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quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Doenças Psicogênicas?

São doenças que não existem fisicamente, o paciente acredita que está atacado pela mesma, luta incessantemente por um mal que não existe. Em alguns casos os sintomas se manifestam, como se a doença existisse. E tem mais, o dicionário diz que psicogenia é aquilo que tem origem na alma, no espírito humano. Sem dúvidas nenhuma, nada contra o psiquiatra nem a ciência a que este está atrelado para defender o que diz.



Mas espera aí! Esse tipo de doença é coletiva? Indo de província em província ao nível do território nacional? E por último, pode ser espalhado pelos meios de comunicação de maneira tão simples assim? Já que se acusa estes, os meios privados e independentes, de espalharem uma informação inadequada e de forma exagerada. A polícia diz que só recebeu notificação de 91 casos, em Luanda ou a nível nacional? Aquela ( a imprensa) diz que foram mais de 500 desmaios em diferentes pontos do território nacional, até o comandante da polícia nacional viajou ao Cunene para se certificar. De uma coisa temos certeza alguém está mentindo e exagerando nos dados. E a outra coisa é que a polícia até agora não descobriu nada que seja convincente e que verdadeiramente possa solucionar o problema, evitando que se repitam os incidentes.
A polícia, o governo e o Estado deveriam agarrar-se ao um princípio básico que lhes dá direito de estarem na posição em que estão: o princípio de que tudo merece apreciação daquelas instituições, nada pode escapar, absolutamente nada! Por que e para quê? Porque existe uma sociedade traumatizada por tudo, exigindo explicações de todas as suas “doenças” e males. E para que o Estado seja visto com credibilidade, com confiança e não, simplesmente, uma instituição de corruptos, em que a própria incompetência é o que induz a que problemas do gênero não possam simplesmente serem solucionados. Ou de que as respostas dadas pelas autoridades não satisfazem as perguntas que todos, de maneira simples, nos fazemos.


É tarefa do Estado investigar, incluso, quem está mentindo a quem. Tramando o quê, para e contra quem. Afinal, existe um desafio, algo a ser mostrado, o porquê esta gente está no poder. Eles estão no poder graças a legitimidade dos pobres, estão aí por que são pagos e alimentados com o dinheiro dos pobres; o dinheiro das nossas minas de diamantes, os nossos poços de petróleo; alimentados com o dinheiro dos nossos impostos que cobram a todos os cidadãos. Quem está no poder não está lá de graça –fazendo favores-; está lá a troco de tudo, que eles ostentam no dia a dia de suas atividades. Desde a gravata e o terno de luxo até a postura do suposto cidadão insuspeito a prova de toda inmoralidade e nisso deveria se incluir a vergonha. Atributo raro entre os nossos agentes públicos.


Por isso, a psiquiatria, só, é insuficiente para explicar o que vem acontecendo. Eu já disse: mais recursos poderiam se destinar a esse tipo de caso, se o país estivesse preparado para tal. O que vem acontecendo prova que Angola, nestes trinta e cinco anos de independência, não evolui nada. E que o colonialismo português e as guerras travadas com a UNITA de Jonas Savimbi estão longe de serem os culpados de tudo. Existe um culpado, também, contribuindo nas desgraças de todo o angolano. E o duro é dizer que esse culpado, também, é José Eduardo dos Santos com as suas sucessivas equipes de corruptos que ao longo destes anos estiveram no poder.


Essa é uma verdade que além de termos que engolir, temos que aceitar e reconhecer. E o pior é se José Eduardo dos Santos continuar onde está, a culpa não será só dele e de quem da proteção a ele. A culpa será de todos nós, porque andamos fingindo que temos alguém competente no poder que possa nos dirigir ou, simplesmente, governar esse país como um líder vitalício.

Chega de usarmos a UNITA como obstáculo de tudo para reformularmos o que está aí. Até nossa maneira de pensar hoje passa por um suposto perigo Kwacha, que continua atormentando a vida das populações angolanas. E quê? Mesmo que assim fosse José Eduardo dos Santos não é o único que tem cérebro e inteligência para dirigir uma nação e preparar a mesma para uma eventual guerra ou então se defender de uma suposta desestabilização provocada por aquele bando de terroristas, que tudo já fizeram contra a nação.


O problema da UNITA é um problema de todos os angolanos e não só de quem está no poder. E estratégia nenhuma vinda lá de cima hoje se enquadra mais para combater o resto que sobrou da UNITA. Ao contrário do que se imagina, estas estratégias se reduzem a atos que legitimam a corrupção, ao ódio que se difundem entre os angolanos, quando aquele poder é criticado e não é correspondido por quem assim achar que o que eles fazem só beneficia a turma de quem está no topo da pirâmide e se identifica com o poder.

A verdade é que não existe arma eficaz, nenhuma, em Angola contra a corrupção, enquanto José Eduardo dos Santos continuar no poder, e a UNITA fazer o papel do bicho papão de todos os angolanos ou o terror que a vida de cada um de nós precisa para vivermos amedrontados eternamente.

O que está acontecendo é tudo, menos um atentado contra José Eduardo dos Santos e o MPLA. Quando na verdade são estes que deveriam arcar com as conseqüências pela irresponsabilidade e a incompetência, e nisso estamos subentendendo que os Angolanos sempre tiveram um inimigo interno, frágil, mas não o suficiente de se pôr o mesmo de lado e ignorar o seu potencial revivido a qualquer momento.

Por isso, não importa quem seja o causador deste mal – natural ou provocado por ação humana-, o “gás tóxico”. O MPLA e o governo que está no poder, atualmente, têm culpa sim e devem ser responsabilizados por isso.


O que está acontecendo é um verdadeiro parâmetro, quantitativo e qualitativo, de que até que ponto, nós povos, somos tão queridos por essa gente que está aí no poder. É o resultado de uma variável independente, sim, mas em que a curva de resultado coincide com a curva da corrupção. Cada ponto dessa curva é o despreparo, é a negligência, é o uso indevido dos recursos públicos, a falta de projetos prioritários, em que a vida humana -as nossas vidas-, deveriam ser consideradas; cada ponto dessa curva são os milhões de dólares desviado no BNA, os bilhões de dólares da Sonangol mal investidos, enfim, de tudo o que há de mais caótico nesse país.

Nelo de Carvalho
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