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quinta-feira, 5 de maio de 2011

A Polêmica Operação Que Levou à Morte Osama Bin Laden

Metade do planeta está eufórico com a morte de um terrorista, que convenhamos, só valia pelo seu fanatismo religioso. Algo desprezível e repugnante quanto aqueles que fazem da democracia um instrumento para humilhar nações, povos e violar a soberania de países. Verdadeiramente livres e independentes, e a humilhação é sempre em nome do que eles chamam de “democracia”, que não passa de sonhos imperialistas selvagens e colonialistas, onde mentir, enganar e matar tornaram-se meios –até “legítimos”- para justificar aquele sonho.



De que Osama Bin Laden merecia ter um fim triste por sua trajetória terrorista, isso é de consenso comum. Mas até que ponto o Estado nos parâmetros da lei deve fazer que essa tristeza não seja um ato de vingança, ato de injustiça, e, o pior, um ato de terrorismo que não se diferencia muito do que ele mesmo – o Estado- combatia.

Uma coisa é certa, Bin Laden morreu, disso não temos dúvidas. As dúvidas, para o mundo inteiro, consistem em se provar que em cima dessa morte existe uma tremenda falsa montado pelo Estado mais terrorista e delinqüente do mundo: os Estados Unidos da América.


A morte de Bin Laden é um verdadeiro troféu, talvez o maior troféu dos últimos dez anos que no mundo Ocidental Cristão, não menos fanático, um Estado poderia ganhar ou ter a seu favor contra aquele sujeito Árabe. E a infinita batalha entre duas civilizações religiosas: a batalha das cruzadas entre cristãos e árabes. Aqueles, estupidamente gabando-se de serem mais civilizados do que estes. Assim, provocar a mesma – a morte- deveria ser, também, através de uma operação que não contrariasse a razão, o senso comum e os parâmetros legais, um indicativo de que regras civilizatórias são universais e comum a todos os povos, independentemente de suas tendências religiosas.

Uma operação militar, de qualquer país ou estado no mundo, que partisse de qualquer ponto do planeta para qualquer um outro segundo ponto, deveria suportar, ou, simplesmente, responder perguntas básicas para evitar as inúmeras teorias de conspirações e falsidades.


Entre as duas maiores teorias nenhuma delas favorece o Paquistão como Estado , nação ou até o seu Governo. Se o Paquistão sabia ou não da existência de Osama Biladen, qualquer uma das versões, põe em chegue a soberania do país.

Supondo que as autoridades paquistanesas soubessem, e tivessem interesse em caçar o terrorista, onde fica o orgulho das mesmas em preservar a sua soberania? Além disso, tendo verdadeiramente interesse em ir atrás de Biladen, esse interesse não seria menos que a do resto do mundo. E, igualmente, traria ao país a consideração, o prestigio, sem contar que ajudariam a eliminar todas as dúvidas que os parceiros ocidentais sempre tiveram com relação aquele país árabe. Está é a primeiríssima versão!


Considerando a versão do parágrafo anterior, deduz-se que o Paquistão ( seus serviços secretos) sabiam há anos, há meses ou há dias da posição ou a trajetória de Biladen, tinham tudo para ir atrás dele e tirar dividendos da epopéia “selvagem”. E por que então não foi? Ninguém no mundo com maior interesse precisava mostrar a comunidade das nações e países e em particular ao povo americano sobre o suposto poder que a nação americana tem nesse mundo, que não fosse o próprio governo americano, a CIA e todos os corruptos, delinqüentes e mafiosos que pertencem aquele poder. Ir atrás de Biladen e matar o mesmo da maneira que aconteceu tem uma grande mensagem, não só para aquilo ou aqueles a quem os americanos chamam de terroristas, mas para os governos do mundo inteiro, sobre a capacidade, a influência, o poder militar, econômico e político que os americanos têm com relação às outras nações. Em tese constituem, Biladen e o mundo árabe corrupto e desorganizado, o celeiro onde se podem demonstrar aquele poder covarde e decadente: o poder americano!

Assim, sabendo os serviços secretos do Paquistão a posição de Biladen, os mesmos poderiam ser subornados, corrompidos ou até chantageados. A chantagem e a corrupção consistiam em fazer parecer que os americanos investigaram e descobriram tudo. E transmitirem ao mundo a saga “heróica” e intervencionista do seu exército e de suas autoridades. Os aplausos são todos esses que estamos vendo por aí, mundo afora, com um monte de declarações fanáticas e ufanistas, sobre o poder americano e da civilização ocidental. São declarações de arrepiar, nunca em toda minha vida encarei coisa mais estúpida. Mesmo sabendo que os americanos tinham todo o direito de ir atrás de Biladen e toda sua corja de terroristas. Há quem até se atreve a pôr na lista, como o próximo, o incansável beduíno e auto considerado pai da África, o Coronel Muamar Kadafi.


A segunda versão é supondo que os paquistaneses não sabiam de nada –absolutamente nada! Uma das coisas que o noticiário insiste em anunciar é que a mansão onde Biladen foi morto está numa das regiões mais militarizada do Paquistão, estando até há menos de um quilometro de uma das maiores bases militares da região daquele país ou mesmo do país.

Como aceitar nestas circunstâncias que o Governo paquistanês, ou a autoridade correspondente para o controle daquela região, tornaram-se totalmente indiferentes, sem reagir a nada, vendo que quatro helicópteros estrangeiros, além de violar o espaço aéreo em profundidade, vindo a cá da fronteira, invadem a casa de um cidadão civil em plena madrugada, sem ao menos as autoridades deste país – o Paquistão- receber um aviso. Dizer que aquela região é uma região em estado de guerra e que tudo vale, gera dúvidas, já que o Paquistão não está em guerra com os Estados Unidos. Aquele país precisa no mínimo ser respeitado como país soberano que tem ajudado em muito o seu parceiro ocidental.

Dizer que as autoridades Paquistanesas não são confiáveis, também, não cola. Afinal, nesse tipo de operação e emergência não precisava que todo governo paquistanês ficasse sabendo, bastava o presidente da república, para ordenar a abertura do espaço aéreo, dar a ordem sem mais explicações, e que os militares que estavam naquela região se tornassem indiferentes com a operação. E no fim da operação dizer, sim, que o Paquistão sabia e ajudou o governo americano. No caso de a informação vazar o próprio Presidente Paquistanês seria acusado de traidor e de colaborar com o terrorismo. Coisa que o governo americano teria condições de provar.

Se ficasse provado a traição e a fuga de Biladen naquele ponto ( residência), o Paquistão seria obrigado a entregar o caçado, com ameaças e sanções e até possível agressão.

Resumindo, a regra civilizatória e diplomática, no direito internacional, diz que quem teria obrigação de caçar Biladen dentro do Paquistão era o governo Paquistanês e depois entregar o mesmo as autoridades americanas, e se preciso passando pela decisão da justiça. O próprio Paquistão já tinha motivos suficientes para condenar a pena máxima o Osama Biladen. É querer muito? Uê...cadê então o exemplo democrático e civilizatório vindo do mundo Ocidental?

É inadmissível a operação de resgate – ou melhor, de assassinato, eliminação e execução sumária- da maneira como a imprensa narra. Ela viola todos os princípios básicos, até os de justiças, que era o mais obvio. Afinal de contas, descobriu-se que Biladen –se verdadeiramente foi abatido pelos americanos- ele estava desarmado e poderia ser rendido sem a necessidade de se usar armas de fogo. Ou então alvejar ele de tal forma que sobrevivesse ao “resgate” é muito mais fácil, para um homem que já está totalmente desarmado. Todos os princípios básicos de justiça universal foram violados.

Um advogado como Obama, professor universitário de direito, apareceu na televisão diante do mundo e de sua nação dizendo que se fez Justiça. Como?! Se o executado não teve nenhum dos direitos que as regras do direito e da justiça estabelecem.


A última teoria, não menos impossível, é a que defende que Biladen já estava morto, quando os americanos chegaram. Como assim?

Não se pode negar o interesse paquistanês em dar um fim ao terrorista e círculos dos serviços secretos daquele país em quererem tirar proveito em cima do morto. Assim como vêm fazendo os americanos. Osama Biladen, do ponto de vista de saúde, era um morto vivo. O homem que aparecia na televisão, fazendo ameaças aos infiéis ocidentais e todos aqueles que contrariam o islã, era na verdade um paciente crônico, que precisava de cuidados médicos intensivos. Ele precisava de uma hemodiálise de quinze em quinze dias ou uma vez por semana. Dá para imaginar a situação do finado!

Ou seja, baseado nesta teoria, os serviços secretos daquele país islâmicos só tiveram o trabalho de avisar onde se encontrava o difundo. O resto, como já vimos, é tudo encenação hollywoodiana.

A última teoria pode parecer exagerada, mas exagero mesmo é anunciar o fim de Biladen, da maneira que se anunciou, sem evidências jornalísticas plausíveis, que convencessem ao homem comum e de preferência o não idiota.

Nelo de Carvalho
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