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sábado, 26 de março de 2011

Lesliana Pereira e a Turma dos Sem Vergonha ( Ela Não é a Única)

Não é difícil descobrir que a nossa geração, pós independência, foi destinada a não ter vergonha na cara e ao mesmo tempo, para uns, passar vergonha e constrangimento. Neste caso vai depender da sua posição entre o poder e a turma dos submissos que deverão estar sempre preparados para engolir anfíbios ou répteis vomitados por aqueles que se sente confortáveis lá em cima. Parece que a simplicidade e a humildade chegam a ser um Dom, simplesmente, de quem está em baixo da escala social. Ou para quem ainda não teve que encarar as delícias que a fama e uma conta bancária recheada podem oferecer. Para isso é basta ver que muito dos nossos representantes e dirigentes, estando no poder alçados por uma revolução, afastaram de si aquelas duas virtudes, que fazem com que o ser humano possa se sentir em equilíbrio com todos os seus semelhantes.



Equilíbrio, entre os angolanos, é o que menos se procura manter, o que menos se busca, quando se chega ao poder. E é impossível construirmos um Estado de Direito quando aquela condição não existe. Mesmo porque para se respeitar -até as leis- é preciso aquela condição.

Vamos continuar com o que nos interessa. Não é de hoje que angolanos na diáspora são constrangidos por seus compatriotas. O caso Lesliana Pereira, a Miss Angola, não constitui uma novidade.

Não conheço bem a Europa, nunca estive lá e ter a oportunidade de conviver por longo tempo naquele continente, dentro ou fora de algumas comunidades angolanas. Mas tenho certeza que a diáspora angolana na Europa pode reclamar de tanta vergonha quanto aquela que os angolanos passaram e até têm passado no Brasil. Quando alguns desses nossos representantes por aí aparecem para falarem em nome de um país tão lindo como o nosso e que merece todo respeito e proteção.


Eu mesmo ao longo dos meus anos na diáspora, primeiro em Cuba, neste país testemunhei a maior vergonha que talvez tenha passado um grupo de angolanos fora de suas casas. Sem querer ser redundante, aqui neste site que muitos idiotas e analfabetas dizem não lerem ou acessarem, o club-k, fui autor de uma denúncia, posta mais uma vez debaixo do tapete. Já que vivemos num país onde seus habitantes não valem nada! E quando valem, se é necessário ser princesa ou príncipe.

A mesma denúncia reclamava da brutalidade e das atrocidades do atual Governador de Cabinda, Mawete João Batista, visto por aquela comunidade, na Ilha da Juventude, como um homem selvagem, cego, truculento e sedento de protagonismo ( nunca entendi o por quê). Não vou repetir aqui os atos do nosso eterno representante, “militante número 1 do MPLA” e embaixador todo poderoso Mawete João Batista!

Lesliana Pereira é pouca coisa diante de todas as grandes vergonhas que já passamos, nesse mundo como angolanos. Ela é cafezinho com leite, ou, também, como gostam os angolanos: água com açúcar!


A propósito, a vergonha não é só aquela que transmite valores culturais aberrantes e desastrados, a política pode ser uma das áreas em que os angolanos, muitos dos nossos diplomatas deveriam aprender o bê a bá, sem necessidade de querem mostrar que são os melhores militantes, quando os interesses individuas assim exigem. Ou querem mostrar que deixaram e abandonaram a militância do passado para agora serem serviçais do novo e exclusivo patronado mundial. Acaso não constitui uma vergonha o apoio -ou o voto- que o governo angolano deu em favor da guerra do Iraque!? Ou acham que isso é um modo moderno e civilizado de se fazer política?

Os angolanos deveriam ter vergonha de tudo: do seu Presidente, do seu Governo e Estado corrupto, para não dizer de outras coisas.

Ter vergonha é no mínimo seguir certas etiquetas ou ser sério como Presidente da República. Isso inclui em evitar financiar certos eventos, como o Miss Angola, com dinheiro público -ainda por cima! Isso inclui em evitar estar representado nesse tipo de evento, que estimula todo tipo de vícios -até a prostituição. Chefe de Estado não financia concursos de misses e não se faz representar, direta ou indiretamente, nesse tipo de lugar imundo e repugnante. Chefe de estado se diverte, sim, mas não dessa maneira: aguçando e estimulando o que há de mais sujo e porco em qualquer sociedade capitalista: fazer da mulher um instrumento, um produto de mercado, disposta a vender seu corpo quando for necessário.

Quem sabe, um dia ainda a vergonha derrubará-os do poder! Ainda temos esperanças.


Nelo de Carvalho
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