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quinta-feira, 31 de agosto de 2017

ALUCINAÇÕES


Por: ISAAC PAXE
31/08/2017

No nosso manifesto geral das ALUCINAÇÕES ....

Não discuto o mérito ou demérito do finca pé dos partidos NA oposição. Desde os primeiros minutos após a divulgação dos resultados, estes, particularmente a UNITA e a CASA-CE, alegaram a quebra da Lei Orgânica das Eleições Gerais no quesito dos procedimentos para a divulgação dos resultados provisórios. A reivindicação dos partidos é um direito de lei.

Eles estão a fazer recurso ao instrumento legal ao seu dispor. Logo, não compreender este comportamento nesta óptica é uma manifestação de um défice qualquer. Para mim, este défice é a nossa quase generalizada dificuldade de nos libertarmos das lentes de análise ideologicamente construídas, principalmente a da defesa do Partido de estimação. São essas lentes que nos impendem discernir o ponto de discussão: existindo a Lei, até que ponto o comportamento da CNE na divulgação dos resultados provisórios feriu o espírito da Lei? É de lei os Partidos questionarem comportamentos avessos à Lei, bem como demandarem o cumprimento do espírito da Lei?

Outra questão que este momento destapa é a intolerância de compreender o outro na realidade actual, compreendendo realidade actual como o conjunto de valores, princípios e desafios de um contexto social no momento "actual". Logo, os actos do momento dos Partidos Políticos que animam a arena política da República de Angola devem ser analisados nas lógicas da realidade actual. Por isso, fico indignado quando aqui neste bairro e nas TV leio e oiço os nossos "intelectuais" a ignorarem a realidade actual como contexto para se compreender a questão em disputa. Há inclusive diplomados em direito que acantonam as teorias e filosofias desta ciência, preferindo discutir a questão na análise superficial de discurso das realidades anteriores. Alguns inclusive dão ao direitos de adivinharem (videntes de ocasião) as ideias que sustentam o comportamento dos PP. O que anima estes "intelectuais"? É a discussão da realidade para se criar saberes que o contexto nos cobra, ou a simples adesão ao grito em defesa das damas?

Este estado geral da alucinação não constrói saberes sobre nós....ele produz rótulos sobre nós. E os rótulos não nos permitem discutir as dinâmicas que o país produz. Pena que a turma do grito seja a de eleição da imprensa no geral, o que ao invés de arejar, intoxica a qualidade do debate.


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