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segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Dino Cassulo, mais Um que Não Engole os Malabarismos Investigativos de Rafael Marques

Como disse MAIAKOVSKI quem cala consente, quem consente não tem liberdade, quem não tem liberdade não é livre, quem não é livre não tem esperança, sem esperança não adianta viver.


Mas eu como sou livre, tenho esperança e gosto de viver. Por este valores inalienáveis dei a minha modéstia contribuição para a independência do meu país do jugo colonial, e dei a minha modéstia mas valiosa contribuição na luta contra o tribalismo, regionalismo, racismo e outras formas de dominação que nos quiseram impor alguns angolanos havidos de poder, e como também não aceito e nunca aceitarei e me baterei contra toda forma de usurpação dos bens e erários de todos nós.

Vamos aqui tentar analisar e dar aqui neste espaço a nossa modesta opinião sobre o famoso relatório apresentado ao público pelo renomado jornalista de investigação Rafael Marques.

Não é que tenhamos qualquer dúvida sobre o trabalhão aqui supostamente elaborado pelo ilustre jornalista de investigação, é que o relatório esta tão bem elaborado, que suscita alguma confusão a qualquer individuo que se julga honesto. Se não vejamos, quando alguém vai ao notário ou a conservatória para constituir empresa ou registar seja lá o que for, julgamos estar num local onde a preservação da nossa entidade esta acautelada por lei, e só ao agente da lei esta autorizada a revelação do conteúdo da minha ida a aquele local. Sendo assim como foi possível ao jornalista em causa ter aqueles dados. A quem diz que usou de meios baixos para obter tais informações de carácter reservado. O que quer dizer usou da corrupção para obtenção de dados. Corrompeu funcionários dos serviços notarias para atingir os seus intentos o que punível por lei, não assim.

Não sabemos quem esta por de traz de tamanha cabala se esse o termo correcto para ser aplicado aqui. Mas uma coisa é certa todos nós conhecemos a aversão do autor do relatório ao partido no puder e aos seu dirigentes, sabemos que o homem é capaz de mover mares e continentes para afastar o governo e quem esta a governar actualmente do governo.

Para se fazer qualquer tipo de investigação requer do autor horas a fio de trabalho e de estudos e que muitas das vezes para uma pequena coisa levamos anos de trabalho, sob pena de cairmos em erros que podem deturpar o rumo dos acontecimentos.

Em Angola, mormente em Luanda e principalmente, os intelectuais, jornalistas de todas as latitudes, deputados, políticos todos tiveram conhecimento do aludido relatório e tiveram a oportunidade de o ler, e o comentaram de certeza. Mas não ouvi e tão pouco vi na televisão e nos jornais alguma picuinha ou mesmo debate sobre o assunto, o Nelo de Carvalho, escreveu alguma coisa sobre o assunto e nada mais[Rafael Marques: e a Sua Missão Impossível; As Denuncias de Rafael Marques].

Mas como pretendemos ser um país de verdade onde o cidadão deve ser respeitado como tal onde as denuncia devem ser investigadas por quem o deve fazer, onde o ministério publico deve funcionar de facto, onde as instituições devem funcionar como um relógio Suíço.

Julgo que ninguém esta vendo, ou quer saber da gravidade das acusações constantes do relatório do investigador Rafael Marques. Mas também será que o Rafael Marques ao realizar tal trabalho jogou limpo? Segundo a constituição nacional angolana “toda a colaboração com serviços de inteligência estrangeira constituí crime contra a segurança do estado” será que não houve estrangeirismo na feitura do referido relatório? Por que a precisão dos dados e a forma e onde ele foi apresentado deixa muito a duvidar, e quais as estações internacionais que fizeram eco do assunto tudo isso coloca muitas reticências sobre o mesmo trabalho.

Sendo assim julgamos que o ministério publico nacional deveria, em primeiro plano averiguar a veracidade e quem esteve por detrás da feitoria do referido relatório para se limar as arestas, para também demonstrar a sua isenção nos vários casos que se tem verificado na nossa sociedade onde por vezes deixa muitas duvidas a sua actuação.

E depois de se averiguar a veracidade dos factos, aí sim os implicados nele, devem ser ouvido também por este ministério e serem responsabilizados pelos seus actos que sem sombra de dúvida constituem crime e de que dimensão. (Aqui faz-me lembrar que nos anos oitenta o famoso General Ndozi, terra que lhe seja leve, e outros camaradas da nomenclatura, haviam sido punidos, ainda que sem julgamento, por terem sido associados ao tráfego ilícito de diamantes. E na altura ninguém reparou nos feitos heróicos e de grande combatentes dos mesmos) pensamos que esta pratica, deveria fazer moça cá entre nós. Já viu que se o governo resolve recolher todo dinheiro ilícito que se encontra em mãos duvidosas e a deriva? Não estaríamos aqui a pedir esmola. Nós somos daqueles cidadãos que aceita o crescimento da burguesia nacional, mas com rigor e sem colocar a mão no erário de todos nós.

Insto aqui o Procurador-geral da República a fazer o seu trabalho e que seja neutro e pense somente no bem-estar das populações que ele quando envergou a farda nacional sob defender com esmero. Porque investigações mal intencionadas carregadas de veneno devem ser banidas para sempre que se faça trabalho limpo. Delapidação do erário deve ser sancionada, com manda a lei. As riquezas nacionais devem ser repartidas de igual para todos e não beneficiando somente alguns.

Dino Cassulo
Militante do MPLA

Fonte: Blog do Nelo de Carvalho                                                 

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