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sábado, 18 de setembro de 2010

A Reinvenção da Miséria


A Teologia além de ser a cara perfeita da pseudociência é um instrumento eficaz, em todos os tempos, para se reinventar o inferno cá na Terra. Nada melhor que deus para proclamar  a maldição e próprio inferno na Terra, nada melhor que o próprio homem para ser o seu mensageiro honesto; este, preferivelmente, na pele de um miserável e eterno condenado. Assim são os pastores e os seus fieis da Igreja Universal do Reino de Deus, assim é a igreja em qualquer uma de suas denominações. Assim é a religião na sua presunção miserável, burlesca e de certeza duvidosa quando anuncia a salvação e a felicidade de quem quer que seja, na Terra ou nos Céus. 

Qual ser ou qual verme na sua incapacidade de pensar e tirar conclusões  convencer-se-ia de tal promessa?

Reinventar a miséria é um estilo de vida que a própria sociedade capitalista nos oferece – a propósito todas as sociedades do passado até hoje evoluíram nesses termos, reinventar a miséria, é característica do período bárbaro em que vivemos-, principalmente, quando essa vem camuflada com os signos “falsos” da democracia do estado de direito. Além de reinventada, a miséria pode ser criada, e por incrível que pareça pode ser, também, um produto de consumo. Assim nasceram e nascem  as Igrejas Evangélicas  aqui no Brasil e no mundo inteiro; assim elas são transportadas para um país ainda mais miserável, um país chamado Angola. Que eu e você, amigo leitor, com certeza, amamos. E que eu e você podemos fazer muito por ele, começando por executar coisas simples.

Entre essas coisas existe uma que eu jamais, mesmo sendo ateu, não proporia ao amigo  leitor desse imenso país, porque afinal seria até uma presunção e arrogância intelectual de minha parte; e algo totalmente descabido: É ter que dizer a você amigo leitor que Deus, em absoluto, “não existe”. Não, eu não faço isso, mesmo que seja para o bem de alguém. E sabe o porquê? Porque  aprendi que nas questões primarias, simples e primitivas  o ser humano deve chegar às mesmas sem interferências de teses, ideologias e até religiões arrogantes. Costuma-se dizer que o mundo das definições primárias, e Deus é uma delas, é como o mundo da música num imenso salão em que cada um segue a melodia ou o ritmo como quiser, ou seja, inventa a sua própria dança.

Mas tem algo que eu e todos nós por aí poderíamos fazer por direito. Convidar  você a sentar-se sobre uma mesa e termos uma boa conversa. Afinal não é porque estamos nesse  salão que podemos ser imoral e indecentes com todos os outros. Um exemplo, você não gostaria que sua namorada tirasse a roupa diante de todos aqui e mostrasse tudo o que tem.

Nada impede, por direito, até mesmo de exercício intelectual, que você acredite no seu  Deus, nada impede que você esteja junto do mesmo em todos os  momentos.  Mas ser indecente  e falsário com ele mesmo, concordamos que não tem sentido. Além disso, você já se perguntou alguma vez, por que Deus que criou tudo, absolutamente tudo neste Universo, precisaria do seu dinheiro. Deus não precisa do seu dinheiro, quando ele precisar do seu dinheiro, ele tira de você sem você notar e  sentir que esta a ser roubado por ele. “Ah...não, mas o dízimo não é dinheiro para Deus, é dinheiro para os pobres”. Eu também sei disso! Só que não acredito. Tenha você certeza que o dinheiro da Igreja Universal do Reino de Deus nunca foi e nem é dinheiro que vai para os pobres. Por incrível que pareça é dinheiro que muitas vezes será usado contra os pobres. É dinheiro que se usa para realimentar um circuito fechado onde a corrente do mesmo é a mentira e falta de vergonha.

Assim é o dizimo  em qualquer uma das igrejas por aí, o dízimo é uma indecência de tamanho incalculável,tão indecente e vergonhoso quanto você ver sua namorada a se expor diante de todos. O dizimo é imoral; é tirar dos pobres  o que eles têm de pouco para sobreviver: a própria vida; que quem  dá e tira, segundo a própria teologia,  é o próprio deus. O dizimo  é tirar  o pão que há de mais ou menos, ou os livros que você poderia dar aos seus filhos para dar a um bando de falsários.

Você não está convencido? Quer ir a igreja? Ver os amigos, ou até mesmo tentar um encontro casual  com alguém que tanto você admira e gosta, uma amiga(o) ou mesmo a(o) namorada(o)? Nada impede, afinal, a igreja pode ser mesmo para essas coisas, e menos para que se dê o famoso dízimo. E agora a mesma ( a Universal) estendeu suas funções: é distribuidora de  camisinhas. Aquele artefato sexual que todos os adultos ao menos já usaram para evitar doenças sexuais transmissíveis e gravidezes indesejáveis. Esse pelo menos é uma das funções sociais da mesma Igreja, ela se adiantou ao próprio Estado, que deveria distribuir gratuitamente o mesmo produto nos Centros de Saúdes ou Postos Médicos. E fazer uma boa campanha contra a AIDS, sem o moralismo religioso vindo de Roma!

Não estou ironizando. Você pode achar que sou contra a distribuição de camisinhas nas Igrejas? Nada disso, é o lugar apropriado para se discutir até sobre as relações sexuais ( ou Educação Sexual), desde que não seja ao estilo Papal e Católico, conservador, retrogrado, pedófilo  e ultrapassado. Uso a expressão pedófilo aqui para fazer alusão a proibição milenar que existe na Igreja Romana Apostólica Católica de que os Padres não devem se casar, fenômeno que, precisamente, estimula a pedofilia e o homossexualismo.

Assim, gostei da ideia –da distribuição-,  pena que entre esse  gesto de preservação da saúde exista o dízimo: o retrato da cara dos safados, que a cada dia ou semana vivem criando igrejas para tais finalidades.


Nelo de Carvalho
Nelo6@msn.com 

Um comentário:

Feliciano Cangue disse...

Caro Nelo, eu sou frequentador assíduo do seu blog. Muitas vezes concordo com aquilo que você escreve e algumas vezes não. Neste artigo, concordo em parte. Acho para você entender o sentido do Dízimo, teria que ler a Bíblia. Infelizmente, muitas igrejas (essas que pregam a Teologia da prosperidade, desses que acham que se der a quantia X você vai conseguir novo emprego etc etc) esse pessoal é que está a banalizar o verdadeiro sentido de ofertas e Dízimos.

Sobre o Dízimo, caro Nelo, faça comigo pequenos cálculos (sem precisar usar calculadora) para ver se os que estão a devolver o Dízimo são mais felizes ou não: Essas igrejas pegam um indivíduo bêbado, que gasta mais de 10% daquilo que ganha com bebidas; fuma; gasta por ai 8% daquilo que ganha com cigarros, com 4 mulheres, indivíduo frustado porque não consegue obter uma casa, não consegue dinheiro para colocar seus filhos na escola, em função dos vícios, muitas vezes contrai inúmeras doenças como Cirrose hepática, Câncer etc etc. o que vai sobrecarregar o nosso precário e frágil sistema de saúde. Isso para não falar de bruxaria, feitiçarias, prostituição etc etc

Veja bem, essas Igrejas, por outras palavras, dizem "nos dá esse dinheiro que você gasta com vícios e nós vamos te mostrar um caminho que irá proporcionar melhor qualidade de sua vida e a de sua família.

Você pode notar que as pessoas que frequentam essas igrejas, mesmo devolvendo Dízimo e ofertas, são mais felizes que muitos ateus ou outros cristão que, infelizmente, mergulhados nesses vícios e por isso não devolvem dízimo. Conseguem formar famílias mais estruturadas, muitos deixam de ser analfabetos porque precisam saber ler as sagradas escrituras etc etc.

A vida que eu tenho como Cristão, mesmo que hoje se prove que o céu não existe, mesmo que se provasse que Deus não existe, ainda assim prefero levar essa vida que a outra. Se você comparar duas famílias, de mesmo padrão sendo uma dessas que frequentas essas igrejas e outra de ateus, você notará a diferença.

O que leva as pessoas a devolver o Dízimo, não é questão de burrice ou obscurantisto deles. É que eles entenderam o amor de Deus por eles; é entendendo esse amor, que, por amor, devolvem a décima parte de seus rendimentos para que o mesmo amor alcance outras pessoas.

Conheço ateus que devovem 10% de seus rendimentos a asilos, Creches ou outras instituições filantrôpicas. Isso não os fez ser burros.

Eu só lamento que há pseudo-igrejas que fazem do Dizimo e ofertas uma questão de salvação.