declaração da abolição da escravatura. Entendemos aqui que desde o nascimento desta nação o poder só foi transferido entre grupos sociais e econômicos que sempre pertenceram à mesma classe social. Eles forjaram, com o passar dos tempos e da história, o caráter reacionário e conservador que a consciência social brasileira tem sobre política interna e externa. Principalmente contra o seu próprio povo. O Estado Brasileiro, até hoje, é, sem formas figurativas, um Estado colonizador e explorador do seu próprio povo, que sustenta uma burguesia opressora e antipatriótica à serviços de potencias imperialistas estrangeiras.

A sociedade brasileira está muito longe de ser uma sociedade politizada. Se entendermos aqui a politização como um fenômeno de esquerda ambicioso com ânsias de negar tudo que é velho, caduco e conservador ( a velha ordem social imperante, exploradora, herança colonial e escravocrata). É desta ordem que se reflete todas as formas de preconceito e entre elas a mais crônicas e moribundas.

A apologia pela despolitização da sociedade é de tal forma que se nega até nos meios intelectuais, tidos como bem conceituados. Nega-se a supervivência de qualquer forma de Revolução. Não! Revolução não é sinônimo de Guerra –digo eu! Che Guevara não era um guerrerista. Era um homem que lutava pelas injustiças sociais. E diante de tudo que viu e sofreu, pegar em armas era sua última alternativa. Assim, não devemos confundir necessariamente revolução com guerras e violências de todas às espécies.

Revolução, aqui, é o golpe de Estado de 1964. Dado por um grupo de militares neo-fascistas e anticomunistas, que por certo interrompeu o processo democrático que já vinha amadurecendo. O termo “Revolução” no Brasil adotados pelos militares golpista é uma mentira elaborada pela extrema direta para justificar as atrocidades do golpe 64.

A nova fase da democracia Brasileira começa com o fim do regime militar na segunda metade da década de dos anos oitenta. Nesse cenário são legalizados todos os partidos de esquerda, e no mesmo nasce o Partido dos Trabalhadores, o PT. Numa versão angolana, o PT é o “MPLA do Brasil”. A diferença é que este, em Angola, é o fundador da nação e está no poder desde o nascimento da mesma e tem o poder. E exerce o mesmo quase de maneira soberana e absoluta; forjou uma classe dominante, que na sua maioria representa os nativos do país, se vermos as coisas do ponto de vista antropológico. O que não deixa de ser um avanço na construção de uma nação. No Brasil não é assim. O Brasil é dividido no Brasil branco e rico; e o Brasil mestiço, negro, índio e tudo isso misturado a pobreza sem perspectivas nenhuma.


Aquele, o partido brasileiro, o PT, experimentou o poder há oito anos atrás. Nasceu no início da maior crise ideológica do século vinte -a caída do muro de Berlim e o fim da União Soviética. Assim, não teve tempo de amadurecer sua inspiração original, as idéias socialistas vinda dos partidos de esquerdas mais radicais. Diz- se por aí que abandonou todas elas. A única coisa e êxito que devemos reconhecer no mesmo é de ser o maior partido de massas da nação Brasileira, um país de dimensão Continental. O PT é quase a expressão mais ampla de todas as camadas sociais do Brasil, soube representar esses e assumir o compromisso de tirar da miséria milhões de Brasileiros, fazer com que esses se sintam representados como brasileiros em todas as esferas do poder.

É preciso reconhecer, que na evolução do Brasil, o poder sempre esteve longe dos nativos, representado (o Brasil) de maneira alienígena ( estranha). Afinal, o Brasil tem uma característica incomum: não declarou a independência no grito de guerra. Não foi o índio, o negro ou mesmo o mulato que declarou essa independência. O PT, se não trair as suas origens, hoje é o partido que se apresenta em melhores condições para envolver todos aqueles indivíduos no processo de construção de uma nova nação brasileira, onde os “ macunaímas da vida” se sintam representados. A façanha do mesmo Partido é incontestável. Nem os Comunistas chegaram tão longe. Á propósito, o Comunismo aqui é um fracasso, e a culpa não é só dos adversários políticos que andaram infernizando e diabolizando o mesmo.

O Partido dos Trabalhadores foi fundado por um metalúrgico no meio de tantas reclamações sindicais. Na época e até hoje, era o que o Brasil precisava, a representação maciça do seu povo no poder.

Mas precisou-se de longos vinte longos anos de idas e vindas nas urnas até a vitória do Lula.

Por que o Governo Lula Está Entre os Melhores Governos Brasileiros?

O Governo Lula no Brasil é o fim de um projeto reacionário de Estado para com o seu próprio povo. É uma tentativa da luta de classe de se dar chance a representação popular no poder – não o popular de populismo, o reacionário, boçal, mentiroso, fanfarrão e de direita-, mas o popular na expressão mais classista da palavra. O popular que vê no ser humano de ter o seu direito, intransferível, inalienável e inegociável. Esse direito que é de todos, pertençam uns ou não a uma de terminada classe, etnia, raça ou religião; enfim, as supostas diferenças humanas aqui não são questionáveis. O que vale é que cada um de nós esteja representado no poder.

Lula, e talvez o PT, é a antítese de uma classe dominante representados sempre naquele Estado, herança de um regime colonial e escravocrata, que nunca se prestou a se identificar com os Brasileiros.

Num país com tradições conservadoras, moduladas por preconceitos religiosos, provincianos e burgueses, a Dilma é o resultado de um processo de evolução que de preferência esperamos que tenha continuação por longos anos. É o resultado de uma encarniçada luta de classe; classicamente, dir-se-ia mesmo, é o resultado da luta do bem contra o mal. Feio e promiscuo expressar-se desta forma, mas é o que parece ser, porque nesta luta está a esperança de milhões de pobres brasileiros que sonham em viver num país onde a riqueza possa ser melhor distribuída.

Dilma e o PT de Lula é o resultado da teoria fundamental de como o Estado deve ser construído em nossa época, privilegiando-se o que é público ou o que é privado.

Existe um projeto de Estado que caracteriza hoje a política social brasileira e que é encabeçado pelos movimentos sociais de esquerda encabeçado pelo PT no poder. Este projeto tem a chance de pôr o Brasil a crescer economicamente com uma média anual acima de 6% que poderá pôr o Brasil não só entre as maiores potências econômicas do mundo, mas tirar o mesmo da condição de país de terceiro mundo e elevar o mesmo na condição de país central de primeiro mundo com índices sociais aceitáveis.

A direita que sempre esteve no poder se recente disso. Tem medo de que a esquerda tenha êxito no seu projeto. Esse projeto que vem dando certo com a posse do Presidente Lula pode ser o calcanhar de Aquiles que levará a direita ao túmulo por tempo indeterminado. O PSDB de Fernando Henrique Cardoso e o seu sucessor José Serra estão com inveja e pavor de um êxito retumbante daquele que é metalúrgico e que mal terminou o ensino médio, que com toda a sua turma, a esquerda brasileira progressista dêem certo.

Existe um preconceito no Brasil que diz, “pobre nunca pode dar certo”; êxito de pobre é trabalhar até a exaustão e morrer; e que pobre só da gastos e problemas. Com a esquerda progressista e o PT tem se demonstrado o contrário. O pobre é a solução para o país, o exemplo está no próprio Lula. Assim, Dilma é a continuação desse grande projeto, onde a representação de toda a nação Brasileira é cabível.

Torçamos e votemos nela!

Nelo de Carvalho
http://www.blogdonelodecarvalho.blogspot.com/
Nelo6@msn.com

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